segunda-feira, 29 de abril de 2013

VARDO – fica com Deus amigo.


Todo o cristão, desde a mais tenra idade, já tem sua iniciação nos primeiros livros do ensinamento religioso – o catecismo – independendo da igreja ou da filosofia à qual seus genitores seguem. O catecismo passa a ser um dos alicerces que sedimentam os fundamentos do caráter e da personalidade desse ser humano que um dia determinará os destinos dos que dele dependerão.
Esse mesmo catecismo tem um fundamento pétreo onde aprendemos que somos seres constituídos de corpo e alma. O cristianismo tem como premissa que nossa estada na terra é realmente uma passagem e temporária. Na mesma linha os ensinamentos kardecistas ensinam que somos essencialmente espíritos, temporariamente encarnados, e que aqui estamos para cumprirmos uma missão de aperfeiçoamento espiritual e um que dia estarmos junto a Deus.
Assim é e assim cremos. Somos absolutamente a imagem e semelhança de Deus nosso Pai e, também, absolutamente iguais a qualquer outro ser vivo desse mundo, isto é, nascemos, somos seres muito frágeis, com o passar do tempo tornamo-nos mais fortes, maiores, resistentes. Ficamos adultos, envelhecemos e ao final morremos. Assim acontece com todos os seres vivos do universo, sejam vegetais, animais racionais, aos quais nos incluímos, ou mesmo irracionais. Todos, absolutamente todos seguimos esse ciclo de vida sendo que a realidade da morte é a única realidade concreta para todos nós, seres humanos, árvores, leões, peixes, invertebrados e demais – “um dia morreremos”.
A nossa morte é absolutamente certa, para uns mais cedo para outros um pouco mais distante, no entanto, essa é irreversível e acontecerá com todos nós, os seres vivos.
A dor também é um sentimento que faz parte de nosso âmago cuja reação nos provoca enormes sofrimentos e, a maior de todas as dores é o afastamento das pessoas por nós muito queridas. Afastamento esse que será para todo o sempre. Em que pese crermos que esse mundo é uma passagem, a dor é mais profunda quando nos é arrancado do nosso meio aquela pessoa que muito amamos. Não existe remédio para amainar essa dor e ninguém, ninguém mesmo poderá nos ajudar assumindo parte da nossa dor. Essa dor é nossa, somente nossa, dolorosamente nossa. Resta-nos, no entanto um grande consolo – Deus jamais nos dá uma cruz maior que nossas possibilidades de a levarmos. Essa cruz da dor da perda de uma pessoa, de um amigo, de um amigo especial, de um VARDO é uma dor que somente nós temos que carrega-la. Se assim é, aceitemos esse fardo da dor para glorificarmos a Deus e dizer “meu Deus muito obrigado por nos ter dado como um caminheiro que muitas vezes nos ajudou a carregar nossa cruz nesse mundo e que o chamávamos de VARDO”.
VARDO foi, assim estava escrito na lei do universo e para quem assim acredita. O VARDO veio a esse mundo com uma sublime missão, cumpriu-a. Seu tempo passou e ele voltou para o Pai, ou retornou para seu outro plano para continuar  sua missão de aperfeiçoamento espiritual até atingir a perfeição. Para nós que assim cremos existe o consolo em sabermos que continua vivo em nossos corações.
VARDO, nosso querido amigo, vai com Deus. Hoje muito choramos, tua esposa, tua filha, tua mãe, teus familiares por muito tempo haverão de muito sofrer porque muito te amaram e porque você muito os amou. Nós, teus amigos, muito sentimos a dor da tua ausência, o sentimento da ausência daquele teu sorriso encantador, o sentimento da tua incondicional alegria que inúmeras vezes espantava nossas tristezas. Tua eterna disposição em nos ajudar em qualquer necessidade em muito nos fará falta. Você, querido amigo VARDO, sempre foi o nosso companheiro inseparável, você sempre foi o homem do sorriso aberto, da alegria personificada e da lealdade a qualquer hora. Você, caro amigo VARDO, foi o grande líder de inúmeros movimentos que trouxeram muita felicidade para muita gente, você foi o homem de coração limpo, de sentimentos puros e de caráter forte.
Deus o tenha em Seu seio porque tua passagem por esse mundo fez muito a diferença. Esse mundo passou a ser melhor com tua passagem por ele. Você fez a felicidade de muitos, você muito contribuiu para que Fraiburgo fosse melhor, porque você espalhou o bem querer, você distribuiu sorrisos, alegrou pessoas e fez a felicidade dos teus amigos.
Vai com DEUS amigo VARDO.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 621 - 26.04.2013.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ATENÇÃO, o primeiro mundo é nosso.


