sexta-feira, 19 de abril de 2013

ATENÇÃO, o primeiro mundo é nosso.


No silêncio das minhas madrugadas solitárias e em meu quarto de repouso acolhedor onde a luz diáfana projetada sobre meus alfarrábios me levam a análises multivariadas, partindo das mais leves leituras dos periódicos regionais ao entremeio dos noticiosos soberbamente escritos em conceituadas revistas de atualizações nacionais chegando-se aos escritos mais aprofundados da conjectura dos tempos atuais. 

A noticia do mundo encontra-se em nossas mãos ao simples toque de um “on-line”, chego à conclusão que, por vezes, levam-me a descobertas que estão às minhas vistas e não as vejo.

Em recente viagem pelo velho mundo revi as maravilhas de um mundo que me fascinava quando em minha meninice e mais ainda quando acadêmico dos Seminários Diocesanos da vida ficava eu deslumbrado com as milenares obras faraônicas dos povos egípcios em suas pirâmides majestosas com os povos do antigo lácio com suas edificações que até hoje encantam os mundos, com os povos oriundos dos magníficos cabelos louros do Norte contendo as fúrias dos mares em proveito dos seus povos, com os mouros do oriente desconhecido nas conquistas do ocidente tendo à frente os descendentes do sanguinário Átila em seu indômito corcel, ai vi-me ante a mais real das conclusões.

Nós, um povo líder das Américas também estamos inclusos no rol dos que lideram e dos que competem pari-passo com os povos do primeiro mundo. Nós também somos o primeiro mundo.

Se o mundo globalizado das gerações dos jovens de nossos dias, num simples acionar de uma tecla do computador, nos leva ver o mundo naquele exato momento, nos leva a comprar, vender, negociar, ver, admirar no mais recôndito canto do mundo esse mesmo teclar também nos leva a ver as mazelas dos mundos por nós sempre considerados os mais civilizados. Nesse ato de teclar vemos que a pobreza cada vez mais campeia os mundos dos mais eruditos. Vemos que a pobreza, mui lenta mas inexoravelmente, vai estendendo seu manto fétido sobre aqueles que numa passado não muito distante consideravam-se acima do bem e do mal. Vemos que as vielas tomadas pelos ascos dos lixos poluídos não são prerrogativas nossas mas sim de um mundo cada vez mais globalizado.

No Velho Mundo hoje vemos governos com as mãos absolutamente impossibilitadas de remediar, as mais simples manutenções pela forçosa necessidade de contensão de despesas.

O Velho Mundo tornou-se muito parecido com o nosso Novo Mundo. Novo porque nada mais temos que algo ao redor de cinco séculos de existência quando que ele, o Velho Mundo, os séculos já não podem mais ser contados em todos os nossos dedos. Não mais compensa girarmos pelo Velho Mundo para vermos, comprarmos porque aquilo que lá tem, “acá” também os temos. O valor real das visitas fica por conta exclusiva da cultura e exuberância do seu passado.

O milagre da internet, como já o disse em outros escritos, tornou-nos membros de uma aldeia global. Hoje nós fazemos parte do primeiro mundo porque aqui temos as mesmas virtudes, as mesmas mazelas, as mesmas corrupções, as mesmas crenças e os mesmos direitos.

Quando do meu retorno do Velho Mundo, enquanto aguardava nas longas filas da alfândega da nossa Policia Federal, no meu andar de passo-a-passo, por quase uma dezena de vezes ouvi comentários desabonadores dos próprios brasileiros, também vindos daquelas terras distantes, sarcasticamente criticando as nossas filas, considerando aquele trabalho de atendimento um absurdo pelo fato da fila e da espera.

Pensava eu com meus botões.

Como pode um brasileiro ser tão sarcástico e crítico contundente contra o Brasil e contra os trabalhos dos brasileiros quando que eles, apenas num dia anterior, enfrentaram filas quilométricas, distante de banheiros, num frio ártico para ver uma das maravilhas do mundo – Torre Heiffel. Filas quilométricas, extremas dificuldades para encontrar banheiros para ver as maravilhas do Museu do Louvre. Filas quilométricas, frio ártico e uma escada que não passaria pelo crivo da mais despreparada das equipes de segurança no Brasil somente para ver do alto do Arco do Triunfo a deslumbrante beleza de uma Paris apaixonante.

Esse é o típico brasileiro que precisa urgente ser reciclado para perceber que nós também fazemos parte desse primeiro mundo, deixarmos nosso mentiroso complexo de inferioridade de lado e reconhecermos que no nosso Brasil, em grande parte, somos bem melhores que esses povos de Primeiro Mundo. Quando sentirmos orgulho de sermos brasileiros e falarmos a língua universal – o inglês - aí sim andaremos pelo mundo de cabeça erguida e, majestosos, imporemos o respeito de que merecemos e que temos direito.  


Publicado no Jornal  O CATARINENSE - Ano XIII - nº 620 - 19/04/2013.

Nenhum comentário: