terça-feira, 27 de novembro de 2012

A DANÇA.


Em meados do século XIX Gioachino Rossini, festejado compositor italiano, brindou o mundo com uma das pérolas clássicas da música mundial – A DANÇA – uma tarantela napolitana que até hoje enleva nossas almas.
É nos finais de semana – ao final dos dias de sábado – aqueles dias de um frio lá fora – no entanto, aqui dentro, no aconchego de nossos lares, aos poucos vamos nos envolvendo pela suave música dos velhos e maravilhosos discos de vinil, antigos mas ainda virgens nas suaves agulhas de nossos aparelhos impecavelmente conservados. Daí é que extraímos a pureza do som de todos os instrumentos que compõe aquelas obras musicais que tanto nos alentam em nossas solidões para uns, nossos amores para outros e as mais doces lembranças para uns terceiros.
Sim, como é bom nesses dias de frio, confortavelmente aninhados naqueles cadeiras de assento macio, revestidos de nossos quentes mantos, olhando o crepitar do fogo de uma lareira que aí está para distribuir o calor que insiste em nos envolver, abraçando-nos para afugentar o frio dolorido.
Como é bom, estarmos na penumbra somente afugentada pelos claros raios daquele fogo que nos aquece e nos convida a sorver aquele vinho, cabernet, quiçá carmenere ou Shiraz, ainda, merlot. - Tudo muito bem; tudo muito bom -  cenário completo, faltando somente duas participações essenciais – uma agradável companhia e uma música apropriada.
A música nos induz à felicidade de espírito, essa felicidade nos conduz à dança e a dança é apoteose final do conjunto – música/dança/felicidade.
A Dança, de Gioachino Rossini, num crescendo, eleva nossas almas num êxtase que passamos a nos concentrar  nos suaves acordes dos instrumentos de cordas, no vibrante dos metais e no conjunto melódico da obra que tem a capacidade de afugentar as mágoas dos corações amargurados e trazer a felicidade para as almas receptivas ao amor.
A dança realmente é uma das artes mais completas e condutora dos fluidos geradores da felicidade.
Na cidade de Curitiba, onde constantemente estou para atender a compromissos profissionais, médicos, familiares e de amizades, nos dias atuais está acontecendo um fenômeno, em meu parco saber, extremamente interessante em relação a dança e a felicidade das pessoas.
Por toda a cidade espalham-se locais destinados à dança e ao entretenimento de casais românticos, por apaixonados e pessoas separadas, viúvas e sós. Vários restaurantes de ótimo padrão de comensais instalaram maravilhosas pistas para dança, com músicas apropriadas para o romantismo. Clubes e salões passaram a promover bailes lindos e com orquestras repletas de glamour com o único objetivo da realização de bailes onde os casais, abraçadinhos, rodopiam pelas pistas – o cavalheiro conduzindo a dama – olho no olho – classe com classe – paixão com paixão.
Realmente percebe-se que o romantismo voltou habitar nos corações dos casais e o amor está na berlinda das paixões.
O inusitado nisso tudo é que empresários ligados a dança perceberam o enorme nicho que aí estava a ser explorado e a grande quantidade de mulheres que vivem sozinhas e que afluíam para esses locais para dançar. Esses empreendedores resolveram constituir empreendimento de “Personal Dancer”, ou seja, esses empresários, com inúmeros bailarinos meticulosamente preparados – otimamente vestidos – perfumados com classe – colocam-se à disposição das mulheres para a dança. Comparecem aos bailes, previamente acertado com os promotores dos eventos. A mulheres lá presentes não mais precisam esperar pela boa vontade dos homens para dançar, simplesmente contratam um ou mais bailarinos para dançar com elas, A mulher vai ao caixa, escolhe o bailarino e com ele dança por uma, duas, três ou mais horas, dependendo do tempo por ela contratado. Duas mulheres podem contratar um bailarinos o qual reveza com as mesmas as danças.
Além do fato das mulheres ter com quem dançar, sabem que terão a sua disposição alguém que dança muito bem e, ao mesmo tempo, evitam dançar com homens já bebuns, transpirando de forma pouco condizente e, mesmo evitando aqueles que ao final dos bailes aproximam-se com intenções outras que não a dança.
Confesso que fico muito feliz ao perceber como o romantismo das danças está retornando, fazendo corações mais felizes, mulheres mais participantes no convívio com os homens e homens mas conscientes que mulher ainda é a sua melhor companhia. Viva a dança – Viva a felicidade – Viva o amor.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

ACIAF – A modernidade na gestão.


