quarta-feira, 29 de junho de 2011

LUCIANE - A guerreira ...

Deus, na sua infinita sabedoria, criou o homem a sua imagem e semelhança. Criou todo o ser humano com o mais lindo dos dons que é o de poder amar. Nos idos tempos dos anos setenta a cidade de Fraiburgo despontava como um dos municípios catarinenses com maior potencial de crescimento e de qualidade de vida. Para cá vieram pessoas de outros continentes trazendo em suas bagagens o conhecimento de experiências seculares aplicados em outras terras. Para Fraiburgo trouxeram as novas idéias da fruticultura moderna. Dentre as inovações, Fraiburgo despontava para a modernidade com o impulso de investidores audazes onde a nova modaIdade do plantio de maçã era a cobiçada vedete que acompanhava os novos tempos do milagre brasileiro.
Fraiburgo, por muitos anos, figurou como a cidade de maior índice de crescimento no Estado de Santa Catarina. Com a falta de um rio, ao contrário da quase totalidade das cidades no mundo, Fraiburgo uma vez mais inovava, uma vez mais dava um passo a frente, perfurando poços artesianos em números recordes. Dentre aqueles que para cá aportaram, aqui apareceu um homem, de um lugar qualquer, com um nome que o identificava e com traços bem definidos de um homem bem apessoado. Fartos bigodes, cabelos negros como um puma bravio, espadaúdo e de porte esbelto que cativou o coração sedento de amor de uma linda jovem. Aqui vivia ela às voltas da faina diária do único hotel que dava guarida para aqueles que daquela vivenda precisavam. Aquele amor cresceu mais que a precoce planta da frágil macieira. Qual a primeira maçã da macieira, daquele amor juvenil nasceu a querida Luciane. Qual uma nuvem passageira aquele esbelto homem foi-se como para cá veio, deixando para traz um coração partido, uma jovem que sonhou o mais belo sonho de amor e uma criança a ser embalada pelo infinito amor de uma mãe que muito sonhou.
A querida Lú, como melhor conhecida pelos que muito a amam, como eu e a minha saudosa Carolina, cresceu com o amor de uma mãe que supriu a ausência de um pai. A Lú, desde seu nascimento vem moldando sua vida como a dura têmpera do mais duro aço. Nasceu com o estigma da paraplegia, no entanto, Deus, na sua infinita bondade, deu para a Lú a capacidade de bem entender o seu problema e superar com a fibra que somente é dada aos fortes e aos que, em muito, sabem amar.
Luciane foi e continua sendo a guerreira do silencio, a lutadora das batalhas diárias e a vencedora das causas impossíveis. Aquela menina de outrora cresceu pouco conhecendo da cidade que a viu nascer porque sua bela mãe era carente em possibilidades financeiras, carência essa que era suprida pela abundância de amor. Com essas carências a Lú passou pela sua idade de criança e de adolescência.
Ela sempre muito acreditou e sempre a Deus entregou seu destino com a alegria dos puros de coração. Um belo dia, uma senhora de uma elegância impar, de uma beleza de coração inimaginável e de uma humildade que só é dada a pessoas especiais, numa de suas visitas a pequena Lú sentiu que poderia fazer alguma coisa por aquela linda menina. Levou a situação da jovem Lú para alguém que muito confiava e que em seu trabalho poderia trazer novas luzes e novos caminhos para a vida da jovem Luciane. Aquele amigo daquela elegante senhora percebeu a beleza daquele gesto e levou a situação às pessoas que com ele dividiam as responsabilidades de bem administrar empresas. Apresentado o problema com o coração, aquelas pessoas aceitaram o desafio com a razão e, a partir daí, a Luciana foi inserida dentro de uma realidade profissional que foi o inicio de uma nova luta e o fim de uma esperança que ela deixara nas mãos de Deus Pai, o Provedor de todas as coisas.
Vale aqui homenagear, de pé e com a cabeça inclinada em sinal de reverência aqueles profissionais das diversas áreas de atuação, mas de modo especial aos responsáveis pelos recursos humanos e pelos profissionais administrativos que, sensibilizados pela meiguice daquela menina Lú, colocaram seus conhecimentos e seus corações ao dispor da linda jovem e a ela ensinaram muito da vida, muito do verdadeiro amor e muito do verdadeiro profissionalismo.
Naquela sociedade empresarial a regra primeira escolhida por aqueles profissionais era de que a jovem Lú seria tratada como uma trabalhadora que lá estava para exercer suas funções profissionais e pelo que receberia a correspondente remuneração entre as partes convencionada. Lá exerceu com profissionalismo seu trabalho sem qualquer diferenciação dos demais trabalhadores.
Os dias passaram, os anos foram passando no vagar dos tempos e a jovem e querida Lú passou da adolescência para juventude e dessa para a idade adulta crescendo em amor a Deus a quem ela eternamente reverencia com suas musicas e seus belos cantos gospel na sua igreja. Lú encontrou o grande amor de sua vida para com ela compartilhar uma linda familia com filhos à sua imagem. Hoje Lú, para mim, é o exemplo maior da mulher guerreira que venceu sua deficiência com a galhardia dos heróis.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XI - nº 526 - 01.07.2011 e DIÁRIO DE FRAIBURGO - ano I - nº 48 - 05.07.2011.

