quinta-feira, 30 de maio de 2013

AGROCERES PIC - O marco da evolução.

A convite do Prefeito Municipal de Fraiburgo, dia 21 de Maio de 2013, participei da inauguração da UDG - FRAIBURGO, da AGROCERES PIC. Trata-se de uma Unidade de disseminação de Gene instalada em uma área de aproximadamente 50 Alqueires de terra, minuciosamente escolhida para ser implantada e cujas características são de importância primordial, em face da absoluta necessidade da biosegurança que instalação desse porte necessita.
Fiquei extremamente impressionado com a mais alta qualidade das instalações, onde o centro de gravitação de toda a tecnologia está plantada na absoluta segurança para a proteção da qualidade do produto daquela Unidade.
Senti-me realmente orgulhoso em ser fraiburguense porquanto, após uma passagem  pelas instalações brilhantemente apresentadas, reuni-me comigo mesmo, em meu íntimo e procurei analisar o quanto de bom é essa inovação para Fraiburgo. Ví, nesse filme de meu subconsciente a enorme projeção do nome da cidade de Fraiburgo, como um polo da
A UDG - FRAIBURGO, da Agroceres PIC, é a maior e mais moderna da América Latina, estando em absoluta equiparação com as mais modernas do mundo e no topo da pirâmide genética de suínos. Essa Unidade em Fraiburgo, aliada à de Patos de Minas, terá um plantel para coleta com mais de 700 machos e para uma produção de mais de um milhão de doses de sêmen.
Todas as instalações dessa UDG (Unidade de disseminação de Gene) foram idealizadas e construídas dentro dos mais rigorosos sistemas de segurança disponíveis no mundo para a absoluta garantia da qualidade que dela derivará para o mercado da suinocultura brasileira e mundial.
Tamanha é a tecnologia e a automação que comportará a necessidade de somente sete pessoas para mante-la a pleno funcionamento.
Senti-me orgulhoso em participar da sua inauguração com direito a visita em todas as instalações porque foi uma oportunidade única, vez que, encerradas as solenidades, quem as viu, viu. Quem não as viu não mais terá essa oportunidade porquanto o acesso de pessoas que não trabalhadoras na Unidade não mais será oportunizado. Tudo isso em homenagem à biosegurança do sistema.   
As autoridades municipais de Fraiburgo, da Administração atual e da anterior estão de parabéns porquanto a visão de futuro deve ser dirigida mais para o alto uma vez que a alta tecnologia está aí a exigir uma mão de obra cada vez mais qualificada. Foram-se os tempos da mão de obra desqualificada, do trabalhador eminentemente braçal. Nos dias modernos, da robótica, da internet, intranet, da inteligência a qualificação é de importância primordial e esse qualificação passa pelos bancos escolares, pelas escolas técnicas, pelas Universidades. Foram-se os tempos da colheita da nossa maçã por peões comandados por braços fortes. A prova maior está nas causas da erradicação de vastas áreas de nossos pomares. Falta de mão de obra para colheitas.
Nas palavras do Diretor Superintendente, a AGROCERES PIC, pela sua UDG-FRAIBURGO “marca um novo tempo para o desenvolvimento da suinocultura”, quando por outro lado, o seu Presidente afirma, e eu acredito, “ela foi concebida com o que de melhor existe no mundo” e o nosso Prefeito, com a satisfação estampada em seu semblante, afirmou “A Agroceres PIC levará o nome de Fraiburgo para as Américas”. Parabéns Fraiburgo - Parabéns e obrigado Agroceres PIC.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - Nº 625 - 24 de maio de 2013.

CLUBE DOS 15 – 50 anos hoje.

