quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA.


O mundo moderno diferencia-se do mundo dos nossos ancestrais em face da própria evolução do homem em sua condição gregária e social.
Outrora os costumes eram outros, no entanto, na área do lazer e da descontração, entendo que o Brasil rompeu barreiras impensadas nos tempos de outrora. O Carnaval do Rio de Janeiro é algo realmente singular cuja modernidade transparece por entre os poros do povo carioca, de uma maneira toda especial. Lá a nudez realmente é o símbolo da beleza.
O maior espetáculo da terra, segundo a legião de profissionais no campo do entretenimento quando em linguagem bem poliglota, tentam vender a grandiosidade daquele espetáculo ímpar, é algo realmente deslumbrante, magnífico, suntuoso e moderno.
Novamente estive presente a esse espetáculo que toda a vez que dele participo, no seu templo maior – A Marquês do Sapucaí – simplesmente fico extasiado pela grandiosidade, inexplicável beleza, sonoridade ímpar e exemplo de organização que aquele espetáculo é apresentado ao mundo.
Trata-se de um palco com capacidade para setenta e duas mil pessoas como assistentes onde os sonhos são apresentados sob forma de beleza, sensualidade e forte apelo profissional. O Carnaval no Rio de Janeiro é algo realmente muito sério e tratado com extremo profissionalismo, daí resultando um espetáculo voltado para o mundo porque jamais vi tantos povos convivendo com aquele povo maravilhoso que é o carioca. Nunca vi tantas pessoas das mais diversas etnias, nunca ouvi tantas línguas sendo faladas ao mesmo tempo ao meu derredor, nunca vi rostos tão estranhos, tantos rostos tão lindos, tantos rostos mais feios, no entanto também nunca vi tantas pessoas tão parecidas entre si, porque a indumentária padrão na quente Rio de Janeiro nada mais é que um short, uma camiseta, um calça bem leve.
O povo carioca realmente é a imagem de um Brasil que o mundo inteiro gosta. O carioca é um povo com um sorriso maroto nas faces, com um sotaque de uma sonoridade fascinante, com o andar  de uma malemolência apaixonante e, acima de tudo, um povo que, de uma forma descomplicada, a todos apaixona.
Sempre que eu falava com um carioca tinha a cristalina impressão que, de há muito o conhecia. Como deve ser bom ser carioca.
Naquela terra realmente o Cristo faz morada entre os bons de coração e os que tem o bem como uma missão nossa na terra. No Rio de Janeiro até a favela é bonita. Bandidos existem sim, como também existem bandidos em todas as grandes cidades do mundo e, de modo todo particular, onde a desigualdade ainda é muito latente e o Rio de Janeiro é a própria imagem dessas desigualdades. Lá residem as maiores fortunas do Brasil, mas lá também residem as maiores misérias dessa terra de Santa Cruz.
Passei por entre muitas favelas de forma deliberada para ver a realidade por esse lado mais sujo da vida. Lá vi o ótimo trabalho que está sendo feito com a pacificação de muitas favelas. Lá vi um povo simples como qualquer outra cidade. Lá vi senhoras dando o duro para levar o alimento para suas casas. Lá vi crianças desnudas perambulando por entre vielas, umas felizes, outras tristes, umas limpas e asseadas, outras menos. Na maioria delas, nas palavras do nosso guia, até não muito tempo, era impensável por lá transitar. Hoje todos aqueles moradores periféricos respiram o ar da liberdade. Sim o ar da liberdade porque os maiores prisioneiros da bandidagem são os próprios moradores das suas comunidade.
A Marques do Sapucaí é o lado “vip” do Carnaval carioca transmitido para a diversão e deslumbramento do mundo, no entanto esse glamour todo é feito por esse mesmo povo simples do Rio e a prova maior que o povo humilde também gosta muito da sofisticação, da beleza e do esplendor.
O estar na Marques do Sapucaí, de modo especial nas frisas, onde estive, é algo simplesmente  de uma beleza inimaginável, onde o som, luzes, luxo e beleza fazem o deslumbramento dos presentes.
Que bom seria se cada brasileiro um dia pudesse ver “in loco” esse que, também para mim, é o maior espetáculo da terra.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 612 - 22/02/2013.

