quinta-feira, 26 de maio de 2011

NÓS OS HOMENS "COM MAIS DE SESSENTA" ....

A vida realmente é uma grande nave que singra os mares, qual uma condução dirigida pelos ventos do acaso onde todos nós nela estamos, aí colocados, não pelo nosso querer mas sim, pelo destino da vida. Juntos aí estamos misturando nossa negritude com os olhares repuxados naqueles que nasceram nos outros lados dos nossos mundos. Aí estamos nós, os louros de cabelos dourados com os pardos de olhares "ajabuticabados". Aí estamos todos nós, os afeitos com as riquezas das moedas fartas como os famintos das migalhas rarefeitas que os fartam pela ausência do essencial para a vida.
Essa grande nave da vida continua singrando nos mares revoltos de um universo infinito onde o destino não existe e as perspectivas são o espectro de algo que se desenhou mas que jamais sairá para a realidade dos mundos.
Essa nave conduz todos nós, os felizes com olhares erguidos para o alto como os desgraçados que esculpiram suas vidas com os olhos sempre dirigidos para o baixio, para a penumbra e para a ausência de perspectivas. A felicidade de cada um é construída com o bater do cinzel de cada dia no duro granito da vida e sempre olhando na suave escultura do anjo que dela brotará um dia.
A infelicidade de cada um também é construída com o bater do cinzel de cada dia na dura pedra mas sempre olhando para as "cortiagudas" "ferpas" que aí são produzidas para feri-lo cada vez mais em sua faina de dor e de desgostos.
A vida nessa nave que singra pelos mares revoltos de uns dias e pelas mansas águas de dias outros traz em suas entranhas a essência da criação de Deus que é o homem em sua plenitude.
Nós os "com mais de sessenta" fazemos parte dessa nave porque somos o topo dessa criação de Deus. Nós, os "com mais de sessenta" somos o término desse bater do cinzel e somos a obra-prima saída dessa arte de viver uma vida em sua plenitude. Somos a essência do trabalho desse artífice da vida porque fomos sendo moldados pelo tilintar do cinzel do Grande Arquiteto do Universo. Sim, somos a essência porque somos o resultado final da criação divina em cuja faina sempre fomos moldados pelas têmperas do duro aço por que passamos em nossa juventude. Essa juventude também ansiosa como nos tempos hodiernos, mas sempre sabendo enfrentar a vicissitudes, enfrentando o aprendizado da vida sem a vergonha que caracteriza certa parte da juventude moderna, que, hoje, muitas vezes, envergonha-se de ter seu inicio vida em trabalhos menos glamurosos mas igualmente decentes.
Nós os "com mais de sessenta" precisamos perceber que deixamos rastos pela vida que muitos seguem. Somos, na maioria da vezes, os pioneiros que desbravaram os pântanos, somos os que, com certeza, conhecem muito bem agruras do caminhar por sobre as pedras dos íngremes caminhos. Sabemos muito do insosso sabor das águas salobras. Provamos a ácida umidade da ausência dos lenitivos para as dores, convivemos com a desgraça e cruzamos com a morte. Nós os "com mais de sessenta" não temos medo do inesperado, somos cúmplices da coragem.
Assim, nós, os "com mais de sessenta" podemos nos arvorar ao direito de olharmos, orgulhosos, nosso passado e sempre gritar aos altos brados - EU FIZ - EU REALIZEI - EU PRODUZI - EU FUI CONDUTOR DA FELICIDADE - EU FUI FELIZ E EU FIZ OUTROS FELIZES.
A todos os "com mais de sessenta" conclamo para que saiamos de nossas salas mal iluminadas, saiamos de nosso quartos mofados pelo nosso enclaustro transpirar, saiamos da mesquinhez de nossas vidas perdidas no tempo e partamos para a luz. Sim, partamos para a luz do nosso caminhar com a disposição dos grandes homens e mulheres que fomos, partamos para o brilho do magnifico dia que lá fora nos aguarda para nos apresentar os raios do arco-íris da vida, nos apresentar os magníficos matizes das cores da vida, nos apresentar a contagiante alegria dos inocentes, das crianças e dos animais que nos amam.
Digo-vos, amigos meus "com mais de sessenta" para todos a vida é bela, cada uma delas com as suas características próprias porque quando éramos jovens nossa vida era a melhor delas, quando éramos adolescentes nossa vida era a melhor delas, quando éramos adultos, nossa vida era a melhor delas. Façamos a nossa vida de idosos a melhor de todas as vidas. Deixemos de ter vergonha de sermos idosos, por que dizermos a "melhor idade"? Se assim dissermos estaremos mostrando nossa vergonha de sermos idosos. SIM, somo idosos, graças a Deus. Todas as idades são a melhor idade.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XI - nº 522 - 03.06.2011 e no jornal DIÁRIO DE FRAIBURGO - ano I - nº 36 - 15.06.2011.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