Dia trinta e um de Maio de 1963, sexta-feira, quinze amigos, na então cidadezinha de Fraiburgo, popularmente e mais conhecida como localidade de Butiá Verde, num entardecer ensolarado, friozinho leve daqueles convidativos para que se cultue deliciosamente das benesses de uma folga preguicenta, alguém, talvez um José Fantin, do alto do balcão do seu bar pede ao colega Ivan Antunes de Souza, “vamos fazer um piquenique na Fazenda dos Rocha agora. Vamos curtir a nossa preguiça”? Tio Guja (João Oires Gugelmin), vamos, esse nunca diz não para uma boa festa. Vamos Carlinhos Abreu? Eurides? Valim? que tal ..? Vamos convidar o jovem Egon Frey? Eu sei que ele vai. Ahh vamos levar do Adalberto Burda, e o Jaime Rudolf, com certeza irão também ... e a turma foi aumentando e lá se foram quinze, na época jovens, quase todos solteiros, rumo a Fazenda dos Rocha e lá se deitaram na relva macia e considerando o ineditismo do convite, o sol relaxante, aquele friozinho convidando para um convívio entre amigos. Alguém levou linguiças feitas no açougue do Valim compradas umas “brahminhas” no Bar da rodoviária do Fantin, dois pães feitos em casa na comercial Marly, toalhas na Casa Sonora, todos na carroceria do caminhão do Rivair.
Assim foi fundado o Clube dos quinze no dia trinta e um de Maio de 1963.
Naturalmente que essa é uma estória para, brevemente, ilustrar o ambiente da época. Na realidade foi nessa época que esses mesmos jovens, solteiros em sua maioria, na pequena cidade de Fraiburgo, reuniram-se com mais uns, formando um grupo de quinze pessoas. Passaram a reunirem-se semanalmente para um aperitivo à base de linguicinha, pão e muito vinho, cerveja, pinga da boa e papo do muito bom. Esse primeiro encontro foi realizado na residência do Antônio Porto Burda. Os encontros foram sendo repetidos semanalmente, depois de uns trinta anos, passou a ser quinzenal ... foram .... foram ... entra gente .. sai gente ... sempre só quinze até hoje, dia trinta e um de Maio de 2013, quando está sendo realizado um jantar festivo de 50 anos, no velho e outro companheiro dos velhos tempos – O bom Clube Fraiburguense – cuja história também merece ser contada a prosa e verso porque sua permanência até hoje também é uma epopeia.