Há mais de dois mil anos, numa afirmativa extremamente simplista, deu-se inicio ao mundo cristão, Era essa, que para nós, cristãos do ocidente consideramos como o nosso mundo, o mundo que conseguimos palpar em nossas mentes restritas pelo conhecimento que sentimos ainda coerente com aquilo em que vivemos. Digo isso porque os mundos anteriores a Era Cristã começam ser mais incompreensivos quando falamos em Eras Mesolíticas, da Pedra Lascada, Glaciais e outras muito mais distantes. Nessa Era Cristã podemos dividir o mundo em antes e depois do século XX.
Antes do século 20 o mundo do desenvolvimento e da comunicação andavam a passos lentos como foram a Idade Média, o Império Romano, as descobertas, o descortinamento do Oriente. O inicio da Era Industrial, podemos afirmar que ocorreu com a implantação da industrialização em série promovida pelo então mago da indústria automobilística – Henry Ford. Esse foi o marco do conceito de Organização do setor produtivo.
A partir desse Evento a organização e a gestão dos negócios, embora de forma incipiente, teve a sua largada, crescendo e multiplicando-se de forma geométrica, gerando novas descobertas – descobertas imediatamente sendo superadas por novíssimas descobertas, gerações de lideranças X sendo substituídas por gerações Y e essas já atuando em parâmetros de arquivos cibernéticos catalogados nesse mundo de arquivo futurista hoje denominado de “nuvem”.
A liderança moderna passou a ser muito mais que o simples comandar de pessoas. Idalberto Chiavenato, em sua obra “Comportamento Organizacional: A dinâmica do sucesso das Organizações” diz que, hodiernamente, “Liderança é o processo de dirigir o comportamento das pessoas rumo ao alcance de alguns objetivos”.
Em Fraiburgo, embora ainda ao desconhecimento de muitos, temos uma Organização que acompanha passo a passo a modernidade da gestão de negócios – a ACIAF Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Fraiburgo. No mês passado a ACIAF, concorrendo com 145 Associações do Estado de Santa Catarina, conquistou o primeiro lugar no PRÊMIO FACISC DE EXCELÊNCIA NA GESTÃO, na categoria de Associações de Pequeno Porte. Vale salientar que esse prêmio é conquistado pelo segundo ano consecutivo, passando por várias fases de seleção, auditorias independentes e da própria FACISC, análises ïn loco”, entrevistas e relatórios, culminando como a melhor das pequenas Associações.
Essa Entidade é liderada pelo empresário Jorge Luiz Pozza Pederiva e, sem a menor dúvida, essa conquista é devida à liderança moderna desse empresário consentâneo com o momento de gestão inteligente na direção do comportamento das pessoas.
O Município de Fraiburgo tem devidamente registrados 1.500 empresários e empreendedores (aí inclusos os pequenos empreendedores) sendo que desses, 297 estão associados à ACIAF. Embora esse percentual, à primeira vista, demonstre uma baixa participação, no entanto, em termos de representatividade no Estado de Santa Catarina trata-se de uma das Associações com um dos maiores índices de empreendedores associados. Por estranho que pareça, assim mesmo alguns empresários com significativa importância no contexto econômico do Município negam-se em se associarem a essa Instituição.
Entendemos que é a esse tipo de Associação que o empresário com visão de modernidade deve associar-se, se não como forma de busca de novos conhecimentos, mas sim como maneira de estar presente no apoio às lideranças de Entidades desse tipo para que os mesmos possam prosseguir na busca das excelências tão necessárias nos dias hodiernos, onde a informática e a cibernética nos jogam em direção ao futuro com a velocidade do pensamento.
Fraiburgo e a modernidade de nossos tempos necessitam dessas inteligências, graciosamente postas a nossas disposição, como é a liderança de Jorge Pederiva, Diretores, Conselheiros e Equipe Administrativa que fazem do empresário de Fraiburgo um dos orgulhos da nossa terra – A terra da Maça.
Nós Fraiburguenses, temos a obrigação maior de estarmos de braços dados com essas lideranças que aí estão, emprestando seus preciosos tempos, de forma absolutamente graciosa, para nos liderar rumo a modernidade. Semanalmente a ACIAF promove os mais variados cursos no sentido da qualificação profissional dos Fraiburguenses, da modernização das relações capital/trabalho, da atualização dos direitos e das obrigações. Não existe, então, nenhum argumento justificável que possa dizer não à associação da sua empresa, do seu negócio ou do seu empreendimento a essa pujante Associação dos Empreendedores Fraiburguenses. 

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 598 - 09/11/2012.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

PRAÇAS PÚBLICAS – Será que sou um sonhador idiota?