PROCON de GOIÁS - um bom exemplo ....

Lembro-me que num tempo não muito distante dos dias hodiernos, nós, o povo e consumidores estávamos acostumados a realizar nossas compras nos velhos moldes dos idos tempos em que nossos abastecimentos eram realizados nas "vendas" onde tudo tinha, alimentos próximos a venenos, materiais de construção misturados às sementes dos mais variados matizes, enfim, nessas vendas interioranas tudo se encontrava, tudo se comprava e tudo tinha. Com o passar dos tempos foram surgindo as lojas especializadas, com comercialização exclusiva para determinados segmentos, no entanto, era de responsabilidade do consumidor bem examinar o produto comprado, porquanto, se assim não o fizesse, a responsabilidade pelo defeito era exclusivamente sua.
Os tempos mudaram. Com o advento da Lei de Defesa do Consumidor novas realidades surgiram, gerando as costumeiras querelas para a correta aplicação do novel instrumento consumerista. O centro desse instrumento de defesa do consumidor é justamente a inversão do ônus da prova.
Os instrumentos dados aos consumidores brasileiros são exemplos para o mundo moderno, com a ressalva de que, os fornecedores dos mundos modernos já estão afeitos às exigências do consumidor de nossos dias e, portanto, os serviços e produtos devem ser colocados a disposição da população já com elevado índice de qualidade e com obrigação de encantar o cliente.
Particularmente fui agraciado, dias desses, por um ótimo exemplo de bons serviços prestados por um Órgão Publico.
No Estado de Goiás vinha eu de ônibus, da cidade de Rio Verde para a capital Goiana, com horário certo de partida e de chegada, tendo eu contratado vôo, também com horário certo de Goiânia para outra Capital. Ocorre que, quando da partida do veiculo de condução coletiva esse deixou de sair sob a alegação de que havia mais passageiros que o número de passagens vendidas. Procederam-se as verificações e constatado que o engano não estava no número de passageiros mas sim no controle da pessoa encarregada. Só aí passaram quinze minutos. Viagem prossegue. Na saída da cidade, nova parada. Novo comunicado que o ônibus estava com defeito e deveríamos retornar para a rodoviária. Novo atraso. Mais tempo perdido para chegar a tempo para o meu vôo. Novamente na rodoviária nenhuma explicação. Nenhuma providência. Nada. Dirigi-me ao escritório da companhia e ninguém sabia de nada. Brigas internas entre funcionários para não assumir responsabilidades. Nisso tudo, esvaiu-se o tempo para o meu vôo.
Não vi outra alternativa, senão, acionar o PROCON da cidade.
Em meu telefonema fui atendido com presteza e com extrema cordialidade. Deram-me um prazo de quinze minutos para comparecer na rodoviária. Minutos depois os próprios agentes de fiscalização telefonaram-me confirmando que logo aí estariam. No prazo informado compareceram os fiscais do PROCON, apresentaram-se a mim e a eles informei o ocorrido e minha dificuldade devido ao meu compromisso no horário do avião em Goiânia. Os fiscais adentraram na sala da companhia, dialogaram por um bom tempo, voltaram pedir novas informações e, ao final, voltaram, ambos acompanhados de um senhor com gravata, mais um casal e mais outras pessoas. O senhor de gravata pediu-me mil desculpas, propôs-me alternativas para a solução do meu problema. Acertamos que eles pagariam um automóvel para levar-me a Goiânia, o que ocorreu. Sai de Rio Verde para Goiânia em automóvel pago pela empresa proprietária do ônibus, lá chegando com tempo para o embarque em meu vôo.
Na viagem tomei conhecimento pelo meu condutor que naquela cidade de Rio Verde o PROCON é realmente eficiente e trabalha com qualidade ao ponto de encantar a sua clientela, que é a população daquela cidade. Citou-me ele um exemplo por ele presenciado numa Agência do Banco do Brasil, onde a mesma agente que na rodoviária comparecera, entrou na fila do caixa e cronometrou o tempo de espera dos clientes daquele Banco. Chegando ao caixa comunicou que o Banco seria multado pela demora acima do estabelecido para todos os Bancos. Dirigiu-se a agente ao gerente daquela Instituição bancaria e expediu a multa devida. Disse-me mais o condutor que me levava para Goiânia. Naquela cidade do sudoeste Goiano existem patrulhas permanentes do Peocon rondando na cidade somente para atender aos reclamos dos clientes e que o serviço prestado é com a eficiência esperada por aquela comunidade.
O PROCON tem o respeito da população e dos próprios fornecedores de serviços e mercadorias, gerando com isso um círculo virtuoso onde todos ganham. Os aventureiros sabem dos perigos a que estão sujeitos, o judiciário tem a solução dos contenciosos resolvidos no seu nascedouro e todos ficam felizes. Aproveito desse espaço para mostrar que no nosso Brasil temos excelentes exemplos de órgãos eficientes, dentre eles o que me encantou - O PROCON da cidade de Rio Verde, no Estado de Goiás.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XI - nº 520 - 20.05.2011.

