quarta-feira, 5 de junho de 2013

FRANCISCO WROBLEWSKI – Um homem bom.

Como sempre tenho expressado nos rabiscos de minha vida, traduzida em pequenos escreveres que exteriorizo nos veículos comunicantes da região meio-oestina do Estado e modelo de um país fadado a ser grande, o sustento alimentar do mundo e a fonte perene da água para o Universo – o ser humano é um animal gregário e social.
Assim penso e assim sou uma testemunha viva dessa realidade incontestável. Sim sou uma testemunha de vivência nesse ambiente onde homem precisa de mais homens em sua companhia e quando falo em homem não quero dizer o ser macho, o ente masculino mas sim o ser criado por Deus à Sua Imagem e Semelhança. Falo sobre o ser que representa genericamente o SER HUMANO, aí inclusos o homem e a mulher.
Sou um homem que eventualmente convive em cidades grandes, no entanto, o meu habitat natural é a pequena cidade, é a aldeia, é a casa aberta para todos os amigos e é o sitio do ar puro e das águas límpidas, onde os amigos entendem os meus desejos de homem livre para bem viver e para muito amar. Esse é o ninho onde sei bem conviver, onde encontro os panos para me aquecer e onde encontro o carinho sincero dos que me amam e que me querem bem.
Nesse meu andar no mundo das pequenas cidades, no meu antigo andar pelas fazendas postas a vendas para quem as quisesse comprar, pelo morros a subir, pelas vargens de vistas distantes para contemplar e pelas águas cristalinas que nos permitia o descanso do longo caminhar. Nesse ambiente sempre tive ao meu lado o mais fiel dos escudeiros, o amigo de todas as horas, o meu defensor que não perdoava as lanças das línguas afiadas, o meu querido dentre os mais queridos amigos de minha vida – FRANCISCO WROBLEWSKI, ou - Chico da Pasta ou – Polaco – ou Tio Chico.
Tio Chico sempre foi o homem puro e de alma transparente. Foi o homem que mais amou uma esposa com quem conviveu, a sua amada GILDA. Foi o homem que mais defendeu a sua segunda família que era a sua PAPELOSE, a sua FACELPA, asua TROMBINI. Esse é o velho CHICO, quem, nesse semana, tive o privilégio de abraçar com profunda emoção pelos seusoitenta e um anos de idade.
Eu vi o CHICO amar profundamente a sua amada GILDA. Eu vi o Chico chorar copiosamente, aos quase 80 anos, quando falava das dificuldades e da doença da sua GILDA. Eu vejo o meu amigo CHICO hoje perambulando pelos aí da vida, de cabeça baixa, soturno, entristecido pela falta da sua GILDA mas vejo também os olhos do meu amigo – CHICO - reluzirem quando me vê indo ao seu encontro, de braços abertos, para abraça-lo e com um forte e emocionado entrelaçar de abraços, externar o calor de um coração amigo que muito o ama. Eu e o CHICO, nosencontros casuais pelas calçadas da vida em Fraiburgo, cansamos de nos abraçar e juntos chorarmos sem nada falar. Eu e o Chico aprendemos a deixar os nossos corações falarem entre si e sozinhos porque são dois corações machucados pelos mesmos motivos. São dois corações que sempre palpitaram pelos mesmos gostos. São dois corações que defenderam e defendem intransigentemente a sua segunda casa – a antiga PAPELOSE – A FACELPA e a agora TROMBINI. São dois corações que não compactuam com a desonestidade, com a mal-querência e com a ingratidão.
Eu e o TIO CHICO temos passagens inesquecíveis, como a estratégia que traçávamos quando íamos ver terras para comprar para a nossa querida Trombini. Sempre combinávamos a maneira de agir, eu, como gerente, ficaria com o proprietário que sempre me levava para os melhores locais da fazenda para impressionar-me quando que o velho CHICO, iniciava a conversa junto mas, “de repente”, não mais que “de repente” como diria o gaúcho, ele desaparecia e encarregava-se de ver realmente como era a fazenda, seus morros, sua falta de água,suas áreas impossíveis de serem utilizadas, suas grotas e suas pedras. De volta reuníamos as informações mas o que ele realmente via era o grande peso da balança. Nunca erramos nas escolhas e nas muitas recusas.
O CHICO, no alto de seus oitenta e um anos, continua o menino brincalhão, o amigo incondicional, o companheiro de todos os momentos, o ser humano de alma transparente e a pessoa em que realmente podemos confiar. O CHICO é o meu amigo inseparável que vem ao meu escritório constantemente só para me abraçar. É o meu amigo que sabe das feridas na minha alma e é o enfermeiro dos meus sentimentos feridos, é o guardião da minha felicidade. O CHICO é MEU AMIGO.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 627 - 07.06.2013.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

AGROCERES PIC - O marco da evolução.

A convite do Prefeito Municipal de Fraiburgo, dia 21 de Maio de 2013, participei da inauguração da UDG - FRAIBURGO, da AGROCERES PIC. Trata-se de uma Unidade de disseminação de Gene instalada em uma área de aproximadamente 50 Alqueires de terra, minuciosamente escolhida para ser implantada e cujas características são de importância primordial, em face da absoluta necessidade da biosegurança que instalação desse porte necessita.
Fiquei extremamente impressionado com a mais alta qualidade das instalações, onde o centro de gravitação de toda a tecnologia está plantada na absoluta segurança para a proteção da qualidade do produto daquela Unidade.
Senti-me realmente orgulhoso em ser fraiburguense porquanto, após uma passagem  pelas instalações brilhantemente apresentadas, reuni-me comigo mesmo, em meu íntimo e procurei analisar o quanto de bom é essa inovação para Fraiburgo. Ví, nesse filme de meu subconsciente a enorme projeção do nome da cidade de Fraiburgo, como um polo da
A UDG - FRAIBURGO, da Agroceres PIC, é a maior e mais moderna da América Latina, estando em absoluta equiparação com as mais modernas do mundo e no topo da pirâmide genética de suínos. Essa Unidade em Fraiburgo, aliada à de Patos de Minas, terá um plantel para coleta com mais de 700 machos e para uma produção de mais de um milhão de doses de sêmen.
Todas as instalações dessa UDG (Unidade de disseminação de Gene) foram idealizadas e construídas dentro dos mais rigorosos sistemas de segurança disponíveis no mundo para a absoluta garantia da qualidade que dela derivará para o mercado da suinocultura brasileira e mundial.
Tamanha é a tecnologia e a automação que comportará a necessidade de somente sete pessoas para mante-la a pleno funcionamento.
Senti-me orgulhoso em participar da sua inauguração com direito a visita em todas as instalações porque foi uma oportunidade única, vez que, encerradas as solenidades, quem as viu, viu. Quem não as viu não mais terá essa oportunidade porquanto o acesso de pessoas que não trabalhadoras na Unidade não mais será oportunizado. Tudo isso em homenagem à biosegurança do sistema.   
As autoridades municipais de Fraiburgo, da Administração atual e da anterior estão de parabéns porquanto a visão de futuro deve ser dirigida mais para o alto uma vez que a alta tecnologia está aí a exigir uma mão de obra cada vez mais qualificada. Foram-se os tempos da mão de obra desqualificada, do trabalhador eminentemente braçal. Nos dias modernos, da robótica, da internet, intranet, da inteligência a qualificação é de importância primordial e esse qualificação passa pelos bancos escolares, pelas escolas técnicas, pelas Universidades. Foram-se os tempos da colheita da nossa maçã por peões comandados por braços fortes. A prova maior está nas causas da erradicação de vastas áreas de nossos pomares. Falta de mão de obra para colheitas.
Nas palavras do Diretor Superintendente, a AGROCERES PIC, pela sua UDG-FRAIBURGO “marca um novo tempo para o desenvolvimento da suinocultura”, quando por outro lado, o seu Presidente afirma, e eu acredito, “ela foi concebida com o que de melhor existe no mundo” e o nosso Prefeito, com a satisfação estampada em seu semblante, afirmou “A Agroceres PIC levará o nome de Fraiburgo para as Américas”. Parabéns Fraiburgo - Parabéns e obrigado Agroceres PIC.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - Nº 625 - 24 de maio de 2013.

CLUBE DOS 15 – 50 anos hoje.

Dia trinta e um de Maio de 1963, sexta-feira, quinze amigos, na então cidadezinha de Fraiburgo, popularmente e mais conhecida como localidade de Butiá Verde, num entardecer ensolarado, friozinho leve daqueles convidativos para que se cultue deliciosamente das benesses de uma folga preguicenta, alguém, talvez um José Fantin, do alto do balcão do seu bar pede ao colega Ivan Antunes de Souza, “vamos fazer um piquenique na Fazenda dos Rocha agora. Vamos curtir a nossa preguiça”? Tio Guja (João Oires Gugelmin), vamos, esse nunca diz não para uma boa festa. Vamos Carlinhos Abreu? Eurides? Valim? que tal ..? Vamos convidar o jovem Egon Frey? Eu sei que ele vai. Ahh vamos levar do Adalberto Burda, e o Jaime Rudolf, com certeza irão também ... e a turma foi aumentando e lá se foram quinze, na época jovens, quase todos solteiros, rumo a Fazenda dos Rocha e lá se deitaram na relva macia e considerando o ineditismo do convite, o sol relaxante, aquele friozinho convidando para um convívio entre amigos. Alguém levou linguiças feitas no açougue do Valim compradas umas “brahminhas” no Bar da rodoviária do Fantin, dois pães feitos em casa na comercial Marly, toalhas na Casa Sonora, todos na carroceria do caminhão do Rivair.
Assim foi fundado o Clube dos quinze no dia trinta e um de Maio de 1963.
Naturalmente que essa é uma estória para, brevemente, ilustrar o ambiente da época. Na realidade foi nessa época que esses mesmos jovens, solteiros em sua maioria, na pequena cidade de Fraiburgo, reuniram-se com mais uns, formando um grupo de quinze pessoas. Passaram a reunirem-se semanalmente para um aperitivo à base de linguicinha, pão e muito vinho, cerveja, pinga da boa e papo do muito bom. Esse primeiro encontro foi realizado na residência do Antônio Porto Burda. Os encontros foram sendo repetidos semanalmente, depois de uns trinta anos, passou a ser quinzenal ... foram .... foram ... entra gente .. sai gente ... sempre só quinze até hoje, dia trinta e um de Maio de 2013, quando está sendo realizado um jantar festivo de 50 anos, no velho e outro companheiro dos velhos tempos – O bom Clube Fraiburguense – cuja história também merece ser contada a prosa e verso porque sua permanência até hoje também é uma epopeia.
Pelo Clube dos Quinze passaram grande parte das pessoas ilustres de Fraiburgo, políticos, autoridades, visitantes das mais diversas cidades e em seus memoriais podemos ver e ler a história de Fraiburgo pelo seu lado pitoresco onde estão registrados os nascimentos de senhoras e senhores que hoje já são avós e avôs. Por seus registros vemos o “modus vivendi” de jovens e adultos de uma época em que ninguém possuía automóvel, a exceção de pessoas de mais idade em diante. Vemos uma cidade sem um centímetro de estrada asfaltada ou com calçamento, mesmo que em pedra irregular. Vemos uma fábrica de papel que foi instalada “lá no fundo, depois do mato”. Vemos uma cidadezinha somente com uma central de telefone com possibilidade de comunicação só entre poucas empresas e pessoas selecionadas, sendo que para ligação para outra localidade somente um telefone e localizado próximo ao escritório da empresa Rene Frey & Irmão S.A. Vemos uma cidade com muita lama e todos, por suas estradas, caminhando sob guarda-chuvas, capa de chuva e conhecidíssimas, na época, galochas. Vemos todos os jovens trabalhadores na cidade, reunirem-se religiosamente em todo o anoitecer no bar da Rodoviária do Fantin bebericando uma boa pinga, cerveja, vinho e seus sucedâneos. Vemos uma cidadezinha tendo, semanalmente, como quase que natural, assassinatos a tiros ou facadas. Esperava-se o final da semana para saber quem tinha morrido e quem matou. Vemos uma cidadezinha apelidada de “fraicong” em face das violências correlacionando-as à guerra do Vietnam, no combate aos violentos ataques dos Vietgongs. Esse foi o nosso ambiente em que os então membros do Clube dos 15 conviveram pacificamente, porque o lema da época e até hoje, desse Clube que é CULTIVAR AMIZADES.
O Clube dos 15, desde sua fundação e até hoje se reuniu religiosa e semanalmente e posteriormente a cada quinze dias, sem jamais ter ocorrido qualquer interrupção. O associado mais importante e mais querido é o amigo JOÃO OIRES GUGELMIN, único fundador, associado também ininterrupto, sendo o segundo mais velho eu, Flávio Martins, ingressado em 18.10.1968, quinze dias depois de casado. Esse Clube não tem mensalidade ou outro compromisso qualquer que não o de reunir os amigos. Fazem parte efetiva quinze associados, tendo sempre dois ou três “perus” que normalmente são os que substituem os que saem, morrem, desaparecem, fogem, abandonam, enjoam, pão-duros, mão de vacas, que as mulheres mandam, medrosos para sair a noite, devedores de jantares e outros maus elementos. A cada jantar um dos associados, obedecendo a uma escala, paga todas as despesas independendo do que comeram, beberam e números de pessoas presentes. Parabéns Clube dos 15. Viva mais cinquenta anos.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 626 - 31.05.2013.

