terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PAC – PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO. Publicado no Jornal "O Catarinense" em 2007).

Procurando entende-lo.
Todo Governo quando toma posse surge com as melhores das intenções em favor da população que o elegeu, procurando cumprir com as metas que se propôs realizar.  Com o segundo mandato do Presidente Lula a premissa permanece, acrescido de  um “plus”, que foi o fato da necessidade de reverter um enorme desgaste gerado pelas múltiplas denúncias de corrupção que dominaram o planalto do Poder Central, tudo isso respingando na administração do PT. Era urgente fazer algo que desviasse o foco do mal estar político que grassava no Congresso Nacional, no Poder Executivo Central e na voz do povo em geral.
Em face desse contexto todo, surgiu o Programa propalado como o grande vetor do desenvolvimento do Brasil, programado para até o ano de 2010.
Fala-se tanto em PAC, no entanto, entendemos o que ele realmente representa para nós aqui da nossa Região? O que realmente representa para o Brasil? Afinal, isso realmente é algo especial? Por que é especial? O que são realmente esses R$-503,9 bilhões a serem aplicados nos anos de 2007 a 2010?
Procurando entender melhor isso tudo, busquei estuda-lo e no Jornal Diário da Manhã, de Goiânia – Goiás, do dia 23.01.2007 encontrei um material interessante que me satisfez em parte na busca do meu entendimento.
O valor total do Programa virá de investimentos das empresas Estatais, como Petrobrás, Eletrobrás e outras e pouco mais de 5% do montante, advindos de aplicações do governo.
O montante de R$-58,3 bilhões será investido em logística e mais precisamente em portos, aeroportos e estradas, objetivando a construção adequação, duplicação e recuperação de 42 mil quilômetros de estradas, 2,5 mil quilômetros de ferrovias, ampliação e melhoria de 12 portos e 20 aeroportos. A infra-estrutura hídrica será contemplada nesse mesmo montante para a integração e revitalização dos rios São Francisco e Parnaíba, abastecimento de água bruta e irrigação.
O maior aporte de investimento está programado para o setor energético do País num total de R$-274,3 bilhões, gerando-se 12 mil megawatts e construção de 13,8 mil quilômetros de linhas de transmissão. Nesse investimento está contemplado o Plangas correspondente ao plano de aumento da capacidade nacional de produção de combustível, a expansão em 4,5 mil quilômetros a malha de gasodutos, instalação de 46 novas usinas de produção de  biodisel e 77 Usinas de Etanol.
Em infra-estrutura social e urbana estão programados R$-170,8 bilhões sendo que desse total R$-8,7 bilhões serão destinados ao Programa de Luz para Todos. R$-3,1 bilhões em metrôs e R$-12,7 bilhões para recursos hídricos. Aproximadamente 30% desse montante serão investidos no sistema de poupança e empréstimo, com uma destinação para a região Sul do País de um montante de aproximadamente nove por cento.
Com estímulo ao crédito e financiamento o governo capitalizará a Caixa Econômica Federal – CEF – em R$-5,2 bilhões; elevação do financiamento da CEF para os Estados e Municípios nas áreas de saneamento básico e habitação popular.
Um dos objetivos é a melhoria das condições do ambiente de investimentos no País, hoje uma das dificuldades encontradas pelos grandes investidores em face das constantes mudanças das regras e das condições. Os grandes investimentos são de longo prazo e necessitam de regras claras e seguras.
No PAC tem-se como objetivo definir as várias competências da Federação, os marcos legais das Agências Reguladoras, normas seguras para os investimentos.
Na desoneração tributária foi algo significativo tão somente na recuperação acelerada do Pis e Cofins incidentes em construções e edificações, desonerando também dessas mesmas cobranças para tudo o que for investimentos e infra-estrutura, sistema de semi-condutores, TV digital, parte de computadores e incentivos a construção civil.
O Governo com a implementação do PAC objetiva um crescimento econômico do PIB de 4,5% para 2007 e 5% para 2008 a 2010. Prevê também com o resultado do papel indutor do setor público em que para cada real investido resulte em um e meio em investimento privado.
Esse é o Programa, no entanto, já vem sofrendo alterações e críticas e, principalmente descrenças dos que têm os pés no chão e dos que falam baseados em experiências de vida.
Vamos torcer para que ajude, no entanto no Brasil todos os programas não têm continuidade.

Os homens e as mulheres do meu pequeno Mundo. (publicado no Jornal "O Catarinense" em 2006).

Todos nós, como partícipes desse Universo, fazemos parte da grande sinfonia, que é o local onde vivemos nessa maravilha criada especialmente por Deus.
No Universo somos partes tão minúsculas que se houvesse uma forma de ter uma visão dessa criação de Deus em seu todo, com certeza, para que pudéssemos ser vistos seriam necessários equipamentos de visão microscópica com capacidades inimagináveis pelas suas precisões.
Pois bem, o Universo é de uma grandeza fenomenal. A terra, no nosso imaginário também é algo colossal, o Brasil é um País grandíssimo. Nossa cidade, na verdade, é o nosso mundo.
Assim, a nossa vida, em quase todo o tempo, gravita em volta dessas nessas nossas pequenas cidades.  É aí que criamos nossos mitos, imaginamos nossos heróis, construímos nossos bandidos imaginários e cultuamos nossas crenças.
Nessas nossas pequenas cidades todos nós conhecemos a todos. Suas virtudes e seus vícios. Seus anjos e seus demônios. Conhecemos nossos heróis e anti-heróis.  A infância de cada um de nós, pobres, ricos ou remediados sempre foi recheada de sonhos e de desejos de um dia sermos igual àquele ou sermos aquele. Sempre tivemos em nossas meninices o forte desejo de um dia sermos de profissão igual às dos nossos pais, de nossas mães, ou mesmo sermos os mesmos profissionais maravilhosos que povoaram nossos sonhos.
Com o passar dos anos passamos a conviver com pessoas que em muito nos ensinam um sentido de vida, um sentido de ética, um sentido de pioneirismo.
Eu também tive e tenho grandes amigos com os quais sempre aprendi muito e continuo aprendendo porque a vida é a melhor de todas as escolas, é a faculdade insuperável, é a cultura real e verdadeira.  Hoje sou um homem feliz porque sei a exata dimensão da grandiosidade dos meus amigos.   Meus amigos não os meço pela capacidade de seus bolsos guardarem dinheiro, mas sim pelo limpidez de seus olhares sinceros quando dizem “obrigado” – quando dizem “você um homem bom”.  Meus amigos não os meço pelos chãos acarpetados ou pela terra do chão batido. Na maioria das vezes sinto-me muito melhor com amigos em locais fechados pelas táboas mal pregadas e sem mata-juntas onde sou recebido com a alegria verdadeira do amigo orgulhoso em ter-me como seu amigo. À vezes sinto-me melhor em meio à fumaça dos fogões entupidos, mas com amigos do coração exultante em saber que os tenho como amigos.
Por outro lado minha alegria transcende porque também sempre estou entre os mais agraciados pela sorte e pelo suor incansável do seu trabalho.  Graças a Deus sou um homem privilegiado porque sou cercado de amigos verdadeiros e de pessoas que muito admiro.   Nesses meus escritos semanais, enquanto assim durarem, pretendo escrever sobre esses meus leais amigos, sobre esses meus heróis. Sobre amigos e heróis vivos ou mortos, sem qualquer cronologia, sem qualquer obrigação, mas obedecendo unicamente as lembranças que me ocorrerem no momento.
Digo-vos que dentre meus heróis, meus bandidos e meus amigos sem dúvida estão o Nego da Baía – Selmo do Taquaruçú – Rene C. Frey – Albert Mahler – Irineu Secchi - Joaquinzinho da Baía – meu filho  Marcelão – Xanca – Gugelmin - Dona Inês S Guedes - Dr. Dante Martorano – Dr. Edson Ubaldo – Saul Brandalise – Gabriel Bogoni – Pe. Biaggio – Hugo Frey – Adalberto Burda – Serra - e tantos outros a quem um dia dedicarei um artigo. Esses para mim fazem histórias.

NOVO ANO – NOVOS GOVERNOS – NOVAS ESPERANÇAS. (publicado no Jornal "O Catarinense" em Jan.2007).

