quarta-feira, 5 de junho de 2013

FRANCISCO WROBLEWSKI – Um homem bom.

Como sempre tenho expressado nos rabiscos de minha vida, traduzida em pequenos escreveres que exteriorizo nos veículos comunicantes da região meio-oestina do Estado e modelo de um país fadado a ser grande, o sustento alimentar do mundo e a fonte perene da água para o Universo – o ser humano é um animal gregário e social.
Assim penso e assim sou uma testemunha viva dessa realidade incontestável. Sim sou uma testemunha de vivência nesse ambiente onde homem precisa de mais homens em sua companhia e quando falo em homem não quero dizer o ser macho, o ente masculino mas sim o ser criado por Deus à Sua Imagem e Semelhança. Falo sobre o ser que representa genericamente o SER HUMANO, aí inclusos o homem e a mulher.
Sou um homem que eventualmente convive em cidades grandes, no entanto, o meu habitat natural é a pequena cidade, é a aldeia, é a casa aberta para todos os amigos e é o sitio do ar puro e das águas límpidas, onde os amigos entendem os meus desejos de homem livre para bem viver e para muito amar. Esse é o ninho onde sei bem conviver, onde encontro os panos para me aquecer e onde encontro o carinho sincero dos que me amam e que me querem bem.
Nesse meu andar no mundo das pequenas cidades, no meu antigo andar pelas fazendas postas a vendas para quem as quisesse comprar, pelo morros a subir, pelas vargens de vistas distantes para contemplar e pelas águas cristalinas que nos permitia o descanso do longo caminhar. Nesse ambiente sempre tive ao meu lado o mais fiel dos escudeiros, o amigo de todas as horas, o meu defensor que não perdoava as lanças das línguas afiadas, o meu querido dentre os mais queridos amigos de minha vida – FRANCISCO WROBLEWSKI, ou - Chico da Pasta ou – Polaco – ou Tio Chico.
Tio Chico sempre foi o homem puro e de alma transparente. Foi o homem que mais amou uma esposa com quem conviveu, a sua amada GILDA. Foi o homem que mais defendeu a sua segunda família que era a sua PAPELOSE, a sua FACELPA, asua TROMBINI. Esse é o velho CHICO, quem, nesse semana, tive o privilégio de abraçar com profunda emoção pelos seusoitenta e um anos de idade.
Eu vi o CHICO amar profundamente a sua amada GILDA. Eu vi o Chico chorar copiosamente, aos quase 80 anos, quando falava das dificuldades e da doença da sua GILDA. Eu vejo o meu amigo CHICO hoje perambulando pelos aí da vida, de cabeça baixa, soturno, entristecido pela falta da sua GILDA mas vejo também os olhos do meu amigo – CHICO - reluzirem quando me vê indo ao seu encontro, de braços abertos, para abraça-lo e com um forte e emocionado entrelaçar de abraços, externar o calor de um coração amigo que muito o ama. Eu e o CHICO, nosencontros casuais pelas calçadas da vida em Fraiburgo, cansamos de nos abraçar e juntos chorarmos sem nada falar. Eu e o Chico aprendemos a deixar os nossos corações falarem entre si e sozinhos porque são dois corações machucados pelos mesmos motivos. São dois corações que sempre palpitaram pelos mesmos gostos. São dois corações que defenderam e defendem intransigentemente a sua segunda casa – a antiga PAPELOSE – A FACELPA e a agora TROMBINI. São dois corações que não compactuam com a desonestidade, com a mal-querência e com a ingratidão.
Eu e o TIO CHICO temos passagens inesquecíveis, como a estratégia que traçávamos quando íamos ver terras para comprar para a nossa querida Trombini. Sempre combinávamos a maneira de agir, eu, como gerente, ficaria com o proprietário que sempre me levava para os melhores locais da fazenda para impressionar-me quando que o velho CHICO, iniciava a conversa junto mas, “de repente”, não mais que “de repente” como diria o gaúcho, ele desaparecia e encarregava-se de ver realmente como era a fazenda, seus morros, sua falta de água,suas áreas impossíveis de serem utilizadas, suas grotas e suas pedras. De volta reuníamos as informações mas o que ele realmente via era o grande peso da balança. Nunca erramos nas escolhas e nas muitas recusas.
O CHICO, no alto de seus oitenta e um anos, continua o menino brincalhão, o amigo incondicional, o companheiro de todos os momentos, o ser humano de alma transparente e a pessoa em que realmente podemos confiar. O CHICO é o meu amigo inseparável que vem ao meu escritório constantemente só para me abraçar. É o meu amigo que sabe das feridas na minha alma e é o enfermeiro dos meus sentimentos feridos, é o guardião da minha felicidade. O CHICO é MEU AMIGO.

publicado no jornal O CATARINENSE - ano XIII - nº 627 - 07.06.2013.

Um comentário:

mario vicente disse...

Amigo Flávio, suas palavras sobre o Seu Chico (para mim) foram escolhidas pelo zeloso coração de um irmão. E esse talento de escrever, encontra as palavras que "desenha" a pessoas e suas almas. E o desenho do Seu Chico, nesses seus "rabiscos" é uma obra de arte. Um abraço