domingo, 26 de junho de 2011

Depoimento de meu filho FERNANDO JOSÉ MARTINS.

De: Fernando José Martins
Para:
Assunto: Minha Mãe
Data: quarta-feira, 15 de junho de 2011 17:48:49
   Boa Tarde!!!!


Hoje, extamente hoje faz um ano que perdi meu rumo, tenho tanta saudades das vezes em que você pedia minha opinião sobre qual roupa ficava melhor em você, das coreiras de se comprar o traje perfeito para um casamento ou outra ocasião qualquer, sinto tanta saudade do seu cheirinho, da sua comida perfeita, por mai simples que ela fosse, mas era feita com muito amor.
Sinto saudades de falar com você pelo telefone, mesmo que fosse só para dizer um olá, parece que neste um ano de sua falta, fiquei meio que sem rumo, sem saber o que fazer ou pra quem ligar, tive que me acostumar com isso, pois é, me acostumar, pois velhos habitos não se perde.
Tenho tanto o que te falar, sei que você sabe de tudo agora, me arrependo de nâo ter dito frente a frente, mas agora só nas poucas horas de sono que sei que nos encontramos.
Tenho certeza que você está muito bem, a saudade aumenta a cada dia, voltar pra casa é dificil, meu pai está lá, mas você não, parece que veo você setada no sofá esperando nossa visita, este ano parece que foi uma eternidade, nossa, parece que você está viajando e logo voltará, mas não posso me agarrar nesta esperança, só posso me apegar na certeza de que um dia estaremos juntos.
Mâe, fique bem, melhoar ainda do que você está, sinto muiot sua falta, mas me alegro um pouco sabendo que está em cuidada e que está melhorando cada vez mais.
Aos amigos e familiares que recbem este e-mail, é um desabafo de saudade, saudade de um ano passado sem a pessoa mais importante e amada por mim.

Um beijo no coração de cada um e em especial a você minha mãe, que agora é meu anjo, junto com meu irmão amado.

BJUS A TODOS

domingo, 19 de junho de 2011

O "ERGUER TEMPLOS ÀS VIRTUDES".