Nós, seres humanos, quando atingimos o segundo meado do mês de Novembro em diante, começamos sentir em nosso âmago a sensação de algo que vai atingindo seu término. Começamos sentir entre as pessoas que nos rodeiam uma aura de sentimentos positivos, começamos sentir os fluidos positivos de festas que se aproximam. De festas que aproximam as pessoas. Começamos ter a suave impressão de que se está terminando um período e com ele estão sendo enterradas as coisas negativas – as águas da limpeza estão por nós passando e com elas arrastando os maus momentos que nos tragaram, que em nós deixaram feridas.  
Paulatinamente os fluidos positivos vão tomando conta de nossas mentes, energizando de imediato nossas entranhas, tornando-nos vetores dos raios invisíveis de sentimentos positivos, de desejos ardentes de mudarmos vossas vidas com a mudança do novel calendário. Prometemos a nós mesmos vida nova. Calendário novo. Atitudes inovadoras. Sentimento de mudança. Usualmente repensamos novas metas para o novo ano, enfim, sempre buscamos a melhoria para nós e para os nossos.
Nesse novo ano de 2007, no Brasil não foi só a renovação da promessa do homem novo, mas também novos governos, novas promessas, novas esperanças. Sim, novas esperanças porque usualmente esquecemos as promessas antigas que não foram cumpridas, esquecemos as desilusões que nos causaram aqueles que eram nossas esperanças.
No primeiro dia do ano. Nesse ano ainda menino criança, assumiram os novos mandatários que regerão os destinos de nossa Nação Brasileira e de todos os nossos Estados dessa República Verde a Amarela. Os matizes são os mais variados possíveis, pincelados pela cores dos múltiplos ideários. No comando do Brasil hodierno nós, os Brasileiros, concedemos a outorga máxima de gerir essa “coisa pública”. Sim digo nós, porque eu também faço parte dessa massa uniforme que se chama povo e se o povo concedeu essa procuração, logicamente teve também a outorga minha, nossa, de todos os brasileiros. A outorga para administrar foi concedida por todos os brasileiros e não somente pelos que neles votaram.
Em todos os Estados Brasileiros a delegação foi outorgada pelos cidadãos e cidadãs a Governadores de linhas de ação - populistas – progressistas – socialistas – capitalistas dentre outros.  Essa é uma dessas maravilhas da democracia. São eleitos aqueles que vendem mais esperanças, convencem mais pela simplicidade – simpatia – modo de vida ou currículo profissional.
Nós, que fazemos parte do povo, de agora em diante nos resta trabalhar para que o Governo Central do Brasil e todos os nossos Governadores realmente trabalhem corretamente para realizar aquilo que prometeram no correr as campanhas eleitorais.
Toda e qualquer crítica nesse início de caminhada representarão unicamente um ranço que nada constrói. Como bons brasileiros, é de nossa obrigação inconteste cumprirmos com nossos deveres de cidadãos. Temos o sacro dever de acreditar naqueles que governarão os destinos de nossa nação e de nossos Estados. Nossas crenças políticas, nossos ideários e as coisas em que acreditamos como o melhor para a Nação brasileira deverão ser reservados para levantar nos momentos apropriados. Agora é de nosso dever de brasileiros torcer de forma positiva para que esses mandatários bem executem aquilo que prometeram quando se dispuseram trabalhar em favor do povo.
Sim, digo trabalhar em favor do povo, porque aquele que é eleito para comandar o Brasil, um Estado Brasileiro ou uma Prefeitura Municipal, nada mais é que um operário a serviço do povo brasileiro. Esse eleito estará gerindo um patrimônio de propriedade do povo.
O Presidente, o Governador ou o Prefeito são os Outorgados de poderes específicos para bem gerir a coisa pública e essa obrigação é sagrada sob pena particularmente responder pelos erros, enganos ou má administração desse patrimônio.
Nesse momento deixemos de lado nossas correntes ideológicas, deixemos de lado nossas versões do direito, deixemos de lado a nossa certeza do bom e do errado e passemos a acreditar naqueles que elegemos para administrar a nossa coisa que é a coisa pública. Passemos a acreditar neles porque existe a grande possibilidade de eles estarem certos. Essa possibilidade é real porque o povo acreditou neles e o povo é sábio e sabe colocar e também retira-los nos momentos certos. Se assim fizermos estaremos dando nossa grande contribuição para a paz, a concórdia e a tranqüilidade de nossos governantes e eles assim esperam e assim merecem. Se assim fizermos mais uma vez estaremos cumprindo com nossa parte. 

NEGO DA BAÍA – Esse era um homem bom. (publicado no Jornal "O Catarinense" em 2007).

Em um curso de pós-graduação em Gestão e Direito Ambiental de que participei, um dos ensinamentos que mais me impressionou foi justamente a visão que se pode ter da imensidão do Universo, constatando-se que a terra, na sinfonia do Universo, é uma microscópica parte desse todo. Na extrema pequenez coabitam todos os seres vivos com suas existências adaptadas às condições desse Cosmos. O homem sobressai-se pelo seu potencial de raciocínio.  Sim, sua capacidade interpretativa acima do ponto médio das demais criaturas faz com que ele domine o seu meio ambiente, resultando daí, em sua maioria das vezes, degradações que fazem com que o ser humano e todas as demais criaturas habitantes desse Cosmos venham cada vez mais padecer.
O ser humano, em sua sapiência, é quem mais interfere nessa relação, trazendo em seu intelecto as raízes amargas dos preconceitos, espalhando o mal estar do convívio que transforma iguais em desiguais.
Devemos sempre nos preocupar em tratarmos a todos como nossos iguais. Os fatores econômicos, sociais, culturais não devem ser elementos que nos dividam porquanto esses mesmos fatores poderão ter pesos diferenciados, dependendo da cultura de quem os analisa.
No nosso interior de Fraiburgo sempre temos pessoas realmente peculiares, com belezas extremadas em seus semblantes, seus corações e suas almas.
Assim foi o cidadão AVELINO PEREIRA, mais conhecido como NEGO DA BAÍA.
Desejo, por esse breve escrito, consignar toda a minha admiração para com esse caboclo que viveu quase que uma vida toda numa localidade agreste, do nosso interior de Fraiburgo, mais precisamente na localidade da Baía, próxima ao Barro Preto.
Nego da Baía foi o caboclo que sempre soube cultivar aquilo que melhor pode exprimir a pessoa de alma pura.  Teve seu inicio de vida na faina do seu dia a dia permeado de trabalho árduo para os fazendeiros da localidade e com os quais conviveu em meio aos galpões mal cheirosos de proteção dos muares, eqüinos e outros de menor porte. Nego da Baía sempre teve a grande inteligência de saber moldar-se às agruras do meio ambiente em que sempre conviveu. Sempre foi amigo leal. Companheiro para todas as horas. Um perfeito gentleman para com aqueles que o bem tratava.
Nego da Baía foi transformando seu pequeno rancho inicial numa simples casa e mais tarde num lar anexo a um pequeno estabelecimento comercial onde, juntamente com sua querida esposa criou muitos filhos. Vem-me sempre a imagem daquela casa lá no ponto mais alto da localidade como que despontando para avisar a todos que por aquela paragem viessem que desde que viessem em paz seriam bem recebidos por todos daquela casa. Naquele lar vi crianças pobres, mas extremamente sadias, lá comprovei a seriedade de crianças, jovens e adultos comparecerem diante do pai, Nego da Baía – Sr. Avelino Pereira – e, de mãos postas como que para orar e pedir “sua benção meu pai”.
Naquela casa, lá em cima do morro, por incontáveis vezes, sentei-me atrás do fogão de lenha para saborear aqueles pinhões catados ao chão nos pinheirais da redondeza.
Naquela mesma casa participei de inúmeras rodadas de chimarrão, jogando conversa fora, jogando alegres rodadas de truco, bebericando uma cachacinha branca, pitando muitas vezes um palheiro fino caprichosamente confeccionado pelo dono da casa.
Nego da Baía era um homem de estatura do tipo “bujãonzinho” tendo como característica maior ser amigo dos seus amigos. Em sua casa sempre havia lugar para mais um, sendo que lá moraram infindáveis trabalhadores braçais, caboclos das lidas campeiras.
Seu Avelino conquistou a profunda admiração e respeito de todos os seus filhos pelas atitudes simples do seu ser, dando-lhes o exemplo nos atos simples. Conquistou amigos absolutamente sinceros porque sempre soube cultuar a lealdade para com seus amigos o respeito para com seus adversários e reconhecimento de sua liderança para com os que ele conviveram. Nego da Baía sempre participou ativamente de todas as grandes iniciativas de Fraiburgo sendo que a política corria em suas veias, enfim NEGO DA BAÍA fez a diferença enquanto viveu nesse mundo pelo seu exemplo de vida, pela sua lealdade para com os amigos, pelo seu exemplo de convívio familiar. Nego da Baía foi um caboclo com quem tive muito orgulho em ter sido seu amigo e com ele ter convivido. Fica na paz do Senhor, amigo Nego, teu exemplo será eterno.

NATAL – Um momento de Reflexão (publicado no Jornal "O Catarinense" em 2006).

