quinta-feira, 2 de maio de 2013

1º DE MAIO – como era bom antigamente.


Todo o ser humano é um ser gregário e eminentemente social, necessitando estar no convívio de outros seres da mesma espécie, portanto o homem e a mulher têm em sua própria essência a necessidade de conviver com outras pessoas. O isolamento permanente é uma exceção que não combina com o próprio sistema biológico do ser humano porquanto o seu próprio corpo necessita do aconchego, do contato físico com outro corpo e do calor humano.
É da própria sociedade a busca do inusitado para cativar o interesse popular, inventa-se tudo o que desperta a atração e busca formas de melhor satisfazer essa obra prima da criação divina. A busca do conforto está sempre como primado para a satisfação do ser humano e as datas comemorativas, no mundo inteiro, são inventadas para homenagear aquilo que gera satisfação no maior número possível de pessoas.
O dia do trabalhador essencialmente é uma data voltada para homenagear aqueles que carregam em suas costas o mundo e são os grandes geradores da riqueza universal.
Todo o trabalhador sente-se orgulhoso no dia do trabalho porque sabe que aquele dia é o seu dia. Sente-se intimamente gratificado porque sabe que aquela data é uma homenagem para si e, todos nesse dia, reservam-se para o congraçamento do sua família, com os seus e com os seus amigos.
A evolução dos tempos, no entanto, tem mudado esse primado e percebe-se que aos poucos o dia do trabalhador vai perdendo a sua essência de congraçamento, de união entre os que se atraem e de verdadeira comemoração festiva e fraterna. Nos dias de hoje o dia do trabalhador vem se transformando em mais um dia de folga, um dia para não trabalhar, um feriado estabelecido em Lei.
Fraiburgo não foge a regra. Exceto as honrosas exceções nesse ano foi somente mais um feriado, somente mais um dia de descanso, mais dia um dia para poder se levantar mais tarde.
Interessante, questiono-me por que isso vem acontecendo? Cabe aqui uma grande interrogação, será que essa data foi instituída somente para dizer ao trabalhador que ele tem um dia dedicado a si próprio? Será que esse dia foi instituído somente para haver mais um feriado? Não, mil vezes não.
Esse dia do trabalhador deve ser uma data realmente diferente porque o seu objetivo maior é o de realçar aqueles que são os responsáveis pela geração de riquezas, sem as quais a felicidade também não mais existiria. Nesse dia as entidades, empresas e governo deveriam fazer com que a festa de congraçamento fosse a grande tônica, onde esses heróis anônimos pudessem sair ao passeio acompanhados de seus familiares, acompanhados das pessoas que muito amam e orgulhosos poderem mostrar o porquê são importantes. Esses trabalhadores deveriam continuar ser o alvo das solenidades e das manifestações de apreço por eles.
Fraiburgo, nos idos das décadas passadas e até o inicio do novo século, foi um exemplo maior nas festividades especiais para o dia do trabalhador.
Lembro-me muito bem porque muito participei e muito contribui para que essa data fosse realmente marcante para cada trabalhador. Esse homem e essa mulher que entregam seu suor para o progresso e felicidade de outrem, nesse dia do trabalho, devem ser festivamente homenageados porque para eles o almoço, a festa não são o principal. O significado não se reveste de tão grande importância senão agregado ao fato de nesse dia haver momentos de particular congraçamento entre pessoas, entre colegas e seus familiares. Esses encontros efetivamente trazem a satisfação íntima que é quando podem apresentar sua esposa, seu marido, seus filhos, netos a seus companheiros de trabalho, onde sentem o orgulho de mostrar aos seus “é aqui que eu trabalho, eu trabalho naquela máquina, eu faço aquela peça, eu deixo os nossos clientes felizes, eu sou responsável direto para a fabricação ou construção daquele produto”. Outrora, o dia primeiro de maio, para os fraiburguenses, era a festa maior de congraçamento entre as empresas onde a rivalidade sadia aflorava em todos trabalhadores defendendo suas cores, defendendo suas empresas como se essas fossem realmente suas. O orgulho em trabalhar em determinada empresa era estampado em seus semblantes. Todos os proprietários de empresas e seus executivos conviviam como iguais com todos os trabalhadores, dividindo as mesmas mesas, as mesmas festas, os mesmos esportes e a mesmas diversões. Como era bom o dia do trabalhador em Fraiburgo. Estamos esquecendo que ainda a melhor forma de eficiência é termos trabalhadores satisfeitos e essa satisfação passa pelo reconhecimento do olho no olho e na certeza que o meu chefe é meu amigo. O trabalhador sente a necessidade do reconhecimento de seus superiores e uma forma de reconhecimento e o melhor deles é o abraço fraterno do chefe e o saber que nele existe um amigo.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 622 - 03.05.2013.




2 comentários:

DONA DO MEU DESTINO disse...

Ola Flavio Parabenizo-o pelas belas e reais palavras descritas aqui, realmente vc tem toda razão, nos bons tempo, em que era ainda menina lembro das festas promovidas pela Facelpa, pela Rene Frey, meu pai nesta época de ouro, trabalhava com Sr Arnoldo Frey , e nunca vou esquecer deste dia que era festivo, e uma festa deliciosa aonde íamos todos, felizes pena que o tempo não volta ,fica somente as boas recordações,e de Fraiburgo tenho as melhores,as melhores que alguém possa ter .meu abraço Sucesso ,Felicidades

Flávio Martins disse...

OI SRA. DO MEU DESTINO.
Fico feliz em saber que vc compartilha do que penso sobre o nosso 1º de Maio em Fraiburgo.
Se vc morou aqui naqueles tempos sabe perfeitamente do que eu falo.
Agradeço sobremaneira teu comentário. Talvez a conheça porque sou daquele tempo também