Pelo Clube dos Quinze passaram grande parte das pessoas ilustres de Fraiburgo, políticos, autoridades, visitantes das mais diversas cidades e em seus memoriais podemos ver e ler a história de Fraiburgo pelo seu lado pitoresco onde estão registrados os nascimentos de senhoras e senhores que hoje já são avós e avôs. Por seus registros vemos o “modus vivendi” de jovens e adultos de uma época em que ninguém possuía automóvel, a exceção de pessoas de mais idade em diante. Vemos uma cidade sem um centímetro de estrada asfaltada ou com calçamento, mesmo que em pedra irregular. Vemos uma fábrica de papel que foi instalada “lá no fundo, depois do mato”. Vemos uma cidadezinha somente com uma central de telefone com possibilidade de comunicação só entre poucas empresas e pessoas selecionadas, sendo que para ligação para outra localidade somente um telefone e localizado próximo ao escritório da empresa Rene Frey & Irmão S.A. Vemos uma cidade com muita lama e todos, por suas estradas, caminhando sob guarda-chuvas, capa de chuva e conhecidíssimas, na época, galochas. Vemos todos os jovens trabalhadores na cidade, reunirem-se religiosamente em todo o anoitecer no bar da Rodoviária do Fantin bebericando uma boa pinga, cerveja, vinho e seus sucedâneos. Vemos uma cidadezinha tendo, semanalmente, como quase que natural, assassinatos a tiros ou facadas. Esperava-se o final da semana para saber quem tinha morrido e quem matou. Vemos uma cidadezinha apelidada de “fraicong” em face das violências correlacionando-as à guerra do Vietnam, no combate aos violentos ataques dos Vietgongs. Esse foi o nosso ambiente em que os então membros do Clube dos 15 conviveram pacificamente, porque o lema da época e até hoje, desse Clube que é CULTIVAR AMIZADES.
O Clube dos 15, desde sua fundação e até hoje se reuniu religiosa e semanalmente e posteriormente a cada quinze dias, sem jamais ter ocorrido qualquer interrupção. O associado mais importante e mais querido é o amigo JOÃO OIRES GUGELMIN, único fundador, associado também ininterrupto, sendo o segundo mais velho eu, Flávio Martins, ingressado em 18.10.1968, quinze dias depois de casado. Esse Clube não tem mensalidade ou outro compromisso qualquer que não o de reunir os amigos. Fazem parte efetiva quinze associados, tendo sempre dois ou três “perus” que normalmente são os que substituem os que saem, morrem, desaparecem, fogem, abandonam, enjoam, pão-duros, mão de vacas, que as mulheres mandam, medrosos para sair a noite, devedores de jantares e outros maus elementos. A cada jantar um dos associados, obedecendo a uma escala, paga todas as despesas independendo do que comeram, beberam e números de pessoas presentes. Parabéns Clube dos 15. Viva mais cinquenta anos.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 626 - 31.05.2013.