A sintonia dessa maravilhosa orquestra que se chama Universo é algo indescritivelmente maravilhoso porque, absolutamente, tudo funciona na mais perfeita sintonia, onde a magnificência do cosmos somente pode ser entendida como a presença de Deus em nosso meio.
Fazendo parte dessa sinfonia, aqui estamos nós, insignificantes seres humanos, como a imperceptível peça dessa grande orquestra. Com o passar dos séculos, no entanto, nós também fomos tomando o formato dessa grande orquestração e nossos hábitos, nossos gostos e nossos próprios organismos foram sendo forjados ao estilo do andar dessa orquestra. Nós como seres humanos, fomos formando nosso “modus vivendi” criando nossas próprias regras, encontrando nossas próprias soluções e adaptando nossas condições físicas aos nossos próprios tempos.
Nesse contesto o ser humano para tudo tem seu tempo – tem seu tempo para produzir, para descansar – tem seu tempo para sonhar, para amar – tem seu tempo para pensar, para ser feliz.
Para os intervalos para descanso foram criados os feriados, as férias, os domingos. Para repensar suas vidas e para orar foram criados os dias santificados. No rol desses dias santificados, para os cristãos, foi criado o Dia de Natal – comemoração do nascimento de Jesus – o Filho de Deus – nosso Irmão.
Nos tempos hodiernos, Natal continua sendo uma data muito importante, no entanto, quando me vejo recluso em meu pensar interno. Quando me recolho à intimidade do meu ser. Quando me integro ao círculo de minha Cadeia de União, cada vez mais sinto minha consciência trazer à tona o primado da dúvida e, por vezes, internamente contestando se os atos mundanos da distribuição de pequenos presentes, chocolates, econômicas cestas básicas são realmente a representação do nosso auxílio aos que são desprovidos de uma condição de viver digno.
Isso merece uma profunda reflexão de nossa parte, para analisarmos até onde é válida a distribuição dessas benesses, nessa época, sob o pretexto de auxiliarmos aos necessitados. Analisemos melhor. Nessa época de Natal e na de Páscoa todas as pessoas pouco mais aquinhoadas, todas as pessoas que conseguiram um bom padrão de vida, graças, acima de tudo, ao seu trabalho, procuram distribuir cestas básicas – pequenos presentes – doces – regalos raros na vida dos que nada têm. Essa distribuição é feita de maneira espontânea e toda ao mesmo tempo, ou seja, nos demais tempos do ano nada a eles é distribuído.  No Natal o excesso, a extravagância, o desperdício.  Será que isso realmente é algo benéfico?
No bojo dessa dúvida resta-nos uma outra interrogação. Será que, no fundo, no fundo, não estamos fazendo essa distribuição para satisfazermos nossa consciência pelo pouco que fazemos em nosso dia a dia para auxiliar a esses mais necessitados? Que tal questionarmos o por quê de não fazermos isso mesmo em épocas que não são as dessas festividades?
Confesso, nessa coluna que me foi cedida para escrever algo que se possa dar para refletir, que nessa época sinto-me envergonhado quando veja, aos finais de tarde, nos domingos ensolarados, pessoas transitando em veículos, principalmente em camionetas enfeitadas, todos com gorros de Papai Noel procurando demonstrar a todos que os estão vendo “olha estou indo dar presentes aos pobres”. Será que isso é correto? Repito o que há muito tenho dito em outras oportunidades e nos mais diversos locais – Será que isso está servindo para realmente auxiliar aos desprovidos de maiores recursos ou está sendo feito para acalmar nossa consciência pelo pouco que temos feito no decorrer do ano? Será que estamos realmente auxiliando com as migalhas que damos de nossos bolsos? Será que não estamos fazendo toda essa demonstração para que todos vejam que somos mulheres e homens bons? Se assim estivermos fazendo, desculpem-me, mas está tudo errado. A distribuição de renda não é só obrigação dos Governos, das Empresas, das Entidades. Podemos fazer a nossa parte auxiliando no dia a dia. Os Necessitados precisam comer todo o dia. Precisam emprego todo o dia. Nós também podemos fazer nossa parte auxiliando alguém todo o mês, toda a semana ou que sabe, todo o dia. Que tal fazermos a nossa parte?

MAÇONARIA – Uma força viva na comunidade. (publicado no Jornal "O Catarinense" em 2006).

O ser humano foi colocado pelo Criador no epicentro do Universo, dotado de dons próprios e únicos dentre todos os seres até hoje conhecidos. Esses dons são centrados na condição do poder de discernimento e do livre arbítrio.
Essa maravilhosa condição está intrinsecamente ligada ao seu poder de discernimento, às sensações de medo, curiosidade, dúvida, certeza.
A Maçonaria é uma Entidade secular, construída nas sólidas bases da liberdade do ser humano, do seu entendimento que todos os seres humanos que habitam a terra devem viver como irmãos. Finalmente, como partícipes desse Universo, sua existência é tão insignificante ante a grandiosidade da criação de Deus que não existe qualquer justificativa para que alguém se ache superior a outros seus semelhantes. Todos os homens são iguais.
Na semana que passou foi fundada, na cidade de Tangará, a Entidade Maçônica NELSON PISANI, cujo acontecimento tornou-se um marco histórico para a Maçonaria da Região, pela importância que a mesma representa e pela maciça presença de mais de duas centenas de membros pertencentes àquela Augusta Instituição.
Ao Mestre José Carlos Pisani coube honra da Venerabilidade da fundação, em solenidade edificante, com organização impecável e fidalguia própria dos cidadãos Tangaraenses.
O grande momento da solenidade foi o discurso do Venerável Mestre e Presidente do ato – José Carlos Pisani – que bem lembrou sobre os mitos existentes nas mentes dos que desconhecem a maçonaria. Esses têm em suas mentes as mais escabrosas teorias de sua ligação às entidades demoníacas. O encanto das maravilhas da Maçonaria é para quem a conhece para saber dos seus reais ensinamentos. Esses estudos são dedicados à construção de templos às virtudes e da condenação aos vícios, às maledicências, às iras e aos pecados que sempre deprimem o ser humano.
O Maçon, pela sua própria essência, é um líder com compromissos para com sua família e sua pátria. Quando o Maçon age pensando em sua pátria, age ajudando a alavancar tudo aquilo que possa beneficiar toda a sua comunidade e sua região, porque assim o fazendo, estará trabalhando em favor da melhoria de sua pátria. 
José Carlos Pisani, num autêntico espírito maçônico, desde há muito vem procurando fomentar a disseminação entre os maçons, da necessidade de atitudes pró-ativas na melhoria das condições de vida dos mais necessitados. Um desses instrumentos é a urgente necessidade da melhoria das condições sanitárias de nossas comunidades.
Comungamos em todos os termos com o pronunciamento desse Venerável Mestre e junto a ele propomos esse desafio a todos os Maçons da nossa região para que, junto com as Autoridades constituídas, escolhamos um bairro, uma localidade ou equivalente e unidos congreguemos esforços para sua solução. Os governos têm disponibilidade financeira, até à Fundo Perdido, para ser aplicada em projetos com essa finalidade.  Entendemos que a Maçonaria, de mãos dadas com os Prefeitos Municipais, tem todas as condições para realizar esse trabalho apolítico. Que tal pormos mãos a obra?
  

IOMERÊ – Um povo bom, uma cidade linda. (publicado no Jornal "O Catarinense" em 2006).

Nos círculos de amizade de minha intimidade tenho sempre dito que, até aos meus quase 62 anos de idade, meu raio de existência não tem ultrapassado aos 50 quilômetros.   Assim o digo, porque nasci em Iomerê, vivi até os 12 anos em Arroio Trinta, lá permanecendo nos períodos de férias até os 17 anos, trabalhando em Videira até os 22 e, daí em diante, em Fraiburgo. Meu círculo de vida territorial restringiu-se a Iomerê – Arroio Trinta – Videira e Fraiburgo. Aliás, analisando bem, sou um homem privilegiado por Deus, pois todas essas cidades são lindas, onde todos nós podemos perambular pelas ruas, caminhando às soltas, tomando um café aqui, um chimarrão acolá. Passeamos a pé, pedindo como está a saúde do compadre. Bom dia Dona Maria como está a senhora? Você é filho do José? Não acredito! Como você está grande! Não é assim nossa vida aqui no interior? Pergunto: é possível tudo isso nas capitais? Não. Na maioria das vezes, não se conhecem nem entre visinhos. O stress do cotidiano é o eterno corre-corre na luta pelo ganhar sempre mais, porque as oportunidades do constante gastar é o grande desafio de todos.
Iomerê – que saudades da casa da minha nona, Maria Barbizan Pelle, mulher maravilhosa e linda, a melhor confeiteira de minha vida, onde o seu pão caseiro, imenso, macio como uma pluma, delicioso como o manjar dos anjos, assado naquele forno grande, a lenha, recoberto com gema batida de ovo. E aquele macarrão “furado”? (penne) E aquelas bolachas servidas em latas maravilhosamente fabricadas e com proteção interna de papel amanteigado? Nunca mais me esquecerei daquele parreiral repleto de uvas para serem degustadas, em pleno centro de Iomerê. Nunca mais esquecerei da maravilhosa Igreja, até hoje lá existente, sempre repleta aos domingos, quando todos, absolutamente todos lá se encontravam para muitas vezes rezar. Outras para lá desfilarem seus lindos vestidos rendados, outros mais para lá verem as lindas moças e, quiçá, serem agraciados com os olhares lânguidos das pequenas amadas, com um piscar furtivo e troféu máximo que o menino apaixonado poderia conquistar. Que saudades que eu tenho daqueles tempos em que as procissões de “Corpus Christi” eram um dos maiores eventos da então vila. Os senhores mais provectos e respeitáveis lá estavam comandando o cerimonial, as filhas de Maria e as senhoras do Apostolado da Oração, com muito orgulho ostentavam suas fitas e suas identidades de verdadeiras pregadoras de sua religião. E o senhor João Rech e sua esposa dona Rosina Rech? Quanta saudade desses meus padrinhos de batismo. Lembro-me perfeitamente da Cooperativa de Consignação e Consumo São Luiz, com sua sede grandiosa, naquele casarão de madeira com enorme porão onde eram fabricados os bons vinhos da época. João Rech a comandar o complexo que lá estava para abastecer a todos os seus associados. Um lojão, onde tudo podia ser encontrado. Como era bom ver o meu “nono” Aníbal Pelle fazer aqueles belos ternos e cortar o cabelo de todos os homens da vila. Como eu ficava triste com as intermináveis bebedeiras desse meu querido avô. Que saudade também do seu Edmundo Hentz outro alfaiate de fino trato de Iomerê, homem que sempre o vi como o mais sério dos trabalhadores. Esses dois eram responsáveis para deixar os senhores da cidade belos, aliás, às missas todos estavam sempre bem vestidos.
Iomerê, para mim, é um local sagrado porque lá estão as reminiscências de uma criança que sonhava com o Papai-Noel, que temia as bruxas, que muito chorou e muito foi feliz. Hoje Iomerê me deixa muito orgulhoso por ser uma cidade paradigma para todas as demais, por ter tido um exemplo de Administrador Público, pelas pavimentações impecáveis, pelos maravilhosos jardins públicos lá conservados, pela maior praça pública, pelas casas bem conservadas, pelo ar puro da cidade, pela ausência absoluta de ruídos.
Que saudades que eu tenho do médico Dr. Eder. E o Dr. Valdemar Mozzaquatro? Esse último um médico desbravador dos velhos tempos. Esses dois médicos exerceram esse sacerdócio em Iomerê e foram os precursores do exercício de uma das mais sagradas das profissões. Eles realmente foram aqueles que a pé, a cavalo, conduzidos ou conduzindo, levaram os lenitivos para seus pacientes, sanavam as dores com e exercício do conhecimento real do corpo humano. Esses deveriam ter suas estatuas na melhor praça da cidade e suas memórias cultuadas por todos os Iomereenses. E o povo de Iomerê? Esses são os verdadeiros heróis do cotidiano. Trazem o exemplo para todos os povos de como é possível construir uma comunidade solidária – segura – honesta e que sabem cultuar a religiosidade necessária para alimentar a alma e dar a real dimensão da seriedade e tornar agradável a vida de todos.