domingo, 19 de maio de 2013

FRAIBURGO – prejudicado por interesses políticos.


Fraiburgo é uma cidade peculiar porque desde sua fundação, ou mesmo desde seus primórdios, caracterizou-se como uma vila fundada por líderes incontestes vindos de outras regiões, que aqui fincaram o mastro de sua energias, de suas vontades de trabalhar e progredir.
Seus fundadores Rene e Arnoldo foram homens talhados para enfrentar o desconhecido com a mesma galhardia dos antigos conquistadores. Para eles não existia o “não posso” desconheciam o termo “isso é impossível de fazer”. Rene e Arnoldo foram homens com o olhar fixo no futuro. Homens de liderança nata e desconheciam a fraqueza, desprezavam o ambíguo, não aceitavam a fraqueza.
Se Fraiburgo existe e desponta como um local de bom futuro deve-se essencialmente à figura ímpar de um Rene Frey que, embora residente realmente “lá nos Frey” sempre soube buscar o que era de direito para essa sua comunidade. Soube distribuir terras próprias para serem vendidas sob forma de loteamentos, a valores bem accessíveis para seus companheiros de ideais, que eram os seus trabalhadores da época e que aqui também derramaram seu suor. Rene tirou a “forceps” das mãos dos detentores do poder em Florianópolis a carta constitutiva e a emancipação da sua comunidade como um Município Catarinense.
Rene era um leão indomado para conseguir o que era de direito para Fraiburgo.
Infelizmente, em nossos dias essa valentia, essa virilidade e essa energia incontida feneceu em nossa cidade. Em outros tempos, não tão distantes mas também de outrora, essa mesma nossa cidade foi imbuída da mesma impetuosidade de sempre, liderada pelo nosso velho Rene e viu dias de glórias e de muito orgulho para todos nós que aqui convivíamos comoFraiburguenses.
Naqueles tempos tínhamos empresas pujantes, lideradas e dirigidas por empresários que aqui residiam e conosco conviviam o dia-a-dia de nossas vidas, conosco dividiam o pão, partilhavam conosco das mesmas mesas de bares, conosco conviviam das mesmas noitadas de nossos bailes e de nossos cinemas rústicos. Esses grandes líderes com suas presenças nos nossos campos de futebol conosco gritavam, vociferavam e xingavam.
Nos momentos de estabelecer forças para o bem comum de Fraiburgo, esses mesmos líderes empresariais sabiam sentar ao redor de uma mesa para juntos encontrarem maneiras de melhor representar nossa cidade. Foi o caso da realização da primeira festa da maça onde, em comum acordo, decidiram pela construção de toda a infraestrutura necessárias daquele local que projetaram como um local definitivo daquele evento. Aqueles empresários tudo faziam quando se tratava de um bem comum para osfraiburguenses e para tal muito investiam.  Dentre outros citamos Hugo Frey e Antoine Ferrandis pela então Papelose – Willy Frey pelo então Reflorestamento Fraiburgo – Roland Meyer pela então Vinícola Fraiburgo e Rene Frey pela então Rene Frey & Irmão.
Os tempos passaram nossas lideranças feneceram por desilusões, por sobreposições de lideranças falsas, pelo domínio de lideres vingativos e mesmo por incompetências explicitas.
O resultado disso é que nossa comunidade de Fraiburgo foi deixando para segundo plano tudo o que é relacionado a política, em face de feridas de um passado mal conduzido. Hoje sofremos em muito com essa ausência de representantes autênticos e realmente capacitados para cuidar dos interesses da nossa comunidade e o exemplo maior disso ocorreu recentemente, quando de maneira triste, nos foi apresentado um projeto de revitalização das obras da rodovia que liga Videira – Fraiburgo – Lebon Régis.
Digo de maneira triste porque descobrimos depois que, de maneira sorrateira, como o ladrão que rouba no lusco-fusco do entardecer, de maneira imperceptível mudaram o traçado daquela rodovia do trecho de Videira a Fraiburgo. As obras, se fossem projetadas pelo sua normalidade, seriam revitalizadas nos trechos da saída de Videira – Posto Pinheiros até a saída de Fraiburgo – entrada bairro Santo Antônio.
Como falei, de maneira sorrateira sem a percepção de ninguém esse mesmo trecho foi alterado para ser revitalizado da saída de Fraiburgo – altura do Hotel Fraiburgo, retirando a Avenida Rene Frey do projeto e essa mesma distância retirada de nossa avenida foi acrescida na entrada de Videira, passando a fazer parte daquele projeto o trecho do Posto Pinheiros até a curva do Posto Itaú, em Videira. A intervenção do nosso Prefeito Ivo fez que fosse realizado um segundo projeto para contemplar a nossa Avenida, no entanto a dúvida persiste. Sairá esse novo projeto? A dúvida persiste porque o projeto clandestinamente alterado para beneficiar Videira não pode mais ser alterado, mas o projeto adicional para atender a nossa Avenida, que faz parte da rodovia será realmente realizada?
Como Fraiburguense sinto-me indignado porque uma Secretaria que se diz REGIONAL não poderia permitir um ato desse quilate prejudicando um município de sua base com o objetivo de beneficiar outro. A briga deve ser somente para beneficiar, jamais para prejudicar. Fica aqui meu Protesto.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 624 - 17.05.2013.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