No silêncio das minhas madrugadas solitárias e em meu quarto de repouso acolhedor onde a luz diáfana projetada sobre meus alfarrábios me levam a análises multivariadas, partindo das mais leves leituras dos periódicos regionais ao entremeio dos noticiosos soberbamente escritos em conceituadas revistas de atualizações nacionais chegando-se aos escritos mais aprofundados da conjectura dos tempos atuais. 

A noticia do mundo encontra-se em nossas mãos ao simples toque de um “on-line”, chego à conclusão que, por vezes, levam-me a descobertas que estão às minhas vistas e não as vejo.

Em recente viagem pelo velho mundo revi as maravilhas de um mundo que me fascinava quando em minha meninice e mais ainda quando acadêmico dos Seminários Diocesanos da vida ficava eu deslumbrado com as milenares obras faraônicas dos povos egípcios em suas pirâmides majestosas com os povos do antigo lácio com suas edificações que até hoje encantam os mundos, com os povos oriundos dos magníficos cabelos louros do Norte contendo as fúrias dos mares em proveito dos seus povos, com os mouros do oriente desconhecido nas conquistas do ocidente tendo à frente os descendentes do sanguinário Átila em seu indômito corcel, ai vi-me ante a mais real das conclusões.

Nós, um povo líder das Américas também estamos inclusos no rol dos que lideram e dos que competem pari-passo com os povos do primeiro mundo. Nós também somos o primeiro mundo.

Se o mundo globalizado das gerações dos jovens de nossos dias, num simples acionar de uma tecla do computador, nos leva ver o mundo naquele exato momento, nos leva a comprar, vender, negociar, ver, admirar no mais recôndito canto do mundo esse mesmo teclar também nos leva a ver as mazelas dos mundos por nós sempre considerados os mais civilizados. Nesse ato de teclar vemos que a pobreza cada vez mais campeia os mundos dos mais eruditos. Vemos que a pobreza, mui lenta mas inexoravelmente, vai estendendo seu manto fétido sobre aqueles que numa passado não muito distante consideravam-se acima do bem e do mal. Vemos que as vielas tomadas pelos ascos dos lixos poluídos não são prerrogativas nossas mas sim de um mundo cada vez mais globalizado.

No Velho Mundo hoje vemos governos com as mãos absolutamente impossibilitadas de remediar, as mais simples manutenções pela forçosa necessidade de contensão de despesas.

O Velho Mundo tornou-se muito parecido com o nosso Novo Mundo. Novo porque nada mais temos que algo ao redor de cinco séculos de existência quando que ele, o Velho Mundo, os séculos já não podem mais ser contados em todos os nossos dedos. Não mais compensa girarmos pelo Velho Mundo para vermos, comprarmos porque aquilo que lá tem, “acá” também os temos. O valor real das visitas fica por conta exclusiva da cultura e exuberância do seu passado.

O milagre da internet, como já o disse em outros escritos, tornou-nos membros de uma aldeia global. Hoje nós fazemos parte do primeiro mundo porque aqui temos as mesmas virtudes, as mesmas mazelas, as mesmas corrupções, as mesmas crenças e os mesmos direitos.

Quando do meu retorno do Velho Mundo, enquanto aguardava nas longas filas da alfândega da nossa Policia Federal, no meu andar de passo-a-passo, por quase uma dezena de vezes ouvi comentários desabonadores dos próprios brasileiros, também vindos daquelas terras distantes, sarcasticamente criticando as nossas filas, considerando aquele trabalho de atendimento um absurdo pelo fato da fila e da espera.

Pensava eu com meus botões.

Como pode um brasileiro ser tão sarcástico e crítico contundente contra o Brasil e contra os trabalhos dos brasileiros quando que eles, apenas num dia anterior, enfrentaram filas quilométricas, distante de banheiros, num frio ártico para ver uma das maravilhas do mundo – Torre Heiffel. Filas quilométricas, extremas dificuldades para encontrar banheiros para ver as maravilhas do Museu do Louvre. Filas quilométricas, frio ártico e uma escada que não passaria pelo crivo da mais despreparada das equipes de segurança no Brasil somente para ver do alto do Arco do Triunfo a deslumbrante beleza de uma Paris apaixonante.

Esse é o típico brasileiro que precisa urgente ser reciclado para perceber que nós também fazemos parte desse primeiro mundo, deixarmos nosso mentiroso complexo de inferioridade de lado e reconhecermos que no nosso Brasil, em grande parte, somos bem melhores que esses povos de Primeiro Mundo. Quando sentirmos orgulho de sermos brasileiros e falarmos a língua universal – o inglês - aí sim andaremos pelo mundo de cabeça erguida e, majestosos, imporemos o respeito de que merecemos e que temos direito.  


Publicado no Jornal  O CATARINENSE - Ano XIII - nº 620 - 19/04/2013.