GABRIEL BOGONI – O amigo dos amigos. (publicado no Jornal "O Catarinense" em 2006)

O idioma dos povos, em qualquer língua falada, é movido por expressões que melhor traduz o sentido daquilo que alguém deseja transmitir. No português existe a expressão “Amigo dos amigos”, que no dicionário Aurélio é traduzido como “aquele que se mostra amigo verdadeiro, excelente; amigo do seu amigo.”
 Para todos existem amigos que ficam para sempre gravados no coração das pessoas. Uns se apegam a outros, mas não são amigos; outros têm pessoas ligadas, mas não têm amigos; outros mais, têm poucos amigos, no entanto, existem poucos que têm muitos amigos – são os amigos dos amigos.
A cidade de Videira tem o privilégio de ter muitos cidadãos amigos, pessoas extremamente afáveis, no entanto existiu uma pessoa que foi um luminar que veio a esse mundo e escolheu a cidade de Videira para transmitir as luzes de seu bom caráter, as estrelas da sua sensibilidade e o resplendor do privilégio da sua amizade – GABRIEL BOGONI.
Como já disse em artigos anteriores, meu compromisso para com essa coluna é escrever sobre assuntos que meu coração ditar, que minha revolta me permitir e que meu bom senso me obrigar.  Sobre Gabriel Bogoni meu coração há muito vem palpitando para mostrar, não o lado político, não o empresário nem o pai de família – meu coração está gritando há muito tempo para mostrar o Gabriel AMIGO DOS AMIGOS.
Esse homem, na sua intimidade, deu-nos os maravilhosos ensinamentos da verdadeira amizade, da leal parceria e do bom senso. Nunca participei da vida particular, dos negócios, do trabalho ou da política de Gabriel Bogoni.  Desde há muito anos, no entanto, convivi dos seus momentos de descontração, dos jantares descompromissados nas noites frias. Dos bebericares descontraídos dos finais de tarde, onde, muitas vezes cansados, nos encontrávamos na companhia de vários amigos de Videira ou de Fraiburgo, para sorvermos as cervejas caprichosamente geladas ao ponto ideal ou os bons vinhos de castas uvas viníferas.
Gabriel Bogoni sempre regeu com incomparável maestria a necessária separação entre os interesses profissionais ou familiares e, principalmente, os políticos, do cultuar dos verdadeiros amigos.  Nessas mesmas deliciosas noites descontraídas, por inúmeras vezes, dialogamos sobre a nossa política regional, onde ele, um dos grandes líderes do PMDB, venerado pelos seus correligionários, Prefeito Municipal por duas vezes da cidade de Videira, expunha suas convicções, defendia seus ideários, mas, acima de tudo, sempre soube respeitar aqueles que seguiam linhas políticas diferentes, como era o meu caso.
Inúmeras foram as ocasiões em que Gabriel sentou-se à mesa com adversários políticos respeitáveis que aos olhares do público criariam enormes espantos, no entanto, sua fidalguia fazia com que esses mesmos adversários se sentissem muito bem em sua companhia.
Esse cidadão sempre se preocupou com seus verdadeiros amigos chegando ao ponto de, inúmeras vezes, convence-los para, juntos, viajar rumo a outras cidades distantes para comemoração do aniversário de um de seus amigos do coração.   Uma caso concreto foi a visita ao nosso amigo e compadre Osnir Ribeiro, com duas pernas amputadas, adstrito aos passeios em sua cadeira de rodas, dentro da área de sua residência, muitas vezes por períodos superiores a seis meses. Gabriel obrigou-nos, em companhia de outros amigos comuns, a viajarmos rumo a Florianópolis unicamente para comemorarmos em forma de surpresa o seu aniversário.  Tais gestos resultaram em momentos da mais profunda emoção para todos.  Gabriel fazia isso constantemente para com os seus amigos do coração.  Ele sabia emocionar aos que privavam de sua amizade.
Gabriel deixa-nos um legado de exemplo de amigo leal e verdadeiro, confiando cegamente naqueles que nele confiavam e tal legado sempre ficou estampado para aqueles que a ele recorriam para a solução de seus problemas.  Gabriel foi gourmet dos mais refinados, exímio cozinheiro, sempre surpreendendo com as mais requintadas novidades de verdadeiros manjares.  Gabriel sabia comer muito bem e sabia beber o que de bom pode ser definido.  Inúmeras foram as vezes em que nós procurávamos beber um vinho que criamos ser um bom e barato e aí mesmo éramos alertados para tomarmos o bom vinho que nos apetecesse, independente de seus custos porque Gabriel sempre dizia: “na nossa idade se tivermos vontade, aproveitemos para comer, beber ou comemorar porque não sabemos o dia de amanhã” – Sim Gabriel esses mesmos teus amigos aqui estão seguindo teus ensinamentos. Fica com Deus, amigo.  Você jamais será esquecido por que você sempre souber cultivar amigos.

FRAIBURGO – o que está havendo com nossa cidade? (publicado no Jornal "O Catarinense em 2006).

Volto a falar novamente sobre a DEMOCRACIA, esse instituto do exercício do poder pelo povo. Nos países democráticos o povo realmente exerce o poder para escolher e, ao mesmo tempo, destituir seus governantes. Naturalmente que esse processo vai sendo exercitado num compasso diferente do tempo que queremos ou do tempo que gostaríamos que as substituições ocorressem. Assim tem ocorrido com todos os governos. Ocorreu com os governos militares - ocorreu com o governo Espiridião Amin – quase que ocorreu com Luiz Henrique da Silveira – ocorreu com o governo de Sebastião Dias de Andrade – ocorreu com Edi Luiz de Lemos.
Esses governos todos, com o correr dos tempos, foram se distanciando do povo, os anseios de todos os segmentos da população foram deixando de ser atendidos, os interesses particulares foram sobrepujando aos interesses da coletividade. Na maioria dos casos, o nepotismo, desavergonhadamente, sempre assolou o nosso poder público e, pior de todos, os amigos e apaniguados sempre foram atendidos regiamente, quando que aqueles que realmente necessitam, os cidadãos comuns são olimpicamente ignorados em seus direitos de cidadãos. O que está ocorrendo com nossa cidade de Fraiburgo?
O atual governo foi eleito com uma vantagem eleitoral histórica, criando-se as melhores expectativas para radicais mudanças de postura, no jeito de administrar a “res publica”.  A administração municipal do governo anterior foi tão desastrada no seu modo de gestão que conseguiu o fato inédito de unir adversários políticos tradicionais. Conseguiu convergir para o mesmo ponto todos os ideários políticos, da esquerda, da direita, do centro, todos com o mesmo objetivo – tirar daqueles administradores o poder de mando do município. Aliás, como pessoa humana merecedor do mais profundo respeito, no entanto, como gestor público um desastre.
Aquele foi o real exercício da democracia, onde o povo determinou a substituição dos mandatários com o recado de que esse poder fosse exercido para atender a comunidade como um todo, isento de cores partidárias e com o munus do exercício do poder público em detrimento dos interesses particulares.
Já no segundo período do mandato da atual administração municipal percebe-se que essa está seguindo outros caminhos que não o que foi dito no voto popular. Inicialmente deu-se a arrancada com perspectivas muito otimistas, no entanto, hoje, percebe-se que os mesmos velhos métodos começam ser praticados, os mesmos interesses particulares estão suplantando os interesses públicos. É impressionante o distanciamento que o governo municipal de Fraiburgo vem praticando com o povo e seus anseios. A maneira pouco simpática do tratar o povo vem irritando à forma de pequenas ondas, no entanto essas, paulatinamente, vêm se agigantando pelos nepotismos explícitos, esses descontentamentos vêm sendo alimentados pelas benesses de empregos e favores aos “amigos” e aos correligionários, essas insatisfações vêm demonstradas no próprio ambiente de trabalho dos funcionários públicos.
O que vem ocorrendo na APAE de Fraiburgo é algo realmente preocupante para aqueles que sempre estão atentos com o bem-estar dos seus usuários. Esse alerta é para que se procure realmente analisar o que está ocorrendo. Será que o corpo docente e funcionários daquela Instituição estão satisfeitos? É necessário que se detecte os reais problemas antes que os prejuízos para os portadores de deficiências sejam irreparáveis. A APAE de Fraiburgo é um Órgão que não pode ser utilizado para política. Aí o prioritário é manter a Instituição como algo que está no coração do Fraiburguense, aliás, como sempre foi até há não muito. 
E o nepotismo explícito que vem ocorrendo no preenchimento dos cargos públicos? Isso está se tornando algo simplesmente escandaloso onde a quase totalidade de familiares de prestigiados comissionados foram arranjadas em altos cargos públicos municipais. E os maridos de primas? E as empregadas particulares? E as cunhadas? E os cunhados? E as esposas? Desculpam-me, mas já se está passando da conta. O povo está vendo isso tudo. A resposta poderá vir com o exercício da Democracia. Aliás, o primeiro sinal da resposta já foi dado na última eleição para o Governo do Estado. Por favor, ouçam o povo porque, caso contrário, o aliciamento de políticos de outros partidos para sustentação do sistema não funcionará, porque o povo sabe votar. A urna poderá dar a resposta para os desmandos.