MÃE, minhas amadas mães.


A unanimidade, segundo parte dos pensadores do universo, é sempre burra. Discordo frontalmente da premissa apresentada porquanto existem determinados fatores que por si só são a prova maior de que a unanimidade nem sempre deve ser burra. Se assim fosse não poderíamos pregar a paz para o mundo porque a paz, se fosse possível ser uma realidade em nosso universo, seria ela uma unanimidade e jamais burra.
No mundo em que vivemos, em nossa necessidade de vivermos em comunidade e por sermos essencialmente sociáveis, criamos ídolos e datas para nela sonharmos os nossos mais belos sonhos.
Mês de Maio, para nós católicos, é o mês dedicado a Maria, a Nossa Mãe e a Mãe de Deus.  Nesse mesmo mês dedicamos o segundo domingo para a celebração da mais absoluta unanimidade em todo o Universo que é o dia das Mães.
Encontro-me no umbral da idade setentenária e meu coração em muito aperta quando fecho os olhos e passo a lembrar-me de minha querida mãe. Eu, já cinquentenário, a perdi fulminada por um coração que enfraquecido não mais conseguiu mante-la em nosso meio. Já homem adulto, naquele dia senti me faltarem a terra sob meus pés, que meu mundo desabou. Meu coração sofreu a dor de uma separação certa, mas que eu não entendia. Minha mãe, minha amada mãe terminara seu tempo nessa terra e foi junto a Jesus porque, sem dúvida, lá era o seu lugar. A minha mãe era uma senhora baixinha, coração maior que o seu corpo, a humildade personificada, seus braços sempre abertos para receber um, mais um, mais um em nossa casa, onde a todos abrigava e, mesmo na nossa pobreza, para todos tinha um abrigo, um pão e uma oração. Minha mãe foi o retrato da mulher que sempre estava no anonimato da vida de meu querido pai. Ela sempre foi o esteio da família. Sempre foi a que mais chorava pelos seus filhos. Sempre foi a que mais vibrava pelas nossas pequenas vitórias. Minha mãe sempre foi a pessoa que mais orgulho tinha dos seus filhos e a todos contava – “olha ele é meu filho, não é lindo? Viu como o meu filho é inteligente. Viu como o meu filho é homem bom? sim ele é meu filho” Essa era a minha mãe que hoje está no paraíso olhando por mim e pelos meus irmãos e irmã.
A mãe maior, no entanto, foi a mãe que eu mais amei na minha vida e a mãe que eu continuo amando intensamente depois da sua morte. Essa mãe eu a chamava de “minha Carolina” enquanto os outros a chamavam de Carolina, carol e mesmo Calorinda (que ela detestava).
Essa mãe eu muito amei, eu intensamente a amei.
A minha mãe e a minha Carolina foram as mães com quem eu convivi sendo que, com a minha mãe fui criado para saber enfrentar as agruras da vida e isso tudo aprendi com as lições que eu deveria estudar, respeitar os idosos, ser homem de bem e, quando assim eu não agia a “mescola” de mexer a polenta cantava em minha bunda. Muito apanhei de minha querida mãe sempre para saber o que era errado. Quando apanhava em minhas brigas com outros amigos, eu apanhava novamente dela para aprender que eu não deveria brigar. Quando me queixava do professor que era ruim, apanhava novamente para aprender que professor sempre nos ensina e se eu achava que o professor era ruim o relapso era eu que não estudava.
Aliás, muito aprendi com as repreensões de minha querida mãe e, de seus surras nenhuma sequela tive, muito pelo contrário. Aprendi dizer “muito obrigado” chamar os mais velhos de “senhor – senhora” dizer “desculpe-me” – “com licença”. Aprendi respeitar as mulheres, os idosos. Aprendi que a humildade é a verdadeira virtude do homem de bem. Aprendi que devemos sempre bem ouvir antes de falar. Aprendi que todos devem ser respeitados.
Com a minha querida Carolina dividi momentos divinos que só quem muito ama pode saber a sua dimensão. Essa mãe Carolina foi a minha companheira nos momentos mais difíceis de minha vida e sempre apoiou-me incondicionalmente. Com ela dividi muitas lágrimas e muitas alegrias. Com ela tivemos muitas vitórias lindas. No meu desespero e nas horas em que eu ia desistir ela lá estava para dizer não, levanta-te que eu estou aqui contigo.
As minhas duas mães e os dois meus grande amores hoje estão no céu. Eu sei, as duas olham-me com o mesmo amor carinhoso e conduzem-me para a serenidade de uma vida a sós. Minha mãe preciso continuar recebendo suas bênçãos. Minha amada Carolina continue olhando para mim.
Parabéns minhas duas amadas mães nesse vosso dia. No meu momento de estar sozinho com vocês erguerei a taça dos meus pensamentos para vocês e direi comigo mesmo, parabéns minhas queridas pelo dia das mães. À minha amada filha e todas as mães de Fraiburgo e de nossa Região parabéns.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 623 - 10.05.2013.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

1º DE MAIO – como era bom antigamente.