domingo, 19 de maio de 2013

FRAIBURGO – prejudicado por interesses políticos.


Fraiburgo é uma cidade peculiar porque desde sua fundação, ou mesmo desde seus primórdios, caracterizou-se como uma vila fundada por líderes incontestes vindos de outras regiões, que aqui fincaram o mastro de sua energias, de suas vontades de trabalhar e progredir.
Seus fundadores Rene e Arnoldo foram homens talhados para enfrentar o desconhecido com a mesma galhardia dos antigos conquistadores. Para eles não existia o “não posso” desconheciam o termo “isso é impossível de fazer”. Rene e Arnoldo foram homens com o olhar fixo no futuro. Homens de liderança nata e desconheciam a fraqueza, desprezavam o ambíguo, não aceitavam a fraqueza.
Se Fraiburgo existe e desponta como um local de bom futuro deve-se essencialmente à figura ímpar de um Rene Frey que, embora residente realmente “lá nos Frey” sempre soube buscar o que era de direito para essa sua comunidade. Soube distribuir terras próprias para serem vendidas sob forma de loteamentos, a valores bem accessíveis para seus companheiros de ideais, que eram os seus trabalhadores da época e que aqui também derramaram seu suor. Rene tirou a “forceps” das mãos dos detentores do poder em Florianópolis a carta constitutiva e a emancipação da sua comunidade como um Município Catarinense.
Rene era um leão indomado para conseguir o que era de direito para Fraiburgo.
Infelizmente, em nossos dias essa valentia, essa virilidade e essa energia incontida feneceu em nossa cidade. Em outros tempos, não tão distantes mas também de outrora, essa mesma nossa cidade foi imbuída da mesma impetuosidade de sempre, liderada pelo nosso velho Rene e viu dias de glórias e de muito orgulho para todos nós que aqui convivíamos comoFraiburguenses.
Naqueles tempos tínhamos empresas pujantes, lideradas e dirigidas por empresários que aqui residiam e conosco conviviam o dia-a-dia de nossas vidas, conosco dividiam o pão, partilhavam conosco das mesmas mesas de bares, conosco conviviam das mesmas noitadas de nossos bailes e de nossos cinemas rústicos. Esses grandes líderes com suas presenças nos nossos campos de futebol conosco gritavam, vociferavam e xingavam.
Nos momentos de estabelecer forças para o bem comum de Fraiburgo, esses mesmos líderes empresariais sabiam sentar ao redor de uma mesa para juntos encontrarem maneiras de melhor representar nossa cidade. Foi o caso da realização da primeira festa da maça onde, em comum acordo, decidiram pela construção de toda a infraestrutura necessárias daquele local que projetaram como um local definitivo daquele evento. Aqueles empresários tudo faziam quando se tratava de um bem comum para osfraiburguenses e para tal muito investiam.  Dentre outros citamos Hugo Frey e Antoine Ferrandis pela então Papelose – Willy Frey pelo então Reflorestamento Fraiburgo – Roland Meyer pela então Vinícola Fraiburgo e Rene Frey pela então Rene Frey & Irmão.
Os tempos passaram nossas lideranças feneceram por desilusões, por sobreposições de lideranças falsas, pelo domínio de lideres vingativos e mesmo por incompetências explicitas.
O resultado disso é que nossa comunidade de Fraiburgo foi deixando para segundo plano tudo o que é relacionado a política, em face de feridas de um passado mal conduzido. Hoje sofremos em muito com essa ausência de representantes autênticos e realmente capacitados para cuidar dos interesses da nossa comunidade e o exemplo maior disso ocorreu recentemente, quando de maneira triste, nos foi apresentado um projeto de revitalização das obras da rodovia que liga Videira – Fraiburgo – Lebon Régis.
Digo de maneira triste porque descobrimos depois que, de maneira sorrateira, como o ladrão que rouba no lusco-fusco do entardecer, de maneira imperceptível mudaram o traçado daquela rodovia do trecho de Videira a Fraiburgo. As obras, se fossem projetadas pelo sua normalidade, seriam revitalizadas nos trechos da saída de Videira – Posto Pinheiros até a saída de Fraiburgo – entrada bairro Santo Antônio.
Como falei, de maneira sorrateira sem a percepção de ninguém esse mesmo trecho foi alterado para ser revitalizado da saída de Fraiburgo – altura do Hotel Fraiburgo, retirando a Avenida Rene Frey do projeto e essa mesma distância retirada de nossa avenida foi acrescida na entrada de Videira, passando a fazer parte daquele projeto o trecho do Posto Pinheiros até a curva do Posto Itaú, em Videira. A intervenção do nosso Prefeito Ivo fez que fosse realizado um segundo projeto para contemplar a nossa Avenida, no entanto a dúvida persiste. Sairá esse novo projeto? A dúvida persiste porque o projeto clandestinamente alterado para beneficiar Videira não pode mais ser alterado, mas o projeto adicional para atender a nossa Avenida, que faz parte da rodovia será realmente realizada?
Como Fraiburguense sinto-me indignado porque uma Secretaria que se diz REGIONAL não poderia permitir um ato desse quilate prejudicando um município de sua base com o objetivo de beneficiar outro. A briga deve ser somente para beneficiar, jamais para prejudicar. Fica aqui meu Protesto.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 624 - 17.05.2013.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

MÃE, minhas amadas mães.


A unanimidade, segundo parte dos pensadores do universo, é sempre burra. Discordo frontalmente da premissa apresentada porquanto existem determinados fatores que por si só são a prova maior de que a unanimidade nem sempre deve ser burra. Se assim fosse não poderíamos pregar a paz para o mundo porque a paz, se fosse possível ser uma realidade em nosso universo, seria ela uma unanimidade e jamais burra.
No mundo em que vivemos, em nossa necessidade de vivermos em comunidade e por sermos essencialmente sociáveis, criamos ídolos e datas para nela sonharmos os nossos mais belos sonhos.
Mês de Maio, para nós católicos, é o mês dedicado a Maria, a Nossa Mãe e a Mãe de Deus.  Nesse mesmo mês dedicamos o segundo domingo para a celebração da mais absoluta unanimidade em todo o Universo que é o dia das Mães.
Encontro-me no umbral da idade setentenária e meu coração em muito aperta quando fecho os olhos e passo a lembrar-me de minha querida mãe. Eu, já cinquentenário, a perdi fulminada por um coração que enfraquecido não mais conseguiu mante-la em nosso meio. Já homem adulto, naquele dia senti me faltarem a terra sob meus pés, que meu mundo desabou. Meu coração sofreu a dor de uma separação certa, mas que eu não entendia. Minha mãe, minha amada mãe terminara seu tempo nessa terra e foi junto a Jesus porque, sem dúvida, lá era o seu lugar. A minha mãe era uma senhora baixinha, coração maior que o seu corpo, a humildade personificada, seus braços sempre abertos para receber um, mais um, mais um em nossa casa, onde a todos abrigava e, mesmo na nossa pobreza, para todos tinha um abrigo, um pão e uma oração. Minha mãe foi o retrato da mulher que sempre estava no anonimato da vida de meu querido pai. Ela sempre foi o esteio da família. Sempre foi a que mais chorava pelos seus filhos. Sempre foi a que mais vibrava pelas nossas pequenas vitórias. Minha mãe sempre foi a pessoa que mais orgulho tinha dos seus filhos e a todos contava – “olha ele é meu filho, não é lindo? Viu como o meu filho é inteligente. Viu como o meu filho é homem bom? sim ele é meu filho” Essa era a minha mãe que hoje está no paraíso olhando por mim e pelos meus irmãos e irmã.
A mãe maior, no entanto, foi a mãe que eu mais amei na minha vida e a mãe que eu continuo amando intensamente depois da sua morte. Essa mãe eu a chamava de “minha Carolina” enquanto os outros a chamavam de Carolina, carol e mesmo Calorinda (que ela detestava).
Essa mãe eu muito amei, eu intensamente a amei.
A minha mãe e a minha Carolina foram as mães com quem eu convivi sendo que, com a minha mãe fui criado para saber enfrentar as agruras da vida e isso tudo aprendi com as lições que eu deveria estudar, respeitar os idosos, ser homem de bem e, quando assim eu não agia a “mescola” de mexer a polenta cantava em minha bunda. Muito apanhei de minha querida mãe sempre para saber o que era errado. Quando apanhava em minhas brigas com outros amigos, eu apanhava novamente dela para aprender que eu não deveria brigar. Quando me queixava do professor que era ruim, apanhava novamente para aprender que professor sempre nos ensina e se eu achava que o professor era ruim o relapso era eu que não estudava.
Aliás, muito aprendi com as repreensões de minha querida mãe e, de seus surras nenhuma sequela tive, muito pelo contrário. Aprendi dizer “muito obrigado” chamar os mais velhos de “senhor – senhora” dizer “desculpe-me” – “com licença”. Aprendi respeitar as mulheres, os idosos. Aprendi que a humildade é a verdadeira virtude do homem de bem. Aprendi que devemos sempre bem ouvir antes de falar. Aprendi que todos devem ser respeitados.
Com a minha querida Carolina dividi momentos divinos que só quem muito ama pode saber a sua dimensão. Essa mãe Carolina foi a minha companheira nos momentos mais difíceis de minha vida e sempre apoiou-me incondicionalmente. Com ela dividi muitas lágrimas e muitas alegrias. Com ela tivemos muitas vitórias lindas. No meu desespero e nas horas em que eu ia desistir ela lá estava para dizer não, levanta-te que eu estou aqui contigo.
As minhas duas mães e os dois meus grande amores hoje estão no céu. Eu sei, as duas olham-me com o mesmo amor carinhoso e conduzem-me para a serenidade de uma vida a sós. Minha mãe preciso continuar recebendo suas bênçãos. Minha amada Carolina continue olhando para mim.
Parabéns minhas duas amadas mães nesse vosso dia. No meu momento de estar sozinho com vocês erguerei a taça dos meus pensamentos para vocês e direi comigo mesmo, parabéns minhas queridas pelo dia das mães. À minha amada filha e todas as mães de Fraiburgo e de nossa Região parabéns.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 623 - 10.05.2013.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

1º DE MAIO – como era bom antigamente.