FRAIBURGO DOS ANOS 60 – Parte I. (publicado no Jornal "O Catarinense em 2007).

Esse é o primeiro de uma série de artigos que pretendo escrever, tratando por um lado, Fraiburgo dos tempos passados e por outro vértice, pretendo trazer em paralelo a história de uma empresa que faz parte de minha vida, assim como fazem minha família e os que quero bem. A Trombini de hoje, Facelpa de não muito distante e a Papelose de outrora.
Tudo isso, naturalmente, sob a visão daquilo que vivi, participei, sofri, fiz a felicidade e fui feliz.
Após minha saída do Seminário, onde solidifiquei meus ensinamentos fundamentais, trabalhei em escritório e lojão, na cidade de Arroio Trinta (cidade que ainda merecerá meus particulares escritos), isso no ano de 1963. Em 1964 trabalhei com pessoas especiais pela amizade que fiz e que até hoje conservo na pessoa do Sr. Heinz Goldbach da então Casa Ruecker Ltda. De 1965 a meados de 1967 trabalhei na Perdigão S.A., sempre elaborando as planilhas de custos e onde adquiri os ótimos ensinamentos administrativos que me seguiram pela vida.
Adalberto Schmitt Burda iniciou-me na vida longe da família, deu-me a oportunidade de alçar novos vôos, foi meu mestre, meu companheiro e meu amigo. Antoine Ferrandis, um Francês excepcional, foi o detentor do conhecimento que serviu de luminar para minha vida, definindo inclusive minha opção profissional dirigida para a área da contabilidade, embora minha eterna vocação fora sempre a advocacia. Pelo Adalberto Burda fui admitido como empregado da Papelose Industrial S.A. em 17.07.1967. Naquela época essa empresa estava saindo de sua primeira e profunda crise financeira que quase a levou a falência. Na verdade a então Papelose dos tempos do Sr. Hugo Frey, Antoine Ferrandis, Francisco Wroblewski (chico da pasta) Clodelcion Bahr, Iry Fantinel, José Farias e muitos outros heróis da época, só conseguiu sobrevida graças à raça daqueles homens que tinham verdadeira veneração por aquela empresa e por aqueles patrões, de modo especial pelo Hugo Waldemar Frey.
Nós – Jaime Bramatti (serramalte) – Luiz Borges Junior – José Farias – Osnir Ribeiro – Dr. Manfredo Conrado Croso - eu e mais tarde Irineu Secchi - os solteiros da época, mais ligados às áreas administrativas, morávamos na mesma pensão do “tio Líbero” – ou a pensão da Tia Nilda, esposa do Líbero. Quanta saudade daquele ambiente familiar, da Anelda, da Leninha. Ali tínhamos o ambiente de nossas casas, era a nossa família em Fraiburgo e a dona Nilda a nossa mãe. Até nos dias de hoje a dona Nilda ainda nos chama de seus filhos. Lá tivemos muitas alegrias, muitas bebidas, muitos momentos singulares como os maravilhosos sons do bandolim do Dr. Manfredo, então engenheiro industrial da Papelose, pai de filhos quadrigêmeos que moravam em São Paulo. O violão do até hoje amigo Xanca ou a gaita do Valdemarzão, na época só possível quando das suas saída ou retorno das viagens pelas empoeiradas estradas rumo aos grandes centros. No segundo meado de 1967 o centro de Fraiburgo resumia-se à hoje Rua Arnoldo Frey, tudo em barro, muito poucos automóveis. Tanto é verdade que era muito comum fazermos os nossos passeios (na época piquenique) com todos os familiares e amigos viajando numa carroceria de caminhão, aí conduzindo todas as tralhas para as refeições, repouso, cachorro, gato e tudo mais.
O transporte das mercadorias produzidas, na época pela Papelose – René Fray e Irmão S.A. – Vinícola e mais algumas serrarias era realizado pela Liberata, Curitibanos, São Cristóvão do Sul até a BR 116, em estrada de chão, sendo que nos períodos chuvosos era obrigatório o acompanhamento de tratores até a BR 116 para auxiliar no tracionamento dos caminhões. Nos dias de chuva a atual Rua Arnoldo Frey ficava totalmente intransitável sendo que os caminhões que por aí tentavam trafegar ficavam paralisados nos atoleiros formados no meio da Rua e cuja saída só era possível após vários dias de sol. Isso acontecia até o ano de 1968 em pleno centro da cidade. Nessa época estávamos em plena guerra da invasão dos Estados Unidos no Vietnan, sendo os Vietcongs inimigos dos Estados Unidos.  Fraiburgo tornara-se conhecida na região como “Fraicong”, justamente pela alta criminalidade que por aqui grassava. Toda a semana havia alguém assassinado pelos mais variados meios imagináveis – arma de fogo – faca – porrete – nos bailes – nos bares – no meio da rua – no interior. Nos finais de semana a curiosidade era saber onde seria o “entrevero” quem morreria e quem mataria. Quem surrava e quem apanhava. O jogo de truco era a grande febre da época entre os homens. Em absolutamente todos os bares, ao anoitecer, ocorriam várias rodadas desse tipo de jogo, com altas gritarias, jogadores em pé sobre a mesa, chegando-se ao ponto de, em determinada época, ter sido terminantemente proibido pela polícia o jogo de truco na cidade de Fraiburgo. Em outros artigos voltaremos com as nevascas – as estradas – telefones – os que mandavam em Fraiburgo – as grandes brigas – a União de uma comunidade – o rompimento dessa união – a política – os candidatos – e “otras cositas más”.

FALANDO COM MEU FILHO – Há dois anos que ele foi .... (publicado no Jornal "O Catarinense" em 2007)

Sabe querido filho, hoje estou sentado de fronte ao meu computador com olhar distante, como que te vendo por entre as luzes da tela branca. Você sabia que na segunda feira faz dois longos anos que você foi? Estou muito triste. Estou chorando copiosamente. Esse choro me faz parar de escrever porque meus olhos estão turvos pelas lágrimas. Meu coração, no entanto, continua ditando as palavras que meus braços não querem escrever.
Sim Marcelo, dia doze já faz dois anos que você disse adeus para nós. Deus assim O quis... Talvez porque o destino assim estava traçado... Talvez porque você já havia cumprido tua missão aqui entre eu, tua mãe Carolina, tua irmã Flavinha, teus irmãos Fernando e Fredy, teus diletíssimos amigos. Sei lá... Só sei que você foi. Só nos resta a dor. Não, só nos resta a grande dor. Não, não, ela é muito maior. Só nos resta a enorme dor. Sim, teu coração foi tão grande que só nos podia deixar uma dor do tamanho dele.
Marcelo, por outro lado nos restaram tantas coisas magníficas que você nos deixou e que nos faz rir, gritar, festejar.  Você nos deixou o teu filho Vitor Marcelo. Tua fotografia. A fotografia da tua alma de criança. A fotografia do teu coração sempre disposto e atencioso para com aqueles que a ti recorriam.  Lembra meu querido filho, o quanto você vibrava com a participação do Vitinho nos jogos da Olifrai aqui em Fraiburgo? Lembra que você chegou a inscrevê-lo para jogar futebol de salão e lá estava você gritando por ele?  Lembra que lá estava você xingando o Juiz pelas jogadas mais duras que faziam contra o teu filho? Pois é Marcelão, hoje o Vitinho está um menino alto, magro, aqueles olhos azuis como as ondas do mar estão cada vez mais iluminados. Aquele cabelo de castanho para loiro igual aos teus. É Marcelão, o Vitinho está cada vez mais lindo. Lindo fisicamente e, acima de tudo, com alma e coração lindos.  Igualzinho ao que você queria. Igualzinho ao que você sonhava. Igualzinho ao que você sempre ensinou. Ah... Outra coisa. Quero dizer-te que o Vitinho continua apaixonado pelo futebol. Está realmente um “cracão de bola”. Ele sempre me diz que vai fazer um teste no time do “coxa” (é muito azar o nosso). Continua fanático pelo nosso querido Palmeiras.
Marcelo, quanta saudade temos de você. Tua mãe, por quem tua atenção sempre foi muito especial sofre muito mais com a tua ausência. O coração dela está sempre apertado.  O sorriso dela desapareceu. Ela não gosta mais de dançar, coisa que ela sempre gostou de fazer. Sabe Marcelo, acho que até não sei mais dançar. Ela sempre reza muito, muito, muito. Às vezes vou até o quarto e lá está ela rezando e chorando. Nas missas ela sempre pede que seja para você.
Marcelo, uma coisa muito bacana aconteceu comigo, certamente com a tua interferência aí do céu, ou, como acreditam outros, do nível superior em que você está agora. Foi o fato de eu ir sempre ao cemitério em que teu corpo repousa e me sentir tranqüilo porque eu sei que lá está somente o teu corpo. Lá está simplesmente uma casca sagrada (sim esse é o termo que me vem à cabeça) que serviu de invólucro para tua alma, teu espírito. Quando lá vou rezar fecho os olhos e veja você subindo para o além. No início te via subindo mas ainda perdido, aí então eu pedia muito, muito, muito a Deus e ao Anjo da Guarda para que te conduzisse rumo a Luz. Sabe Marcelo que hoje te vejo, não mais perdido. Vejo você com aquele olhar triste que você sempre aparecia nas fotos, mas tranqüilo e sereno com tua missão de interceder por nós. Interceder principalmente pela tua mãe e minha querida Carolina que está muito precisando nos dias de hoje. Marcelo, depois que você foi, tenho ficado junto ao computador por horas a fio olhando as tuas fotos e percebi que você sempre teve um semblante triste, sabia? Triste mesmo nos teus sorrisos.  Acho que era um aviso que você iria nos deixar mais cedo. Será que era isso, Marcelo? Marcelo, quanta falta você nos faz no nosso escritório. Sempre vejo você adentrando infinitas vezes por dia e dizendo: “olha pai, o negócio é o seguinte...”. Sempre vejo teu semblante sendo iluminado e emitindo enormes vibrações quando você encontrava soluções para casos sem solução. Sempre te vejo, quando consultado, num “insite”, num estalo, dar a solução e o caminho para os casos mais intrincados. Marcelo, como era bom quando você e a Liz vinham almoçar na nossa casa aos sábados. Como a tua mãe caprichava naquelas receitas novas que ela fazia com o coração e que nós tanto gostávamos. Lembra que o Sábado era o dia das surpresas na comida da dona Carolina? Fica com Deus, meu querido filho. Tua missão aqui você cumpriu com muita dignidade. Repouse agora nos braços de Deus. Tua missão é outra e agradecemos a Deus por nos ter concedido a graça de tê-lo como nosso filho. Deus te abençoe meu filho. Nesse dia doze de Fevereiro nosso coração estará sangrando pela dor da tua partida. Teus amigos não cansam de chorar nesse dia porque você era o líder. Você era o companheiro, o Amigo.