Todo o ser humano é um ser gregário e eminentemente social, necessitando estar no convívio de outros seres da mesma espécie, portanto o homem e a mulher têm em sua própria essência a necessidade de conviver com outras pessoas. O isolamento permanente é uma exceção que não combina com o próprio sistema biológico do ser humano porquanto o seu próprio corpo necessita do aconchego, do contato físico com outro corpo e do calor humano.
É da própria sociedade a busca do inusitado para cativar o interesse popular, inventa-se tudo o que desperta a atração e busca formas de melhor satisfazer essa obra prima da criação divina. A busca do conforto está sempre como primado para a satisfação do ser humano e as datas comemorativas, no mundo inteiro, são inventadas para homenagear aquilo que gera satisfação no maior número possível de pessoas.
O dia do trabalhador essencialmente é uma data voltada para homenagear aqueles que carregam em suas costas o mundo e são os grandes geradores da riqueza universal.
Todo o trabalhador sente-se orgulhoso no dia do trabalho porque sabe que aquele dia é o seu dia. Sente-se intimamente gratificado porque sabe que aquela data é uma homenagem para si e, todos nesse dia, reservam-se para o congraçamento do sua família, com os seus e com os seus amigos.
A evolução dos tempos, no entanto, tem mudado esse primado e percebe-se que aos poucos o dia do trabalhador vai perdendo a sua essência de congraçamento, de união entre os que se atraem e de verdadeira comemoração festiva e fraterna. Nos dias de hoje o dia do trabalhador vem se transformando em mais um dia de folga, um dia para não trabalhar, um feriado estabelecido em Lei.
Fraiburgo não foge a regra. Exceto as honrosas exceções nesse ano foi somente mais um feriado, somente mais um dia de descanso, mais dia um dia para poder se levantar mais tarde.
Interessante, questiono-me por que isso vem acontecendo? Cabe aqui uma grande interrogação, será que essa data foi instituída somente para dizer ao trabalhador que ele tem um dia dedicado a si próprio? Será que esse dia foi instituído somente para haver mais um feriado? Não, mil vezes não.
Esse dia do trabalhador deve ser uma data realmente diferente porque o seu objetivo maior é o de realçar aqueles que são os responsáveis pela geração de riquezas, sem as quais a felicidade também não mais existiria. Nesse dia as entidades, empresas e governo deveriam fazer com que a festa de congraçamento fosse a grande tônica, onde esses heróis anônimos pudessem sair ao passeio acompanhados de seus familiares, acompanhados das pessoas que muito amam e orgulhosos poderem mostrar o porquê são importantes. Esses trabalhadores deveriam continuar ser o alvo das solenidades e das manifestações de apreço por eles.
Fraiburgo, nos idos das décadas passadas e até o inicio do novo século, foi um exemplo maior nas festividades especiais para o dia do trabalhador.
Lembro-me muito bem porque muito participei e muito contribui para que essa data fosse realmente marcante para cada trabalhador. Esse homem e essa mulher que entregam seu suor para o progresso e felicidade de outrem, nesse dia do trabalho, devem ser festivamente homenageados porque para eles o almoço, a festa não são o principal. O significado não se reveste de tão grande importância senão agregado ao fato de nesse dia haver momentos de particular congraçamento entre pessoas, entre colegas e seus familiares. Esses encontros efetivamente trazem a satisfação íntima que é quando podem apresentar sua esposa, seu marido, seus filhos, netos a seus companheiros de trabalho, onde sentem o orgulho de mostrar aos seus “é aqui que eu trabalho, eu trabalho naquela máquina, eu faço aquela peça, eu deixo os nossos clientes felizes, eu sou responsável direto para a fabricação ou construção daquele produto”. Outrora, o dia primeiro de maio, para os fraiburguenses, era a festa maior de congraçamento entre as empresas onde a rivalidade sadia aflorava em todos trabalhadores defendendo suas cores, defendendo suas empresas como se essas fossem realmente suas. O orgulho em trabalhar em determinada empresa era estampado em seus semblantes. Todos os proprietários de empresas e seus executivos conviviam como iguais com todos os trabalhadores, dividindo as mesmas mesas, as mesmas festas, os mesmos esportes e a mesmas diversões. Como era bom o dia do trabalhador em Fraiburgo. Estamos esquecendo que ainda a melhor forma de eficiência é termos trabalhadores satisfeitos e essa satisfação passa pelo reconhecimento do olho no olho e na certeza que o meu chefe é meu amigo. O trabalhador sente a necessidade do reconhecimento de seus superiores e uma forma de reconhecimento e o melhor deles é o abraço fraterno do chefe e o saber que nele existe um amigo.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 622 - 03.05.2013.




segunda-feira, 29 de abril de 2013

VARDO – fica com Deus amigo.


Todo o cristão, desde a mais tenra idade, já tem sua iniciação nos primeiros livros do ensinamento religioso – o catecismo – independendo da igreja ou da filosofia à qual seus genitores seguem. O catecismo passa a ser um dos alicerces que sedimentam os fundamentos do caráter e da personalidade desse ser humano que um dia determinará os destinos dos que dele dependerão.
Esse mesmo catecismo tem um fundamento pétreo onde aprendemos que somos seres constituídos de corpo e alma. O cristianismo tem como premissa que nossa estada na terra é realmente uma passagem e temporária. Na mesma linha os ensinamentos kardecistas ensinam que somos essencialmente espíritos, temporariamente encarnados, e que aqui estamos para cumprirmos uma missão de aperfeiçoamento espiritual e um que dia estarmos junto a Deus.
Assim é e assim cremos. Somos absolutamente a imagem e semelhança de Deus nosso Pai e, também, absolutamente iguais a qualquer outro ser vivo desse mundo, isto é, nascemos, somos seres muito frágeis, com o passar do tempo tornamo-nos mais fortes, maiores, resistentes. Ficamos adultos, envelhecemos e ao final morremos. Assim acontece com todos os seres vivos do universo, sejam vegetais, animais racionais, aos quais nos incluímos, ou mesmo irracionais. Todos, absolutamente todos seguimos esse ciclo de vida sendo que a realidade da morte é a única realidade concreta para todos nós, seres humanos, árvores, leões, peixes, invertebrados e demais – “um dia morreremos”.
A nossa morte é absolutamente certa, para uns mais cedo para outros um pouco mais distante, no entanto, essa é irreversível e acontecerá com todos nós, os seres vivos.
A dor também é um sentimento que faz parte de nosso âmago cuja reação nos provoca enormes sofrimentos e, a maior de todas as dores é o afastamento das pessoas por nós muito queridas. Afastamento esse que será para todo o sempre. Em que pese crermos que esse mundo é uma passagem, a dor é mais profunda quando nos é arrancado do nosso meio aquela pessoa que muito amamos. Não existe remédio para amainar essa dor e ninguém, ninguém mesmo poderá nos ajudar assumindo parte da nossa dor. Essa dor é nossa, somente nossa, dolorosamente nossa. Resta-nos, no entanto um grande consolo – Deus jamais nos dá uma cruz maior que nossas possibilidades de a levarmos. Essa cruz da dor da perda de uma pessoa, de um amigo, de um amigo especial, de um VARDO é uma dor que somente nós temos que carrega-la. Se assim é, aceitemos esse fardo da dor para glorificarmos a Deus e dizer “meu Deus muito obrigado por nos ter dado como um caminheiro que muitas vezes nos ajudou a carregar nossa cruz nesse mundo e que o chamávamos de VARDO”.
VARDO foi, assim estava escrito na lei do universo e para quem assim acredita. O VARDO veio a esse mundo com uma sublime missão, cumpriu-a. Seu tempo passou e ele voltou para o Pai, ou retornou para seu outro plano para continuar  sua missão de aperfeiçoamento espiritual até atingir a perfeição. Para nós que assim cremos existe o consolo em sabermos que continua vivo em nossos corações.
VARDO, nosso querido amigo, vai com Deus. Hoje muito choramos, tua esposa, tua filha, tua mãe, teus familiares por muito tempo haverão de muito sofrer porque muito te amaram e porque você muito os amou. Nós, teus amigos, muito sentimos a dor da tua ausência, o sentimento da ausência daquele teu sorriso encantador, o sentimento da tua incondicional alegria que inúmeras vezes espantava nossas tristezas. Tua eterna disposição em nos ajudar em qualquer necessidade em muito nos fará falta. Você, querido amigo VARDO, sempre foi o nosso companheiro inseparável, você sempre foi o homem do sorriso aberto, da alegria personificada e da lealdade a qualquer hora. Você, caro amigo VARDO, foi o grande líder de inúmeros movimentos que trouxeram muita felicidade para muita gente, você foi o homem de coração limpo, de sentimentos puros e de caráter forte.
Deus o tenha em Seu seio porque tua passagem por esse mundo fez muito a diferença. Esse mundo passou a ser melhor com tua passagem por ele. Você fez a felicidade de muitos, você muito contribuiu para que Fraiburgo fosse melhor, porque você espalhou o bem querer, você distribuiu sorrisos, alegrou pessoas e fez a felicidade dos teus amigos.
Vai com DEUS amigo VARDO.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 621 - 26.04.2013.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ATENÇÃO, o primeiro mundo é nosso.


No silêncio das minhas madrugadas solitárias e em meu quarto de repouso acolhedor onde a luz diáfana projetada sobre meus alfarrábios me levam a análises multivariadas, partindo das mais leves leituras dos periódicos regionais ao entremeio dos noticiosos soberbamente escritos em conceituadas revistas de atualizações nacionais chegando-se aos escritos mais aprofundados da conjectura dos tempos atuais. 

A noticia do mundo encontra-se em nossas mãos ao simples toque de um “on-line”, chego à conclusão que, por vezes, levam-me a descobertas que estão às minhas vistas e não as vejo.

Em recente viagem pelo velho mundo revi as maravilhas de um mundo que me fascinava quando em minha meninice e mais ainda quando acadêmico dos Seminários Diocesanos da vida ficava eu deslumbrado com as milenares obras faraônicas dos povos egípcios em suas pirâmides majestosas com os povos do antigo lácio com suas edificações que até hoje encantam os mundos, com os povos oriundos dos magníficos cabelos louros do Norte contendo as fúrias dos mares em proveito dos seus povos, com os mouros do oriente desconhecido nas conquistas do ocidente tendo à frente os descendentes do sanguinário Átila em seu indômito corcel, ai vi-me ante a mais real das conclusões.

Nós, um povo líder das Américas também estamos inclusos no rol dos que lideram e dos que competem pari-passo com os povos do primeiro mundo. Nós também somos o primeiro mundo.