E A NOSSA SAÚDE ?


Em relação a saúde a Constituição do Brasil assim estabelece em seu Artigo 196:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Já, sobre a segurança pública, assim estabelece a mesma Mater Lex, em seu Artigo 194:
A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:


Observe-se uma diferença transcendental em ambos os dispositivos estabelecidos numa Lei que que é um Ordenamento mandamental que não se discute – cumpre-se.
A diferença é muito grande. Na Saúde “é um direito de todos e um dever do Estado”. Já sobre a segurança pública é “um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”, ou seja, sobre a saúde É DEVER DO ESTADO e pronto, mas na segurança existe o diferencial que a responsabilidade é de todos, assim, para a saúde, quando necessário, as providencias devem ser tomadas obrigatoriamente pelo Poder Público, que na Constituição é denominado de Estado.


Juridicamente falando, por Estado entende-se – Nação – Estado – Município, ou seja, conforme www.significados.com.br, “É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada.”
Em Fraiburgo o Prefeito Municipal eleito, Ivo Biazzolo, assumiu o poder municipal em primeiro de Janeiro já com um mega problema às suas mãos que foi o anúncio da direção do Hospital Divino Espirito Santo que estariam encerrando as atividades ao final de Janeiro, o que realmente ocorreu. Naturalmente que o tempo agiu contra qualquer possibilidade viável do Prefeito dar uma solução definitiva para a população.

Entendo que as providencias foram imediatas, dentro daquilo que foi o possível, para uma solução temporária mas que não deixasse a população ao desamparo. O atendimento emergencial foi aprimorado no próprio Pronto Atendimento e mais disponibilidade de transporte de doentes. Por outro lado, ante a impossibilidade do atendimento no Hospital local, a municipalidade contratou emergencialmente os serviços de um Hospital em Videira que atende a todos os doentes de Fraiburgo que para lá são conduzidos. Assim, temporariamente todos os doentes de Fraiburgo estão sendo assistidos pelo próprio PA e para os casos de maior gravidade o Hospital e médicos de Videira realizam o atendimento hospitalar, tudo isso com o transporte para aquela cidade com viatura apropriadas, com praticamente a mesma demora e até com uma qualidade melhorada, embora que tais procedimentos ainda são em caráter provisório.
O Hospital Divino Espirito Santo, único em Fraiburgo é devidamente equipado com Centro Cirúrgico compatível com as necessidades mais urgentes para a cidade, com infraestrutura necessária de leitos, enfermarias, raio X e demais equipamentos necessários para os atendimentos de maior gravidade. Entendo que é necessário que se vá a fundo para detectar o que realmente ocorre que poucos médicos estão dispostos a permanecer em Fraiburgo. Qual o motivo que levou o único anestesista que aqui residia e trabalhava a desistir de aqui continuar trabalhando e partir para novos desafios. Naturalmente que as Entidades que mantem e administram o HDS não podem continuar tocando esse nosocômio com prejuízos elevados e constantes, no entanto, algo de errado há, porque os atendimentos pelo SUS simplesmente desapareceram, quando em outras cidades isso tudo funciona, como é o caso da cidade de Videira e, para aquela cidade, existe a possibilidade de contratação de novos médicos vindos de outras cidades. Resta a pergunta, por que para Fraiburgo existe a dificuldade de novos médicos e para Videira esse mesmo problema não existe? Por que?
Confesso que fiquei pasmo com a Administração anterior que a tudo assistiu à distância, deixando a bomba explodir da maneira que ocorreu. Será que foi a adoção do principio que muitos políticos adotam de “quanto pior ficar, melhor será? Pior ainda é que vejo em Redes Sociais pessoas intimamente ligadas a autoridades que detinham o poder e a obrigação de bem encaminhar o problema não o fizeram e ainda mais, bem pior, ousam criticar os mandatários atuais como relapsos.
Ao que sei, nos próximos dias o Governo do Estado estará reunido com as Autoridades do Município e com o devido tempo, com certeza haveremos de ter uma solução definitiva, embora tenho eu sérias dúvidas se as ideais, isso porque a saúde pública é um caos no Brasil, não seremos a exceção. 

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 611 - 08/02/2013.