DOUTOR WALDEMAR MOZZAQUATRO (publicado no Jornal "O Catarinense em 2007)

Um homem, um médico ou um anjo?
O Universo realmente é a prova maior da segura confirmação de um Deus infinito que está a olhar a magnitude da alma humana. A composição universal só aí está para mostrar para os agnósticos, que Deus é o Grande Compositor dessa maravilha que se chama Universo e Sua obra maior é alma humana.
Essa alma está configurada nos seres humanos, para uns os espíritos de um Plano Superior, para outros Santos. Para uns anjos na terra e no céu, para outros espíritos guias que nos acompanham e aí estão para nos guiar para o bem. Para uns somos feitos para nos dirigir para a santidade rumo ao encontro final no Trono de Deus, para outros passamos pela terra para aperfeiçoarmos nossos espíritos na busca da perfeição da Suprema Luz.
Todos nós, como espiritualistas, acreditamos na alma ou no espírito e, devido a isso, somos bons, somos não tão bons – sofremos – temos sorte – vivemos alternando caminhos sob o comando de nosso livre arbítrio.
Existem pessoas que vieram a esse mundo para ser os anjos da guarda de seus semelhantes, os espíritos para cumprir suas missões. Essas são pessoas particularmente aperfeiçoadas para fazer o bem aos seus semelhantes.
Um desses Anjos. Um desses espíritos superiores. Uma dessas bondades personificadas num ser humano veio ao mundo para espargir raios de felicidade e de leniência justamente em Videira e toda essa vasta região.
Esse Anjo tem um nome que conhecemos como WALDEMAR MOZZAQUATRO.
Desde que me conheço como pessoa, quando vivi em meu restrito raio de vida entre Iomerê, onde nasci. Arroio Trinta, onde vivi minha infância e adolescência, Videira onde me fiz homem e Fraiburgo onde me vejo avô, sempre vi, outrora lá distante, hoje como meu amigo, o Doutor Waldemar Mozzaquatro, curando os males, tirando as dores, consolando os aflitos, estendendo a mão àqueles que dele necessitaram arrimo.
Sempre vi o Doutor “Mozza”, nos salões dos Clubes Vitória da vida, dançando maravilhosamente aos sons das orquestras magistrais com toda a leveza dos mestres, conduzindo nos seus braços sua linda e deslumbrante Adiles. Sempre vi o Dr. Mozza invariavelmente, nos dias santificados, orando nas primeiras filas da maravilhosa Igreja Matriz da cidade de Videira. Parecia-me um santo pedindo aos Santos. Parecia-me um espírito bom dirigindo seu olhar de súplica aos seus Espíritos Guias para que dessem consolo aos seus doentes.
Doutor Waldemar Mozzaquatro é um dos médicos que realmente consubstancia a prova maior de que a medicina não é tão somente uma profissão, mas, muito mais que isso, o médico representa um sacerdote transfigurado em pessoas que vieram para amainar as dores, extirpar os males do corpo e da alma humana. Doutor Mozza foi e é esse sacerdote com alma de anjo porque soube viver dos desfrutes de uma vida alegre junto a uma sociedade que sempre o admirou porque sempre soube que aí estava um homem – um anjo – um espírito bom.
Dr. Mozza sempre foi o nosso médico do interior, cujas peripécias para salvar pessoas foram muito bem escritas em maravilhoso livro do Doutor Francisco Karam, seu colega de várias décadas de trilhas e também um anjo, também um curador de almas, também um Espírito ou, quiçá, um Santo entre nós.
Eu vi casais de velhinhos sentados na sala de espera do consultório do Dr. Mozza somente para com ele falar. A mansidão de suas palavras já era o lenitivo que esperava. Eu vi homens e mulheres aguardando ansiosamente a atenção do Dr. Mozza porque para eles aí estava a sua esperança – a sua cura – o seu remédio.
Eu vi o Dr, Mozza impossibilitado de realizar cirurgia, acompanhar sua cliente ao lado da maca com suas mãos suaves levando a mão de minha filha quando nasceria minha primeira neta. Eu vi minha filha chorando pela emoção quando falando do Dr. Mozza. Eu vi minha Carolina emocionada ao beijar as mãos desse Anjo ou desse Espírito bom. Finalmente eu vejo sempre a presença de Deus nos passos, nas palavras e na sincera amizade desse Anjo – desse Santo – desse homem e desse medico chamado Doutor Waldemar Mozzaquatro. Que Deus lhe devolva a saúde Dr. Mozza porque nós, homens imperfeitos, muito precisamos do senhor.
Videira especialmente, muito deve ao Doutor Mozza porque ele fez a maior de todas as obras que é a de tirar as dores – salvar vidas – reanimar almas. Não é o construtor de prédios, é moldador de corações, é reconstrutor de almas. Que Deus muito o abençoe.

DEMOCRACIA – o eterno modelo de fazer política. (publicado no Jornal "O Catarinense" em 2006).

A palavra DEMOCRACIA foi trazida para a língua portuguesa de um dos seus berços, que é o grego, significando, originariamente, O GOVERNO DO POVO.
Se analisarmos concretamente e procurarmos fazer um estudo com o pé no chão e isento de qualquer paixão ideológica ou partidária, veremos que realmente no Brasil a Democracia prevalece como o exercício do poder do povo.
Esse fenômeno é uma das coisas belas que vemos se tornando a grande realidade e que todo o brasileiro já está encarando como algo absolutamente natural.  Passaram-se os tempos em que um grande contingente dos eleitores exercitava seu sagrado direito de votar sob o comando de seus patrões, seus superiores ou seus genitores. Isso pode ocorrer em pontos isolados desse imenso território brasileiro, pode ainda ocorrer sob o teto de lares isolados onde, ainda, a determinação do chefe da casa é o paradigma para toda a prole.  Cada vez mais, no entanto, vai se tornando fato isolado.

O brasileiro é detentor de um senso crítico “sui generis” uma vez que passa às margens dos tempos fervilhantes da política demonstrando um desinteresse aparente, No íntimo, no entanto, vai formando sua opinião, desaguando-a nas modernas máquinas repositórias do voto inviolável de cada eleitor.
O eleitor moderno no Brasil, ao exercer seu personalíssimo direito de votar, o faz de maneira consciente e levado pelo seu sentimento de que aquilo que está fazendo é o absolutamente correto, independentemente da vontade daqueles que tentam incutir em suas mentes verdades diversas da sua verdade.

Lula e Maluf são dois exemplos que merecem nossa especial análise, como detentores de senso crítico e que procuramos entender a dinâmica dessa coisa maravilhosa que é a Democracia. Deixemos de lado os fatos se o primeiro foi conivente ou não a essa roubalheira desavergonhada que assolou o Poder Central. Deixemos de lado se o segundo apossou-se indevidamente de fortunas dos cofres públicos.  Vejamos simplesmente o fato de que Lula e Maluf, em meio às chafurdas que os envolviam foram os campeões de votos, num sistema democrático, livre e absolutamente transparente.

Lula venceu a eleição com o maior numero de votos que um brasileiro já teve.  Maluf foi o Deputado Estadual mais votado no Brasil. A “prima facie” vem-nos a mente um instinto de revolta pelo fato do eleitor brasileiro não saber votar, nem estar se interessando pela idoneidade de seus candidatos.

Permito-me discordar desse raciocínio, discordância essa fundada tão somente depois de buscar incessantemente entender o por quê desse fenômeno.  A verdade é que o eleitor brasileiro, no seu íntimo, vai produzindo seus ícones, seus heróis, aqueles que hoje ou um dia no passado foram os paradigmas do político ideal. 
A figura do herói, escondida no subconsciente, se aflora quando essa pessoa apresenta-se novamente como candidato salvador da pátria e, naturalmente, o sentimento da imediata empatia do passado volta à realidade do detentor do voto.  Esse sentimento das coisas boas do passado volta determinando a sua opção pelo voto. O eleitor não vota analisando a realidade do presente, mas tão somente na pessoa que aquele seu ícone foi no seu passado e que sempre povoou seu imaginário. Lula sempre foi o eterno candidato que se identificou com o trabalhador simples, como um do seu meio.  Maluf sempre foi construído no imaginário do eleitor brasileiro como aquele que realiza trabalhos que saltam às vistas de todos. Como um trabalhador inveterado e como um homem de inteligência privilegiada.  Ambos são heróis para parcela significativa dos brasileiros e sempre serão detentores de muitos votos independentemente do que se disser sobre eles.