Se o mundo globalizado das gerações dos jovens de nossos dias, num simples acionar de uma tecla do computador, nos leva ver o mundo naquele exato momento, nos leva a comprar, vender, negociar, ver, admirar no mais recôndito canto do mundo esse mesmo teclar também nos leva a ver as mazelas dos mundos por nós sempre considerados os mais civilizados. Nesse ato de teclar vemos que a pobreza cada vez mais campeia os mundos dos mais eruditos. Vemos que a pobreza, mui lenta mas inexoravelmente, vai estendendo seu manto fétido sobre aqueles que numa passado não muito distante consideravam-se acima do bem e do mal. Vemos que as vielas tomadas pelos ascos dos lixos poluídos não são prerrogativas nossas mas sim de um mundo cada vez mais globalizado.

No Velho Mundo hoje vemos governos com as mãos absolutamente impossibilitadas de remediar, as mais simples manutenções pela forçosa necessidade de contensão de despesas.

O Velho Mundo tornou-se muito parecido com o nosso Novo Mundo. Novo porque nada mais temos que algo ao redor de cinco séculos de existência quando que ele, o Velho Mundo, os séculos já não podem mais ser contados em todos os nossos dedos. Não mais compensa girarmos pelo Velho Mundo para vermos, comprarmos porque aquilo que lá tem, “acá” também os temos. O valor real das visitas fica por conta exclusiva da cultura e exuberância do seu passado.

O milagre da internet, como já o disse em outros escritos, tornou-nos membros de uma aldeia global. Hoje nós fazemos parte do primeiro mundo porque aqui temos as mesmas virtudes, as mesmas mazelas, as mesmas corrupções, as mesmas crenças e os mesmos direitos.

Quando do meu retorno do Velho Mundo, enquanto aguardava nas longas filas da alfândega da nossa Policia Federal, no meu andar de passo-a-passo, por quase uma dezena de vezes ouvi comentários desabonadores dos próprios brasileiros, também vindos daquelas terras distantes, sarcasticamente criticando as nossas filas, considerando aquele trabalho de atendimento um absurdo pelo fato da fila e da espera.

Pensava eu com meus botões.

Como pode um brasileiro ser tão sarcástico e crítico contundente contra o Brasil e contra os trabalhos dos brasileiros quando que eles, apenas num dia anterior, enfrentaram filas quilométricas, distante de banheiros, num frio ártico para ver uma das maravilhas do mundo – Torre Heiffel. Filas quilométricas, extremas dificuldades para encontrar banheiros para ver as maravilhas do Museu do Louvre. Filas quilométricas, frio ártico e uma escada que não passaria pelo crivo da mais despreparada das equipes de segurança no Brasil somente para ver do alto do Arco do Triunfo a deslumbrante beleza de uma Paris apaixonante.

Esse é o típico brasileiro que precisa urgente ser reciclado para perceber que nós também fazemos parte desse primeiro mundo, deixarmos nosso mentiroso complexo de inferioridade de lado e reconhecermos que no nosso Brasil, em grande parte, somos bem melhores que esses povos de Primeiro Mundo. Quando sentirmos orgulho de sermos brasileiros e falarmos a língua universal – o inglês - aí sim andaremos pelo mundo de cabeça erguida e, majestosos, imporemos o respeito de que merecemos e que temos direito.  


Publicado no Jornal  O CATARINENSE - Ano XIII - nº 620 - 19/04/2013.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA.


O mundo moderno diferencia-se do mundo dos nossos ancestrais em face da própria evolução do homem em sua condição gregária e social.
Outrora os costumes eram outros, no entanto, na área do lazer e da descontração, entendo que o Brasil rompeu barreiras impensadas nos tempos de outrora. O Carnaval do Rio de Janeiro é algo realmente singular cuja modernidade transparece por entre os poros do povo carioca, de uma maneira toda especial. Lá a nudez realmente é o símbolo da beleza.
O maior espetáculo da terra, segundo a legião de profissionais no campo do entretenimento quando em linguagem bem poliglota, tentam vender a grandiosidade daquele espetáculo ímpar, é algo realmente deslumbrante, magnífico, suntuoso e moderno.
Novamente estive presente a esse espetáculo que toda a vez que dele participo, no seu templo maior – A Marquês do Sapucaí – simplesmente fico extasiado pela grandiosidade, inexplicável beleza, sonoridade ímpar e exemplo de organização que aquele espetáculo é apresentado ao mundo.
Trata-se de um palco com capacidade para setenta e duas mil pessoas como assistentes onde os sonhos são apresentados sob forma de beleza, sensualidade e forte apelo profissional. O Carnaval no Rio de Janeiro é algo realmente muito sério e tratado com extremo profissionalismo, daí resultando um espetáculo voltado para o mundo porque jamais vi tantos povos convivendo com aquele povo maravilhoso que é o carioca. Nunca vi tantas pessoas das mais diversas etnias, nunca ouvi tantas línguas sendo faladas ao mesmo tempo ao meu derredor, nunca vi rostos tão estranhos, tantos rostos tão lindos, tantos rostos mais feios, no entanto também nunca vi tantas pessoas tão parecidas entre si, porque a indumentária padrão na quente Rio de Janeiro nada mais é que um short, uma camiseta, um calça bem leve.
O povo carioca realmente é a imagem de um Brasil que o mundo inteiro gosta. O carioca é um povo com um sorriso maroto nas faces, com um sotaque de uma sonoridade fascinante, com o andar  de uma malemolência apaixonante e, acima de tudo, um povo que, de uma forma descomplicada, a todos apaixona.
Sempre que eu falava com um carioca tinha a cristalina impressão que, de há muito o conhecia. Como deve ser bom ser carioca.
Naquela terra realmente o Cristo faz morada entre os bons de coração e os que tem o bem como uma missão nossa na terra. No Rio de Janeiro até a favela é bonita. Bandidos existem sim, como também existem bandidos em todas as grandes cidades do mundo e, de modo todo particular, onde a desigualdade ainda é muito latente e o Rio de Janeiro é a própria imagem dessas desigualdades. Lá residem as maiores fortunas do Brasil, mas lá também residem as maiores misérias dessa terra de Santa Cruz.
Passei por entre muitas favelas de forma deliberada para ver a realidade por esse lado mais sujo da vida. Lá vi o ótimo trabalho que está sendo feito com a pacificação de muitas favelas. Lá vi um povo simples como qualquer outra cidade. Lá vi senhoras dando o duro para levar o alimento para suas casas. Lá vi crianças desnudas perambulando por entre vielas, umas felizes, outras tristes, umas limpas e asseadas, outras menos. Na maioria delas, nas palavras do nosso guia, até não muito tempo, era impensável por lá transitar. Hoje todos aqueles moradores periféricos respiram o ar da liberdade. Sim o ar da liberdade porque os maiores prisioneiros da bandidagem são os próprios moradores das suas comunidade.
A Marques do Sapucaí é o lado “vip” do Carnaval carioca transmitido para a diversão e deslumbramento do mundo, no entanto esse glamour todo é feito por esse mesmo povo simples do Rio e a prova maior que o povo humilde também gosta muito da sofisticação, da beleza e do esplendor.
O estar na Marques do Sapucaí, de modo especial nas frisas, onde estive, é algo simplesmente  de uma beleza inimaginável, onde o som, luzes, luxo e beleza fazem o deslumbramento dos presentes.
Que bom seria se cada brasileiro um dia pudesse ver “in loco” esse que, também para mim, é o maior espetáculo da terra.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 612 - 22/02/2013.