Segundo nossos conceitos de religião, nós, seres humanos fomos feitos a imagem e semelhança de Deus. Tendo como preceitos justamente essa premissa de que somos filhos de Deus, assim a quase unanimidade dos humanos foram criados pelos seus genitores com os ensinamentos de respeito aos seus semelhantes e reverência e adoração a Deus.
Pelo fato de nós sermos animais sociáveis necessitamos, pela nossa própria natureza, viver em ambiente social, ou seja, em ambiente onde outros seres humanos também convivem. Necessitamos, pela nossa própria natureza, termos ao nosso redor outros seres humanos e mesmo outros animais, mesmo que irracionais, para com eles interagirmos e satisfazer nossas necessidades básicas e fundamentais para o nosso tranqüilo conviver.
O ser humano, segundo nós que assim acreditamos, foi criado à semelhança de Deus e trazemos em nossa bagagem do DNA moral o principio de que somos seres bons e avessos às maledicências, princípios esses que trazemos desde que fomos gerados.
O meio ambiente em que vivemos realiza todas as demais alterações em nosso comportamento, em nossa maneira de ser e em nosso modo de convivermos em sociedade. Embora não pareça, a nossa natural auto-defesa é o motor propulsor para nossas atitudes de agressões contra aquilo ou aqueles que não agem segundo nosso intelecto e segundo nosso entender.
O nosso meio ambiente, aliado, para quem assim acredita, à nossa carga genética encarrega-se em nos tornar agressivos contra nossos semelhantes. O nosso conviver, o ambiente em que vivemos, as pessoas com quem convivemos vão moldando nosso caráter, nosso modo de pensar e de agir, nosso modo de auto-defesa e mesmo nosso modo de pensar.
Somo ensinados a agirmos nos moldes daqueles que são nossos primeiros condutores em nossas vidas, principalmente nossos pais, nossos familiares, as pessoas com quem convivemos. Seremos sempre pessoas moldadas pelas mãos invisíveis daqueles que moldam nossas condutas.
A vida e o mundo nos moldam para que possamos exercer a nossa defesa como seres humanos, repudiando conceitos diferentes dos conceitos que aprendemos. Usualmente esses conceitos e as premissas em nós inatas são confrontadas com os conceitos e as premissas geralmente praticadas pelos seres humanos que nos cercam. Esses confrontos é que nos trazem os dissabores de vermos nossas verdades serem contestadas, os dissabores de vermos que nossas vontades não são satisfeitas e mesmo contrariadas. Na maioria das vezes sentimo-nos como donos da verdade, os que tudo sabem, e sempre temos a certeza que sempre estamos certos e o errado está sempre ao lado dos outros.
Pois bem, é nesse momento que devemos sempre "criar masmorras aos vícios" e "elevar templos às virtudes". Criar masmorras no sentido de procurarmos resistir aos nossos impulsos naturais para as coisas erradas, combatermos o pecado, evitarmos o mal. Os vícios são as ilicitudes, o pecado e o não correto. Devemos sempre saber que é extremamente difícil esse combate a esses vícios porque esse combate implica em lutarmos contra tudo aquilo que acreditamos, conscientemente ou pelas nossas atitudes, como o absolutamente certo. Essa luta implica em dizermos para nós mesmos que o que estamos fazendo está errado. Isso é extremamente difícil e só pode ser exercido após podermos perceber que não somos tão bom como pensávamos.
O "elevar templos às virtudes" é termos a coragem e a altivez de reconhecermos nossos erros e sempre tentarmos corrigir nossos vícios. Ocorre, no entanto, que o elevar templos às virtudes é muito mais que corrigir nossos erros mas sim tomarmos consciência que somos pessoas sujeitas a erros e que necessitamos reagir a este estado e mudarmos nossas atitudes para o certo, para o correto e para o bom. Isso é "elevar templos à virtudes", isso é, praticarmos dioturnamente a virtude de nosso corrigirmos, de a cada ato falho nosso corrigirmo-nos e praticarmos os nossos atos em conformidade com aquilo que é correto perante nós, perante nossos próximos e perante Deus.
Isso tudo parece muito fácil, no entanto, demanda uma prática diária, constante e permanente.
O reconhecimento de nossas falhas é algo extremamente difícil de ser praticado. A virtude da tolerância e a humildade do reconhecimento de nossos erros somente serão realidades após o nosso real desejo de "criarmos masmorras aos vicio" e "elevarmos templos às virtudes".
Isso é e que a Maçonaria ensina e o que a Maçonaria recomenda para que haja o convívio pacifico entre os homens e para a glória a Deus, que é o Grande Arquiteto do Universo.

publicado no jornal DIÁRIO DE FRAIBURGO - ano I - nº 45 - 30.06.2011

sábado, 18 de junho de 2011

LOLLA e a música sevilhana ....