CORRUPÇÃO – Meu Deus do céu, para onde vamos? (publicado no Jornal O Catarinense em 2006)

Desde há muito tempo venho acompanhando, como todo o brasileiro o faz, o andamento das fenomenais descobertas da corrupção que vem assolando esse nosso Brasil.
Com o andar dos tempos, cada vez mais venho preocupando-me seriamente com o andar galopantes desses verdadeiros assaltos que o nosso erário público vem sofrendo. Esses verdadeiros esbulhos vêm ocorrendo com uma desfaçatez como nunca imaginado que pudesse acontecer no País de meus sonhos, na terra que viu nascer meus filhos e aos quais sempre procurei incutir como um ensinamento básico, a honestidade e a ética. Em que País estamos, meu Deus do céu. Isso não pode acontecer num País constituído de mentes brilhantes, de homens dignos e de autoridades que têm as necessárias condições para dar um basta nisso tudo.
Quando vejo nos noticiários televisivos, nos periódicos ou mesmo nos diários escritos uma polícia federal arrombando com depósitos clandestinos, com figurões sendo conduzidos nos camburões e com os grilhões das algemas como o símbolo das suas bandidagens, até há pouco tempo, pensava eu, que estávamos no caminho do desbaratamento dessa bandalheira.
Ledo engano o meu – com certeza toda essa demonstração de pretensos paladinos da moralidade, a Policia Federal sempre procurou agir de maneira espalhafatosa, com os holofotes televisivos servindo para satisfazer as egocêntricas Autoridades, na maioria das vezes utilizando-se desses meios para humilhar e constranger pessoas distantes das transgressões criminais.
Fiquei estarrecido quando vi, em revista de circulação nacional, que das 785 pessoas detidas nas 20 últimas grandes operações, 94% estão em liberdade. Esse é o retrato dos nossos dias.  De um lado, holofotes – algemas – entrevistas em rede nacionais – camburões – por outro lado todos esses saindo de fininho pelos portões dos fundos – distantes dos holofotes – com as algemas quebradas.  As televisões globais distantes porque não interessa mais o assunto ou, ainda pior, quiçá para servir aos interesses políticos de transmitir uma imagem falsa de que se está resolvendo o problema.
Sinceramente, sinto-me como mais um entre os milhares de brasileiros que estão sendo ludibriados por prisões fantasiosas sem ser mostrada a outra face da moeda, que é a liberdade para esses malfeitores e assaltantes da economia do povo.
Temos exemplos gritantes para comprovar tais disparates. Vejamos, esses verdadeiros bandidos do golpe denominado “dossiê dos tucanos”. Foram apanhados em um hotel com malas com valores próximos a 2 milhões de reais. Denúncias por empresas e empresários que merecem estar nos fundos dos cárceres públicos. Crimes assumidos por essa gangue.  Tudo isso está acontecendo nos nossos Palácios Legislativos, patrocinados e, como mentores, os responsáveis pela condução de nosso País, no entanto, estamos percebendo que tudo será considerado como um “mal entendido” como algo que não era “bem aquilo”.  Ora, isso já deveria ter sido alvo do necessário indiciamento criminal, porquanto os indícios são mais do que evidentes. Quem tem que provar que não são os culpados é essa tropa de bandidos de colarinho branco. Quem tem que provar são esses ladrões travestidos de churrasqueiros chiques, de Diretores de Bancos. Quem tem que provar é essa bandidagem intitulada de seguranças de alto padrão. Basta vermos que o próprio termo do processo criminal é denominado de INDICIAMENTO, ou seja, são necessários indícios para que se deflagre o competente processo criminal.  A pizza já está à mesa.
Outro exemplo terrível de que nada acontece é o caso de um político do Estado do Pará. Homem que construiu verdadeiro império à custa do dinheiro público. Esse também foi preso por denúncias de fraudes na Sudam – Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia – Esse político corrupto responde por cinco processos no STF – acusado por 12 crimes de – corrupção – estelionato – lavagem de dinheiro – formação de quadrilha – Vários desses crimes e outros mais foram por ele praticados quando era Governador do Estado e Ministro da Reforma Agrária. Num dos crimes simplesmente transferiu um milhão de dólares do Banco do Estado do Pará para sua conta particular. Hoje é político influente dando as cartas no Governo Federal.
Para onde vamos, meu Deus do céu? Precisamos urgente de homens e mulheres indignadas para dar um basta a isso tudo. Precisamos de muitas operações MÃOS LIMPAS para acabar com esse festival de roubalheiras.

COMO É BELO O MUNDO QUE IMAGINAMOS (publicado no Jornal O Catarinense em 2007)

O mundo da poesia é tão belo, por que não é real?
Nos idos tempos das décadas primeiras de meu viver, quando comecei ver aquele meu pequeno mundo com meus próprios olhares via-o colorido porque coloridas eram minhas histórias. Meu pequeno mundo, nos anos cinqüenta, resumia-se a histórias de um menino franzino correndo pelas ruas, pelas áreas “empotreiradas” e pelas roças de pequenos agricultores da então vila de Arroio Trinta.
Lá, numa das Escolas Reunidas, nos reuníamos na companhia de todas as crianças e adolescentes. Aprendemos, além dos ensinamentos de professores interioranos que transmitiam o saber com alma e com o coração. Aprendemos, nos sábados matinais e obrigatórios, em formação quase que militar, participar de horários cívicos com o hasteamento da bandeira nacional, mão direita sobre o coração, cantávamos com espírito verdadeiramente patriótico todos os hinos. O hino Nacional - hino da independência – hino a bandeira. Não havia sequer um aluno na escola que se poderia imaginar que não soubesse qualquer um desses tributos a Pátria.
Naquela época éramos desprovidos dos meios de comunicação existentes hodiernamente. Nossa imaginação limitava-se ao nosso pequeno mundo. Sim, pequeno mundo porque nossa única comunicação com o mundo dava-se pelas ondas curtas dos rádios religiosamente instalados em locais privilegiados que poderiam ser ouvidos da maneira mais confortável possível, primeiramente aos nossos pais e, depois, em segundo plano a nós os filhos.   Como era bom aquele tempo em que nada ouvíamos de criminalidade, de roubos, nepotismos.  O máximo de maldade que sabíamos fazer era roubar as laranjas dos quintais dos visinhos.
Nossa imaginação era colorida porque sonhávamos acordados quando podíamos brincar de médico. Sim de médico porque em nossas escolas aprendíamos a tratar sobre os primeiros socorros. Lembro-me de quão orgulhosos saíamos da escola, em pleno turno de aprendizado, vestidos em guarda-pó branco com a enorme cruz vermelha no peito, caixa de primeiros socorros e lá íamos normalmente um casal de alunos, rumo a residência do aluno faltante para prestar-lhe os primeiros socorros. Naturalmente que em nada contribuíamos com a melhoria da saúde de nosso companheiro convalescente, no entanto de lá saíamos com a certeza de termos contribuído decisivamente com sua melhora.
Hoje vejo quão úteis foram aqueles ensinamentos. A melhoria real sempre foi em nossa alma. O espírito solidário e aprendizado indireto permaneceram indelevelmente gravados em nossos espíritos.
A poesia da alma leve sempre soube estar presente na mente daqueles que sabem sonhar, daqueles que sabem entender o mundo ideal de nossas existências. Naquele tempo aprendíamos a poesia como ensinamento outro qualquer. Todos sabíamos os clássicos “minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”. Sabíamos de Castro Alves em seu celebrado e concelebrado O NAVIO NEGREIRO -   “Stamos em pleno mar ... doudo no espaço brinca o luar – dourada borboleta; e as vagas após ele correm ... cansam como turba de infantes inquieta. Stamos em pleno mar ...”
Os poetas dos dias modernos também sonham porque a poesia os faz sonhar. Assim sonha Dante Ramon Ledesma: “Quando o homem veio e desceu da cruz o cimento bruto transformou-se em pão. As pessoas riam sem fechar a boca. Nobres carrancudos não, não disseram não, mas se entrelaçaram numa roda grande parecendo luz de um disco voador. Nessas mãos macias não havia chagas só botões de rosas pra cantar o amor.
Quantas pombas necessita o mundo para que o homem volte a acreditar na paz
Quantos inocentes terão a morte até que alguém encontre um sonho novo para a liberdade.
Quantos Chico Mendes chorarão o Amazonas ou quantos Che Guevarras pela ternura lutarão para que Ghandi plante nesta terra o amor. Necessitamos paz. É para todos que eu canto de todos os continentes, arrastando inocentes que sua história deixou para atrászssim sonha Dante Ramon Ledesma: hara.mao decisivamente rimeiros socorros e ldos da maneira mais confort
Sim, como é belo o mundo que imaginamos em nossas mentes poéticas onde vemos um mundo colorido. Combatamos com nossas manifestações corajosas aqueles que denigrem nossos mundos coloridos, nossos mundos de águas límpidas e de homens honestos.