domingo, 1 de maio de 2011

SUA BENÇÃO MINHA QUERIDA MÃE...

Como eu sinto saudade de minha mãe. Era uma senhora baixinha de olhos azulados (interessante porque as vezes eram castanhos) - como ela era linda - minha mãe era gordinha mas sem barriga, tipo "tanquinho" - como era linda a minha mãe - minha mãe era o protótipo da mulher simples, da mulher bondosa, daquela mulher que falava com os olhos porque o olhar de minha querida mãe traduzia os seus sentimentos sem que ela falasse - ahh como era linda a minha mãe.
Minha mãe muito chorava ao ver-me depois de um certo tempo sem nos encontrarmos. Chorava de amor por mim. Chorava ao ver-me chegando, chorava ao ver-me contente. Chorava ao ver-me crescendo em minha vida profissional - ahh como era linda a minha mãe - como eu gostava quando minha mãe, orgulhosamente, dizia para as suas amigas, para as suas comadres, que eu era o melhor filho do mundo. Como eu me envergonhava, mas no fundo muito gostava quando a minha mãe dizia às suas amigas que eu era lindo - ahh como era linda a minha mãe.
Mais tarde a experiência da vida mostrou-me que todas as mães do mundo dizem que seus filhos são os mais belos, que seus filhos são os melhores.
Ahh como era linda a minha querida mãe. De quando em vez, aos sessenta e seis anos de idade, ainda sonho acordado com minha querida mãe. Vejo claramente, no meu passado, a imagem de minha mãe na janela a chamar-me para voltar para casa para fazer o meu trabalho de todo o dia - mexer a polenta - alimento esse que era a base cotidiana de nossas refeições. Ahh quantas vezes apanhei de minha mãe pela preguiça de mal "mexer a minha polenta" de cada dia. Quantas vezes a "mescola" (pá de madeira própria para mexer a polenta) foi lançada em minha cabeça - minhas costas - em meu corpo - com a força suficiente para lembrar-me que eu era responsável para fazer com que aquela polenta saísse no ponto exato de seu cozimento - ahh quanta saudade de minha querida mãe.
Minha mãe tinha sempre perto de si o melhor instrumento de convencimento e de imposição de respeito para com os seus pais, que era a "milagrosa vara de marmelo". Essa vara de marmelo operava verdadeiros milagres. Minha querida mãe não precisava falar muito comigo. Minha mãe não precisava mandar-me muitas vezes lavar os pés, tomar o banho, assentar-me a mesa para as refeições. Não, não precisava pedir muito. Eu não atendendo aos seus pedidos bastava que se dirigisse rumo a milagrosa "vara de marmelo" que eu a tudo entendia e a tudo obedecia prontamente. Tudo isso acontecia porque eu tenho o claro conhecimento do ardor dessa vara de marmelo oriundo dos vergões em minha bunda.
Interessante - eu e todas as crianças e jovens de minha geração fomos criados com a "vara de marmelo", "vara de vime" e outros instrumentos de convencimento assemelhados, colocados em pontos estratégicos pelos nossos pais para utiliza-los nos momentos necessários em nossos atos que não eram bem o seus atos desejados - interessante não temos traumas por maus tratos. Aliás, esses instrumentos eram mais utilizados pelas nossas mães porque era com elas que ficávamos no correr do dia todo. Ahhh como era linda e bondosa a minha mãe - ela era tão bondosa que quando se preparava para visitar suas comadres, colocava em mim a melhor roupinha, aquela camisinha curtinha e apertadinha que ela mesmo fizera - aquela calça curta de armarinho comprada na "venda" - suspensórios do mesmo tecido - sem cueca (aliás, até hoje, não tenho lembrança quando comecei usar cuecas) pés descalços e alimentava-me bem e sob o convencimento da "vara de marmelo" para que eu não chegasse na casa da vizinha e pedisse comida - ledo engano -  pois quando lá chegava conduzido pela mão por minha mãe - todo lindo - camisinha limpa - calcinha curta - suspensórios de pano com formato em "X" no peito - pés descalços mas limpos - cabelos molhados e bem penteados do lado esquerdo para o direito, a primeira conversa minha era que eu não tinha comido "chimia". Ahh como era bacana a minha mãe. Minha mãe era o exemplo da bondade para comigo, com meus irmãos, e com todos que a procuravam. Criei-me numa familia muito pobre, residindo nos primeiros e mais importantes anos de minha vida na cidade de Arroio Trinta, mas minha mãe sempre soube distribuir o seu amor como todos nós, os seus oito filhos. Cresci sentindo o sabor do amor materno, o doce enlevo de um colo aquecido pelo amor desmesurado, a pureza das coisas simples e a suavidade do pouco, dado com muito amor. - ahh que saudade de minha querida mãe. Muito obrigado mãe  pelo teu exemplo de vida simples onde as ambições do "sempre mais" não tiveram morada. Parabéns querida pelo DIA DAS MÃES. Benção mãe.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XI - nº 518 - 06/05/2011. 

FERNANDO COLLOR – socorroooooo ...