Em minha experiência pelas andanças no mundo, em muitas vezes, de forma hilária, tenho sido contestado quando me utilizo de argumentos pífios para justificar minha preguiça para não realizar determinadas viagens. A contestação mais original que alguém já utilizou foi a de que eu deveria viajar para "tomar um banho de civilização".
Naturalmente que os argumentos técnicos ou mesmo de necessidade são outros, e, de necessidade eminentemente profissional. Embora de formato hilário o "tomar um banho de civilização" realmente expressa uma verdade inequívoca em determinadas ocasiões e, em viagem recente percebi a plenitude dessa afirmação.
A cidade de Sevilla, na Espanha, é um magnifico exemplo da força de um povo que gravou na história dos tempos o marco de sua gente.
Aí ainda existem sítios arqueológicos cuidadosamente preservados que remontam aos tempos do império romano e na cidade de itálica, muito próxima a Sevilla, ainda existem os restos do palácio imperial de dois imperadores romanos da própria região siciliana.
Em tudo Sevilla inspira história.
Edificações que remontam há mais de um mil anos. Portais de bronze em igrejas que remontam à dominação dos mouros, a catedral "geralda" emocionando pela grandiosidade monumental com detalhes estritamente diferenciados dos monumentos do Velho Mundo. A cultura é algo também que diferencia a cidade do resto do mundo. As touradas é cultuada por toda a gente espanhola (naturalmente com crescente oposição). As arenas de "toros" são monumentos de arte, de conforto, onde vale, não só o embate com os toros preparados somente para essa única apresentação, com também, e principalmente é um desfile de cerimoniosa tradição. O balé dos toureiros é algo a parte. O touro é um animal belíssimo, os cavaleiros com possantes cavalos da Andaluzia revestidos com lindas proteções de aço para o primeiro embate. As artísticas lanças, multi-coloridas, cravadas no dorso do animal por um toureiro extremamente atlético levanta as multidões num delírio difícil de ser entendido por nós, brasileiros, porquanto, progressivamente vai se percebendo o paulatino ataque a um animal bravio.
A apoteose do espetáculo tem seu apogeu com a estocada final contra o touro abatendo-o em plena praça, ante aos milhares de fanáticos torcedores, ora ovacionando o toureiro e ora o próprio touro. Ao final uma dupla de mulas, regiamente coloridas, fazem o serviço final de tripudiar o animal abatido arrastando-o, em dispara corrida, para os túneis da arena.
Para nós, não afeitos a esse tipo de agressão, o choque é terrível e incomparavelmente mais impactante a qualquer outra agressão a animal praticada no Brasil. Aí vemos que realmente somos um povo pacifico e contrário a violência de qualquer espécie.
Os espetáculos das musicas flamencas são algo deslumbrante. As musicas e as danças são algo indiscritível. As mulheres com seus vestidos longos e insinuantes. As castanholas. As musicas flamencas. Enfim, tudo inspira muita sensualidade. As e os dançarinos transmitem sensualidade e expressões realmente envolventes. Todas as mulheres ficam lindas dançando e cantando. Tornam-se sensuais, desejadas e maliciosamente provocantes. Até as feias tornam-se mulheres lindas.
Show especial é apresentado num bairro simples da bela Barcelona. O show da LOLLA. Um local relativamente discreto com show de música flamenca realmente "raiz", sem as preparações próprias para turistas. Lolla é uma senhora magnifica. Uma potência de voz fora do comum. Um cantar com o coração que poucas vezes em minha vida vi alguém externar tais sentimentos com tamanha intensidade. Naquele local senta-se para ouvir e apreciar a verdadeira música flamenca.
Impressionante o domínio que a Lolla tem sobre a platéia. Lá não se usa instrumento de som. O canto é ao natural. O publico começando conversar num tom pouco mais alto, essa artista num simples olhar e num simples chiado de pedido de silencio faz com que a platéia (quando digo platéia, trata-se de nada mais que cinqüenta pessoas) retorna ao silencio ideal para ouvir e sentir a verdadeira arte do cantar. A verdadeira arte do sentir e a verdadeira arte da maravilha.
A dança é realmente algo divino. O casal baila na ponta dos pés, bem próximo um dançarino do outro, olho no olho, o movimento sensualíssimo, muito próximos mas sem se tocarem. Algo simplesmente espetacular, sem a sofisticação dos espetáculos turísticos mas com o verdadeiro sentimento de uma alma romântica e de um coração disposto ao amor.
A Espanha, ao que sinto, é uma extensão de nossa casa no Brasil. Lá nos sentimos realmente em casa. A língua é extremamente simples para nós os brasileiros. Espanha é realmente encantadora.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XI - nº 523 em 10.06.2011  e dia 08.07.2011 edição nº 527.

sábado, 11 de junho de 2011

PARA CAROLINA, com amor e com saudades...