Todo o ser humano é um ser gregário e eminentemente social, necessitando estar no convívio de outros seres da mesma espécie, portanto o homem e a mulher têm em sua própria essência a necessidade de conviver com outras pessoas. O isolamento permanente é uma exceção que não combina com o próprio sistema biológico do ser humano porquanto o seu próprio corpo necessita do aconchego, do contato físico com outro corpo e do calor humano.
É da própria sociedade a busca do inusitado para cativar o interesse popular, inventa-se tudo o que desperta a atração e busca formas de melhor satisfazer essa obra prima da criação divina. A busca do conforto está sempre como primado para a satisfação do ser humano e as datas comemorativas, no mundo inteiro, são inventadas para homenagear aquilo que gera satisfação no maior número possível de pessoas.
O dia do trabalhador essencialmente é uma data voltada para homenagear aqueles que carregam em suas costas o mundo e são os grandes geradores da riqueza universal.
Todo o trabalhador sente-se orgulhoso no dia do trabalho porque sabe que aquele dia é o seu dia. Sente-se intimamente gratificado porque sabe que aquela data é uma homenagem para si e, todos nesse dia, reservam-se para o congraçamento do sua família, com os seus e com os seus amigos.
A evolução dos tempos, no entanto, tem mudado esse primado e percebe-se que aos poucos o dia do trabalhador vai perdendo a sua essência de congraçamento, de união entre os que se atraem e de verdadeira comemoração festiva e fraterna. Nos dias de hoje o dia do trabalhador vem se transformando em mais um dia de folga, um dia para não trabalhar, um feriado estabelecido em Lei.
Fraiburgo não foge a regra. Exceto as honrosas exceções nesse ano foi somente mais um feriado, somente mais um dia de descanso, mais dia um dia para poder se levantar mais tarde.
Interessante, questiono-me por que isso vem acontecendo? Cabe aqui uma grande interrogação, será que essa data foi instituída somente para dizer ao trabalhador que ele tem um dia dedicado a si próprio? Será que esse dia foi instituído somente para haver mais um feriado? Não, mil vezes não.
Esse dia do trabalhador deve ser uma data realmente diferente porque o seu objetivo maior é o de realçar aqueles que são os responsáveis pela geração de riquezas, sem as quais a felicidade também não mais existiria. Nesse dia as entidades, empresas e governo deveriam fazer com que a festa de congraçamento fosse a grande tônica, onde esses heróis anônimos pudessem sair ao passeio acompanhados de seus familiares, acompanhados das pessoas que muito amam e orgulhosos poderem mostrar o porquê são importantes. Esses trabalhadores deveriam continuar ser o alvo das solenidades e das manifestações de apreço por eles.
Fraiburgo, nos idos das décadas passadas e até o inicio do novo século, foi um exemplo maior nas festividades especiais para o dia do trabalhador.
Lembro-me muito bem porque muito participei e muito contribui para que essa data fosse realmente marcante para cada trabalhador. Esse homem e essa mulher que entregam seu suor para o progresso e felicidade de outrem, nesse dia do trabalho, devem ser festivamente homenageados porque para eles o almoço, a festa não são o principal. O significado não se reveste de tão grande importância senão agregado ao fato de nesse dia haver momentos de particular congraçamento entre pessoas, entre colegas e seus familiares. Esses encontros efetivamente trazem a satisfação íntima que é quando podem apresentar sua esposa, seu marido, seus filhos, netos a seus companheiros de trabalho, onde sentem o orgulho de mostrar aos seus “é aqui que eu trabalho, eu trabalho naquela máquina, eu faço aquela peça, eu deixo os nossos clientes felizes, eu sou responsável direto para a fabricação ou construção daquele produto”. Outrora, o dia primeiro de maio, para os fraiburguenses, era a festa maior de congraçamento entre as empresas onde a rivalidade sadia aflorava em todos trabalhadores defendendo suas cores, defendendo suas empresas como se essas fossem realmente suas. O orgulho em trabalhar em determinada empresa era estampado em seus semblantes. Todos os proprietários de empresas e seus executivos conviviam como iguais com todos os trabalhadores, dividindo as mesmas mesas, as mesmas festas, os mesmos esportes e a mesmas diversões. Como era bom o dia do trabalhador em Fraiburgo. Estamos esquecendo que ainda a melhor forma de eficiência é termos trabalhadores satisfeitos e essa satisfação passa pelo reconhecimento do olho no olho e na certeza que o meu chefe é meu amigo. O trabalhador sente a necessidade do reconhecimento de seus superiores e uma forma de reconhecimento e o melhor deles é o abraço fraterno do chefe e o saber que nele existe um amigo.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 622 - 03.05.2013.