No ano de 1990, quando Fernando Collor de Mello ainda era Presidente do Brasil, em uma viagem a Europa, num evento em que experimentou automóveis de primeira linha, manifestou sua opinião comparativa entre os automóveis da Europa, Estados Unidos e outros países desenvolvidos com uma frase que marcou história no mundo das notícias, das fofocas e, principalmente, no Brasil, qual seja – “comparados com os carros do mundo desenvolvido, os carros brasileiros são verdadeiras carroças”.
Naturalmente que no Brasil, essa afirmação do Presidente, caiu como uma bomba utilizada nas mais variadas formas – para a oposição foi um prato cheio de nacionalismo exacerbado com pronunciamentos ante os holofotes midiáticos, procurando com isso uma luz aos seus planos políticos – para as montadoras brasileiras foi a mais profunda das ofensas com reconhecimento solidário dos sindicatos patronais e dos trabalhadores vinculados a essas mesmas organizações, eminentemente de interesses econômicos dos países desenvolvidos – para os partidos políticos de oposição foi mais uma oportunidade populista dada de bandeja por aquele que representava o poder – Fernando Collor de Mello.
Anos passaram – os mercados foram sendo mais competitivos – o câmbio brasileiro sendo flexibilizado e a concorrência dos automóveis do primeiro mundo sendo mais acirradas aqui no Brasil.
Aquelas montadoras que ficaram injuriadas com a pecha lançada pelo Presidente do Brasil, paulatinamente, adequaram-se ao mercado e atingiram, hoje, uma qualidade bem melhorada, comparada às reais carroças de outrora. Collor tinha muita razão quando lançou aquela frase ante uma plateia de jornalistas ávidos por furos de reportagens. A crítica foi generalizada com a afirmação de um Presidente também já desgastado pelas acusações que contra si eram lançadas, no entanto, os automóveis da época eram sim “verdadeiras Carroças”. Isso ficou comprovado com o desenvolvimento dos automóveis fabricados atualmente no Brasil e, mais ainda, quando comparados com certos automóveis importados. Digo-vos mais, nossos automóveis ainda são carroças se os compararmos aos preços dos automóveis dos Estados Unidos ou mesmo da Europa. Nos países desenvolvidos os custos dos automóveis, comparados aos equivalentes no Brasil são assombrosamente mais baratos.