E A NOSSA SAÚDE ?


Em relação a saúde a Constituição do Brasil assim estabelece em seu Artigo 196:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Já, sobre a segurança pública, assim estabelece a mesma Mater Lex, em seu Artigo 194:
A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:


Observe-se uma diferença transcendental em ambos os dispositivos estabelecidos numa Lei que que é um Ordenamento mandamental que não se discute – cumpre-se.
A diferença é muito grande. Na Saúde “é um direito de todos e um dever do Estado”. Já sobre a segurança pública é “um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”, ou seja, sobre a saúde É DEVER DO ESTADO e pronto, mas na segurança existe o diferencial que a responsabilidade é de todos, assim, para a saúde, quando necessário, as providencias devem ser tomadas obrigatoriamente pelo Poder Público, que na Constituição é denominado de Estado.


Juridicamente falando, por Estado entende-se – Nação – Estado – Município, ou seja, conforme www.significados.com.br, “É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada.”
Em Fraiburgo o Prefeito Municipal eleito, Ivo Biazzolo, assumiu o poder municipal em primeiro de Janeiro já com um mega problema às suas mãos que foi o anúncio da direção do Hospital Divino Espirito Santo que estariam encerrando as atividades ao final de Janeiro, o que realmente ocorreu. Naturalmente que o tempo agiu contra qualquer possibilidade viável do Prefeito dar uma solução definitiva para a população.

Entendo que as providencias foram imediatas, dentro daquilo que foi o possível, para uma solução temporária mas que não deixasse a população ao desamparo. O atendimento emergencial foi aprimorado no próprio Pronto Atendimento e mais disponibilidade de transporte de doentes. Por outro lado, ante a impossibilidade do atendimento no Hospital local, a municipalidade contratou emergencialmente os serviços de um Hospital em Videira que atende a todos os doentes de Fraiburgo que para lá são conduzidos. Assim, temporariamente todos os doentes de Fraiburgo estão sendo assistidos pelo próprio PA e para os casos de maior gravidade o Hospital e médicos de Videira realizam o atendimento hospitalar, tudo isso com o transporte para aquela cidade com viatura apropriadas, com praticamente a mesma demora e até com uma qualidade melhorada, embora que tais procedimentos ainda são em caráter provisório.
O Hospital Divino Espirito Santo, único em Fraiburgo é devidamente equipado com Centro Cirúrgico compatível com as necessidades mais urgentes para a cidade, com infraestrutura necessária de leitos, enfermarias, raio X e demais equipamentos necessários para os atendimentos de maior gravidade. Entendo que é necessário que se vá a fundo para detectar o que realmente ocorre que poucos médicos estão dispostos a permanecer em Fraiburgo. Qual o motivo que levou o único anestesista que aqui residia e trabalhava a desistir de aqui continuar trabalhando e partir para novos desafios. Naturalmente que as Entidades que mantem e administram o HDS não podem continuar tocando esse nosocômio com prejuízos elevados e constantes, no entanto, algo de errado há, porque os atendimentos pelo SUS simplesmente desapareceram, quando em outras cidades isso tudo funciona, como é o caso da cidade de Videira e, para aquela cidade, existe a possibilidade de contratação de novos médicos vindos de outras cidades. Resta a pergunta, por que para Fraiburgo existe a dificuldade de novos médicos e para Videira esse mesmo problema não existe? Por que?
Confesso que fiquei pasmo com a Administração anterior que a tudo assistiu à distância, deixando a bomba explodir da maneira que ocorreu. Será que foi a adoção do principio que muitos políticos adotam de “quanto pior ficar, melhor será? Pior ainda é que vejo em Redes Sociais pessoas intimamente ligadas a autoridades que detinham o poder e a obrigação de bem encaminhar o problema não o fizeram e ainda mais, bem pior, ousam criticar os mandatários atuais como relapsos.
Ao que sei, nos próximos dias o Governo do Estado estará reunido com as Autoridades do Município e com o devido tempo, com certeza haveremos de ter uma solução definitiva, embora tenho eu sérias dúvidas se as ideais, isso porque a saúde pública é um caos no Brasil, não seremos a exceção. 

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 611 - 08/02/2013.