C A I O P I S A N I - A nossa região perdeu o homem, o amigo, o irmão ..... ficou o seu exemplo. (publicado no jornal O Catarinense em 2007)

É próprio da trajetória de todo o ser humano sofrer as grandes dores e as grandes separações daqueles que nos são caros. Particularmente tive separações que doeram minha alma, a maior de todas elas foi a trágica morte de meu filho querido, Flávio Marcelo, que levou consigo parte de meu coração. Separações outras houve como a morte de minha irmã, meus pais, grandes amigos.
Na semana que passou, indubitavelmente foi uma semana de muita tristeza para meu coração com a trágica morte, em acidente automobilístico, do meu amigo, companheiro de homéricas lutas em defesa de interesses comuns e, acima de tudo, de um irmão de crença nos princípios da liberdade, da fraternidade de igualdade entre os homens. Seu nome JOSÉ CARLOS PISANI, ou o nosso CAIO.
Santa Catarina, a região do Meio-Oeste, Tangará e Monte Carlo, acrescente-se a isso os setores madeireiros, reflorestadores e papeleiros, não têm ainda consciência da grandiosidade da perda com a precoce morte desse grande homem, Caio Pisani.
Caio sempre foi aquele que puxava a corda, aquele que a todos empurrava, aquele que à frente brigava por todos. Eu testemunhei quando, de forma sorrateira e no calar da noite, tentaram criar parques, reservas ecológicas e áreas de preservação ambiental nas regiões do meio-oeste e oeste Catarinense, sem ao menos consultar os legítimos proprietários, Caio Pisani movimentou o mundo, autoridades, entidades sindicais, Federações, políticos na defesa do pétreo direito de propriedade.  Movimentou mesmo sem ter qualquer interesse seu atingido. Trabalhou porque viu que aí se concretizava uma das inúmeras injustiças que se faz por esse Brasil afora. Essas injustiças eram contra seus amigos e injustiça contra seus amigos era injustiça contra si. Eu vi incontáveis vezes Caio sentado nos rústicos bancos de madeira, saboreando a pinguinha, o cigarro e a ponta de prosa com seus humildes trabalhadores, igualando-se aos níveis daqueles. Eu vi seus humildes amigos chorando copiosamente, nos cantos das casas, nos descampados do CTG a dor da separação de seu grande amigo e seu protetor.
Caio Pisani era o grande líder, o grande timoneiro, o destemido empresário que defendia com hombridade aquilo que era de direito dos empresários que, como ele, eram atingidos pelos falsos preconceitos daqueles que vivem à custa do dinheiro público. Esses por aí convivem para pregar a cizânia, a luta entre classes, a mentira escandalosa contra empresário pelo simples fato de vê-los mais ricos.  Caio era um rico que não tinha vergonha de ser rico. Era um rico que sabia das suas responsabilidades sociais. Eu vi e testemunhei Caio defender intransigentemente empreendimentos seus e de seus familiares que não traziam lucros para os quais foram investidos. Defendia-os porque imensa era a sua responsabilidade social para aqueles que gravitavam ao seu redor.
Eu vi Caio desenvolver inúmeros projetos com o único objetivo de incentivar as Comunidades ligadas aos seus sentimentos para encontrar novas opções de crescimento.
Caio Pisani foi o maior exemplo de empresário consciente da necessidade do seu envolvimento político e para isso foi fundo. Caio era extremamente respeitado por absolutamente todas as esfera políticas. Autoridades do mais alto quilate paravam para ouvi-lo. Os mais sensatos, os mais preocupados com a realidade dos fatos e do mundo vinham aconselhar-se com Caio Pisani, porque todos sabiam que esse era honesto em suas ponderações e solícito quando necessário.
Caio jamais usou da sua respeitabilidade para benefício próprio, muito pelo contrário, sofreu as mais profundas injustiças pela sua exposição como homem que representava o poder econômico. Caio nunca teve medo de expor-se como empresário, como gestor do desenvolvimento sustentado, como defensor do reflorestamento modernamente econômico e capaz de atrair riquezas e propiciar as desigualdades econômicas. Caio Pisani foi profundamente humilhado por Autoridades que deveriam ser as primeiras, antes de usar da espada sobre a honra das pessoas, analisar e ir à busca da verdade. Particularmente estou sentido demais o vácuo deixado por Caio Pisani que dificilmente será suprido por outro empresário com o mesmo ímpeto, com a mesma paixão e com a mesma qualidade. Esperemos que novos líderes verdadeiramente responsáveis paulatinamente assumam posições no sentido da defesa do setor empresarial para, politicamente fazer frente àqueles que irresponsavelmente pregam a cizânia por ignorância ou para atender a interesses de empresários de países outros e contra o desenvolvimento das regiões interioranas e conseqüente redução das desigualdades sociais da nossa região.
Obrigado Caio Pisani – tua missão por aqui acabou, mas teus exemplos e teus ensinamentos permanecem para sempre. Vá rumo a Luz porque Ela a ti pertence. Você, com certeza, foi um Irmão com espírito voltado para o cantado no Salmo 133 – Como era bom e saudável ter você como irmão.

BETO LEAL - O adeus a um Amigo e Irmão. (publicado no Jornal O Catarinense em 2007)

Existem os momentos de nossas íntimas solidões onde sentimos o palpitar da mão de Deus que, aos poucos, vai se achegando ao nosso coração para tentar acaricia-lo e nos dizer, bem ao pé do ouvido, “meu filho, entendo tua dor, mas era necessário que ele viesse até Mim para cumprir sua meta de Luz”.
Não conseguimos ouvi-Lo direito porque nosso coração está condoído demais pela dor. Nosso coração está seriamente destruído pelas dores que temos passado em nossa trajetória de vida. A dor da separação jamais conseguirá ser nossa companheira porque o nosso coração e essa realidade da separação são elementos que jamais se fundirão em nossas vidas.
A dor da separação de nossos pais é uma dor previsível e com o passar dos tempos torna-se uma doce lembrança, melancolicamente doce, porque nas manhãs de frio, quando acalentamos nossas frontes com os raios matinais e nossas dores com o suave pensar de nossos filiais convívios, nos sentimos alentados. Alentados pela eterna lembrança daqueles colos aconchegantes, daqueles beijos maternais. Alentamo-nos com as eternas lembranças daqueles maravilhosos, às vezes pobres, mas maravilhosos almoços familiares feitos nos domingos ensolarados.
Quando perdemos nossos amores e nossos rebentos essa é a dor suprema, porque eternamente inconsolável. A ferida, com o passar dos tempos, contraria a lei natural que segue o mundo porque ela aumenta. Aumenta. Eternamente aumenta. Como é dura essa dor. Como é triste essa lembrança.
Beto. Meu queridíssimo amigo Beto. Meu Irmão Beto, que pelos mesmos sentimentos e pelas mesmas crenças nos escolhemos como irmãos. Você foi. Lá de Cima, meu irmão, veja aqui o meu suave acenar de “até logo”. Minhas lágrimas rendem-te o maior dos tributos de um amigo e de um irmão. A infelicidade fez-me ausente na tua última estada entre nós, mas saiba meu irmão, eu muito te amo, porque amo muito os que são de bom coração. Amo muito os bons que Deus colocou nesse mundo para servir de exemplo. Você, amigo Beto, foi bom. Você, meu Irmão Beto foi Justo e foi Perfeito, por isso foi de coração Limpo.
 Desculpem-me diletos leitores, mas muitas vezes o coração fala tão alto que ressoa em nossos “escreveres”.  Carlos Alberto Leal – popular Beto Leal realmente foi um dos meus mais queridos Irmãos pelos princípios fundamentais que regeram e regem nossas vidas onde acreditamos que todo o ser humano deve ser – livre – justo – irmão e igual. Beto Leal realmente sempre teve sua vida pautada por esses princípios inarredáveis de crer no ser humano como a criatura criada por Deus para reger os destinos do Universo.
Beto foi um homem que nos deixou o legado da crença no Grande Arquiteto do Universo - Deus.
Minha lembrança será daquele maravilhoso amigo, que quando me via eu o sentia com olhar brilhando mais. Eu o via abrindo um sorriso que só ele sabia manifestar porque me via como o seu leal amigo do coração. Seus cabelos, já grisalhos, refletiam a prateada cor da alegria e da altivez daqueles que deixam seus olhos transmitir o que o coração sente.
Lembro-me dos inesquecíveis abraços que nos dávamos quando a pouca distância do tempo nos separava. Era o abraço fraternal da saudade real de um amigo que estava distante. Era coração encostado em coração. Era a nossa forte e conhecida batida nas costas que nos identificava porque era o sinal de dois amigos e dois irmãos que se encontravam.
Beto, você sempre me emocionava porque você sempre sentiu prazer em ser meu irmão e amigo. É devido a isso que meu coração chora mais uma vez copiosamente. Até parece que esse meu coração já está querendo se acostumar com a dor.
Meu amigo Beto, como foi boa minha última visita em tua casa. Lá você estava com tua querida Giovana. Você combatendo como um guerreiro imbatível contra uma doença que me pareceu que não te venceria. Lá te encontrei, com as seqüelas sim do tratamento, mas falando de tua cura certa, que me convenceu. E a tua Giovana! Quanta dor no coração dela! Deus a proteja.
Vi a tua Giovana extremamente linda pela felicidade de tê-lo ao seu lado. Fiquei impressionado pelas luzes que ela transmitia em seu olhar de crença na tua cura. A Giovana te dava muita luz, meu amigo. Leva contigo essa eterna luz junto a Deus para poderes alentar aos teus que tanto te amaram. Leva contigo a eterna luz dos teus filhos que aqui ficaram sufocados pela dor de tua ausência. Leva contigo a luz dos teus amigos e irmãos. Juntos oraremos por ti, amigo e irmão.