CAROLINA, palavra suave como todas as Carolina são. CAROLINA fonte de inspiração para os maiores cancioneiros do música romântica do mundo. CAROLINA, cujo nome em todas as canções representa a inspiração, onde o amor sempre prevalece, o amor é o tema central, a paixão é a vertente que arrasta aqueles que são envolvidos pelo suave murmúrio do amor.
A minha Carolina foi assim. Ela foi a minha fonte de inspiração para o amor. A minha CAROLINA foi o suave murmúrio do amor que me envolveu em uma das belas fases de minha vida, dos vinte e poucos anos até os sessenta e mais um pouco, mas que eu queria que fosse muito mais. Foram quarenta e vários anos de convivência envolvente pelo amor de marido e mulher para alguém que sonhava com uma vida de anciões juntos. Que são quarenta e poucos anos para quem muito desejava viver juntos eternamente? Asim foi a nossa vida. Assim foi um amor verdadeiro que teve sua eternidade enquanto durou. Particularmente jamais me imaginei viver meus dias longe do meu amor cujo nome era CAROLINA. Jamais me imaginei viajando a passeio sozinho. Jamais me imaginei sendo afastado da vida que sempre tive no conviveo de casais porque hoje sou um homem só. Jamais me imaginei deixando de participar de eventos de por sentir-me como peixe fora d'água. Jamais me imaginei estar sem a presença da minha CAROLINA.
Meu querido amor. Hoje estou só em nossa casa. Aquela que foi o nosso aconchego. Aquela que foi o nosso ninho, hoje está sem você.  Não é a solidão dos tristes e dos desconsolados, não, é a solidão da tua ausência física, a solidão da ausência daquela que às vezes nada falava mas com olhar todo cheio de muito carinho tudo dizia, a solidão da ausência da tua voz, a solidão do nunca mais ver-te linda num traje do após-banho, uma solidão da ausência do teu cozinhar delicioso e feito com todo amor e o melhor bom gosto. Hhhaaa que saudades minha querida. Saudades da tua maravilhosa presença. 
Sabe meu amor essa é a mais gostosa das saudades. Diariamente, à noite, fico por horas intermináveis contemplando a tua beleza e, paulatinamente passando em meu porta-retratos digital como que me lembrando dos momentos de encantos que juntos vivemos. Minha querida, em minhas viagens solitárias de automóvel sinto-te plenamente ao meu lado acariciando meus ombros cansados, acariciando minhas parcas e já esbranquiçadas cãs. Sim, meu amor, sinto-te me envolvendo, provocando-me copiosos choros, como de agora, em plena aeroporto "Charles de Gaulle", anexo a cidade luz do mundo, em plena Paris. Muito chorei nessa minha viagem pelo mundo pensando em você.
MINHA AMADA CAROLINA, nessa semana completou-se um ano que você foi para Deus. A dor é a mesma, meu amor. O coração continua apertado. A vontade de chorar é a mesma porque você deixou um profundo vazio em nossas almas. Pergunto-me, por vezes, será que deveríamos chorar, gritar e lamentar a tua ausência? Quando vamos para Deus, não deveríamos exultar? Sim, meu amor, exulto porque você está com Deus. Quem tem privilegio de ter dois anjos só para si e para os seus? Eu tenho esse privilegio, meus filhos e meus netos tem esse privilegio. Nós temos dois anjos olhando por nós. Você minha querida é meu anjo preferido. Quem poderá contra mim, se tenho você e o Marcelão como meus anjos?   
Meu amor, hoje sou um homem absolutamente feliz porque nós dois tivemos a felicidade suprema de termos quatro filho que nos completaram. Sabe,meu amor, continuo praticando a minha maneira ser, procurando ser feliz dentro do meu pequeno mundo. Sinto-me cercado pelas pessoas que me amam, por aqueles que nos aproximaram pelo sangue, por aqueles amigos que escolhemos para ser nossos irmãos. Aliás tive a graça de ter em minha vida muitos e incontáveis amigos que escolhi para ser meus irmãos. Tenho irmãos miseráveis, tenho irmãos ricos, tenho irmãos lindos, tenho irmãos cultos e irmãos cuja cultura é a força, o braço e o coração grande.
A você, minha querida CAROLINA dedico essas poucas palavras partidas de um coração sofrido, de um coração que sempre te amará, de um coração que jamais se abaterá porque sabe que você está junto a Deus.
Faço dessas minhas palavras a oração de hoje. Uma oração direta para Deus para que você alcance a Luz dos justos, para que junto a Senhora Mãe você possa nos ajudar na condução de nossas vidas com a resignação dos justos e com o coração leve de quem muito ama e que muito sente a dura saudade da separação. 
Meu amor, queremos que nesse dia do teu aniversario de inicio de vida junto a Deus você possa louvar sempre a Deus pelos nossos bom momentos. Obrigado meu amor. Continue eternamente com Deus e continue intercedendo ao Grande Arquiteto do Universo para que sejamos suficientemente fortes para podermos nos conduzir pelos caminhos de Cristo.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XI - nº 524 - 17.06.2011.