FERNANDO COLLOR – SOCORROOOOO – por favor socorra-nos novamente como fizeste ao lançar a frase dizendo que nossos automóveis eram verdadeiras carroças – SOCORROOOOO – salve-nos agora dos aviões das companhias da aviação brasileira. Hoje tenho vergonha de viajar de avião – estamos nos utilizando das piores carroças para nos conduzir pelos ares do Brasil – não aguento mais essa afronta – é uma pouca-vergonha – viaja-se em aviões com assentos muito mais desconfortáveis que as piores cadeiras das residências mais humildes – viaja-se enlatado - com assentos de largura ínfima – espaço insuficiente onde uma pessoa com metro e oitenta e acima simplesmente não tem lugar para mover-se – colocar as pernas – ler? Esqueça – descansar os braços? Utopia – conversar só olhando para frente porque se mover os ombros já perde o lugar para o passageiro que está grudado nos teus braços, digo “teus braços” porque quem está no assento do meio fica com os dois braços prensados pelos outros dois passageiros. – vergonha – vergonha.
Dia desses, eu fui de avião de Curitiba a Goiânia e quase morri – meu nervo ciático atingiu seu clímax na arte de judiar-me – as minhas partes glúteas tornaram-se insensíveis – minha coluna fez seu teste máximo para ver até que ponto eu suporto a dor – enfim, senti o martírio dos inocentes submetidos aos antigos suplícios – um verdadeiro horror.
Por outro lado, após a fatídica viagem de avião, dei continuidade à viagem a Rio Verde, naquele mesmo Estado, em ônibus direto – Goiânia/Rio Verde – Ar condicionado perfeito – assentos largos com espaço entre as pernas – muito macios – perfeitamente ergonômicos – meu ciático acalmou – minha coluna rejuvenesceu – a sensibilidade voltou aos meus glúteos.
Enfim meu ânimo foi reconquistado, minha autoestima aos poucos foi sendo recuperada e o ônibus, numa viagem maravilhosa, permitiu-me a um repouso reparador enquanto viajava eu rumo ao sudoeste Goiano. Pensava eu, que num passado muito distante o avião era o sonho de todos nós como símbolo de viagem confortável. O viajar de avião representava o viajar com mordomias, conforto de pessoas bem aquinhoadas, ter oportunidade de desfrutas do bem-estar dos ricos e dos poderosos. Ônibus? Esses representavam o transporte dos pobres daqueles que sequer possuíam automóveis. Pois bem, digo-vos hoje tudo inverteu. Viaje de avião e viaje estressado. Avião de carreira representa o atraso, a pouca vergonha. O ônibus representa o bem-estar - nem todos ainda porque no nosso interior muitos ônibus representam a sujeira e o desconforto. Ônibus está sempre melhorando – avião sempre mais despreocupando-se com a qualidade dos serviços prestados.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XI - nº 519 - 13.05.2011.