Nós, seres humanos, nos dizemos diferenciados dos animais por sermos dotados de inteligência e livre arbítrio, embora persistam em mim sérias restrições no tocante a tal premissa quanto a inteligência. Nas experiências que tenho acumulado no andar dos meus anos, tenho presenciado magnificas lições da inteligência pura em pequenos animais que afagam nossas carências, acariciam nossos males espirituais e respondem nossas agressões com um amor puro e que nada exige em retribuição. Nós nos arvoramos como detentores de inteligência, no entanto agredimos a natureza, destruímos patrimônios, por outro lado os animais, esses “seres irracionais” afagam nosso amor de forma incondicional, amainam nossas dores na alma com o seu suave lambear em nossas faces. Onde está a real inteligência? Com certeza nesses mesmos “seres irracionais” e não nos seres humanos ao expor suas mazelas, suas “desinteligências” e suas hipócritas racionalidades.
Estou simplesmente indignado com certos atos de administrações públicas que realizam “in concreto” a “desconstrução” de patrimônio de relevante valor natural e mesmo histórico de nossas cidades. O exemplo maior, mais degradante e mais dolorido é o caso da maravilhosa praça pública que ornava a cidade de Iomerê.  Digo a praça que ornava, no entanto, esse qualificativo é imensamente pobre para aquilo que eu sempre considerava como o exemplo de praça para um pais que desejasse a felicidade dos seus habitantes, um exemplo para uma cidade que quisesse plantar a harmonia da natureza com o homem, um exemplo da beleza máxima do simples e lindo, do simples e harmonioso, do simples e da paz.
A praça central de Iomerê (minha querida cidade natal) sempre me inspirava felicidade quando por ela eu passava. O magnifico tapete de suas sempre verde gramíneas, suas árvores simples, os pássaros despreocupadamente aí encontrando seus abrigos. Esse ambiente bucólico e maravilhosamente silente completava a imagem de uma das poucas maravilhas que em nossos tempos não mais vemos em nossas cidades. Iomerê conservava sua essência, que era o de transmitir tranquilidade transcendental. Em Iomerê eu ouvia o suave murmúrio do silencio porque a harmonia da natureza assim permitia, harmonia essa capitaneada por aquela praça maravilhosamente simples que aí estava para nos inspirar o sabor da natureza aliado aos pássaros que  pairavam no ar ao predomínio do verdejante e do silencio, todos cantando aos nossos ouvidos.
Onde está aquela praça da minha meninice de outrora, aquela praça que era o orgulho do meu nono Anibal Pelle e da minha nona Maria? Onde está aquela praça que fazia o mais belo retrato de uma comunidade feliz, com uma igreja linda e uma praça suavemente mais linda ainda?
Infelizmente, decisões desastradas transformaram aquele monumento natural, que inspirava paz e tranquilidade somente pelo ato de contempla-la, em mais um local de concreto armado repleto de modernidades que afrontam a natureza daquele local. Adeus minha praça linda, mais uma que foi destruída pela sanha da “desinteligência” do ser que se diz inteligente. Adeus minha praça maravilhosa e orgulho de seus ancestrais, agora você é simplesmente mais um centro esportivo, ou, sei lá o quê. Se a inteligência dos responsáveis por essa desastrada obra buscasse o mínimo de sensatez, perceberiam que a não muitos metros desse mesmo local poder-se-ia construir a mesma obra. Meus pêsames, senhores administradores, vocês conseguiram destruir a praça mais linda de todas que existem nas cidades da região. 
O mesmo exemplo temos em Fraiburgo. Duas pequenas praças onde o verde era a predominância, e que inspiravam o frescor da natureza, também de uma forma absolutamente “desinteligente”, foram devoradas pela sanha de mostrar  “obras novas”.  
A praça Gabriel Evrard, outrora com árvores gigantescas intermeadas pela verdejante vegetação, no centro da cidade, dava uma leve demonstração da natureza junto as pessoas. A praça do colono, exatamente em frente a Gabriel Evrard, também aí estava com suas frondosas árvores e seu verdejante tapete de gramas, seus bancos à sombra para amainar o cansaço dos transeuntes. Onde estão essas áreas de lazer? Foram transformadas em concreto armado. A primeira literalmente no mais absoluto sentido do concreto armado, abandonada, sem uso e, somente agora, encontrada uma utilização pela policia militar. A Outra transformada, dizem, em um local para comercialização de produtos agrícolas. Desculpem-me mas será para quanto agricultores? Pouquíssimos. Pergunto será que somos idiotas por não entendermos a necessidade da substituição de belas praças verdejantes em obras de concreto armado? Não existiam outros lugares a pouca distância para a construção disso tudo? Certamente que sim. E o centro poliesportivo Sebastião Andrade dos Santos! AHH esse é o desastre maior ainda. Acabaram com a única possibilidade da mais linda praça de Fraiburgo.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XII - nº 597 - 02/11/2012.